Revista Locação 93

10 LUIZ MENDONÇA FILHO , CEO do Grupo LM, está entre os principais players do segmento de alu- guel de frotas para empresas. Durante o XV Fó- rum do Setor de Locação, ele falou sobre as pers- pectivas para a atividade no ano que vem. Confira. Revista Locação: Em que medida a pandemia pegou as locadoras de surpresa? Luiz Mendonça Filho: Quem trabalha com o aluguel diário e também aqueles que atuam com a tercei- rização de frotas entraram em 2020 bastante ani- mados, até que todos nós fomos surpreendidos com essa pandemia, que ninguém conhecia. Queríamos pegar um histórico para entender, e não tínhamos. É difícil fazer projeções se você não tem histórico do que está lhe assombrando. RL: A pandemia mostrou a resiliência dos empresários do setor de aluguel de carros? LMF: Todo o planeta ficou na mesma página, com medidas sanitárias que paralisaram as econo- mias, mas isso mostrou que os empresários brasileiros têm perfis muito interessantes. Houve uma aceleração das empresas de locação para o mundo digital e, pouco a pouco, por exemplo, as viagens com destinos mais próximos começaram a retornar, com locações que não estavam pre- vistas. Aí começamos a achar que o mundo não ia acabar e notamos que tínhamos massa crítica para voltar a trabalhar. RL: O que é possível dizer sobre a locação de longo prazo para pessoas físicas? LMF: O chamado carro por assinatura [aluguel de veículos com longa duração] se transformou em uma realidade neste ano de crise. Também o aluguel de carros para motoristas de aplicativos cresceu bastante. Tudo isso gerou novo ânimo nas empresas. Além desses mercados, alguns players viram oportu- nidades também na troca de tecnologias, em busca daquelas que permitissem baixar a escala de custos e melhores condições de compras por volume. RL: E a respeito de crédito e compra de veículos? Há boas perspectivas? LMF: Estamos vendo o segmento bancário se en- corajando a financiar mais e existe expectativa de aumento na produção de automóveis no próximo ano. Nos chegam dados de que teremos um au- mento de 20% na produção de veículos em 2021, o que vai ser um alento para a nossa indústria. Eu vejo um ano de desafios, mas também promissor para nós, do setor de aluguel de veículos e frotas, que trabalhamos focados no cliente sem abrir mão de controles de custo. RL: A terceirização de frotas ainda é um mercado em expansão? LMF: Façamos uma breve comparação com o merca- do de aluguel de frotas corporativas da Espanha, por exemplo, onde aproximadamente 40% dos veículos usados pelas empresas são terceirizados. Ingla- terra e Holanda, que têm cerca de 60% das frotas corporativas alugadas. No Brasil temos apenas 10%, ou seja, aqui temos um largo caminho a ser percorrido. Há uma avenida de possibilidades para o nosso setor. Pingue-Pongue Jogo rápido com Luiz Mendonça Filho

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