Anuario ABLA - 2015

48 ANFAVEA Empate e vitória Se as previsões da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) estiverem corretas, neste ano os consumidores brasileiros comprarão 3,498 milhões de veículos, quantidade exatamente igual àquela que foi adquirida em 2014. Em se tratando de produção, porém, a expectativa é diferente: as montadoras terão de trabalhar mais para expandir em 4,1% o volume de carros montados em 2014, que somou 3,15 milhões de unidades. Esse acréscimo de 129 mil veículos fabricados será necessário para atender à demanda do mercado externo. “Vamos recuperar parte das exportações perdidas no ano passado”, explicou Luiz Moan, presidente da entidade. Ao apresentar as previsões, Moan fez questão de dizer que os dados são fruto de amplos estudos técnicos com base no “cenário realista”, realizado em momento de “pior cenário”. Assim, deixou a entender que qualquer alteração, se houver, será para melhorar o quadro delineado no início do mês de janeiro. Entre os fatores positivos citados para sustentar as expectativas, o presidente da Anfavea destacou a nova legislação, que facilita a retomada do bem em caso de inadimplência, “fazendo com que o sistema bancário se anime a voltar a financiar”. Outro ponto favorável à indústria nacional é a valorização do dólar frente ao real, o que aumenta o preço dos carros importados e reduz suas vendas, deixando espaço para os brasileiros ocuparem essa lacuna. Com relação ao possível temor de retração nos programas de incentivo ao setor, como o de Renovação da Frota de Caminhões e o Exportar-Auto (segundo a própria Anfavea, é um “conjunto de medidas que viabilizará a melhoria da competitividade brasileira no cenário internacional e possibilitará a exportação de 1 milhão de autoveículos e 40 mil máquinas autopropulsadas por ano até 2017”), Luiz Moan disse acreditar que ambos continuam, embora o de Renovação de Frota tenha sido redimensionado. Inicialmente, esse programa estava projetado para a troca anual de 30 mil caminhões commais de 30 anos de idade. Agora, iniciará a operação em caráter experimental, com pequena quantidade (ainda não definida) de veículos, para as autoridades avaliarem seu impacto na fluidez do tráfego e na redução de custos com mobilidade e assistência médica e hospitalar (devido à menor quantidade de acidentes). Fato é que a chance de esse programa iniciar em 2015 “é total”, segundo o líder setorial, sustentando sua convicção no fato de que as autoridades estão cientes de sua importância. Os números de vendas de veículos no mercado interno em 2015 serão iguais aos do ano passado, prevê Anfavea. Mas a produção crescerá 4,1%, alavancada pela expansão nas exportações.

RkJQdWJsaXNoZXIy NDU0Njk=