Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2021

PESQUISA MEGA BRASIL 2021 Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2021 50 Isso já basta para uma configuração de gravida- de no cenário socioeconômico mundial e no Brasil, mas aqui no País soma-se a tudo isso o ingredien- te amargo de um desgoverno federal em relação ao tema mais sensível da conjuntura, a pandemia. Porém, como diz o ditado, após chegar ao fundo do poço só resta a alternativa de subir! E é nessa direção ascendente que todas as projeções (Banco Mundial, FMI, Banco Central do Brasil, agências de classificação de risco etc.) para o desempenho da economia em 2021 vêm sendo feitas, tanto para a economia mundial, como para a brasileira. Essa perspectiva de melhoria de desempenho para 2021 foi também registrada na pesquisa deste ano pelo Índice de Confiança do Empresário de Co- municação Corporativa (ICECC), cuja escala vai de 0 a 100 pontos, sendo acima de 50 pontos consi- derado otimismo/confiança e abaixo de 50 pontos, pessimismo/falta de confiança. O índice que mede a confiança em relação ao futuro próximo subiu de 40,1 para 62,2 pontos em 2021. Para as 50 maio- res agências do mercado, o crescimento do índice de confiança foi ainda maior, uma elevação de 38,7 para 63,7 pontos. Por fim, no segmento que exclui as maiores o índice vai de 45,8 para 58,2. Todas essas marcas indicam uma perspectiva mais oti- mista para 2021 tanto entre as grandes e médias como entre as pequenas e micro agências. Também o registro das intenções das agências em executar planos de expansão em 2021 indica crescimento da confiança e otimismo. Neste ano, 62,9% de agências pretendem expandir seus ne- gócios, contra 49,7% no ano passado. Os princi- pais planos de crescimento visam ampliação da base de clientes, expansão para novas áreas de atuação e crescimento na área de mídias digitais e redes sociais. Na avaliação mais detalhada sobre o desempe- nho do mercado de comunicação corporativa em 2020 o impacto da pandemia na performance das agências é destacadamente identificado. Assim, para 66,8% das agências houve redução de valo- res de contrato, para 41,5% houve cancelamento de contratos e para 40,2%, suspensão de contra- tos. Em contrapartida, 34,9% das agências pes- quisadas conquistaram novos clientes justamente em razão de necessidades geradas pela pande- mia. Também é importante ressaltar a indicação de 35,8% das pesquisadas de que muitos clientes passaram a enxergar, em função da crise provoca- da pela pandemia, a importância da comunicação corporativa, em especial em momentos de crise. Outra consequência provocada pela situação de pandemia foi a opção pelo trabalho em home office . Adotado em 96,1% das agências, provocou uma mudança cultural na gestão organizacional, de equipes e de projetos, e, mesmo após as con- tingências da pandemia, 77,7% dos que adotaram essa medida pretendem mantê-la, ainda que em combinação com o trabalho presencial, e, ainda, 17,9% afirmam que esse deverá ser o formato exclusivo de trabalho, desde já. Resultado direto da menor ocupação das instalações físicas das agências, em função da alternativa de home office , 20,5% das pesquisadas fecharam completamente seus escritórios e 28,0% reduziram suas estrutu- ras físicas, ainda que provisoriamente. No balanço geral, entre pontos positivos e nega- tivos que contribuíram para a performance geral no mercado, as agências destacam como aspectos fa- voráveis, em 2020, a manutenção da “qualidade no atendimento” – 69,0% – e “novas demandas pro- vocadas pela pandemia” , com 56,8% de citações. O fator que mais contribuiu negativamente para o de- sempenho não causa surpresa, foi o “cancelamento, suspensão ou redução de valores de contratos em função da Covid-19” , citado por 72,5%. O mercado de contas públicas permanece como opção para poucas agências; apenas 18,8% afir- mam participar de licitações públicas. No ano de 2020 muitos certames foram suspensos ou cance- lados, reduzindo ainda mais o incentivo a ampliação da participação de agências nessa fatia do mercado. Ainda há muitas indefinições no cenário político e econômico do País, como: qual será a cobertura vacinal a ser conquistada contra a Covid-19 em 2021 e quando? Com que ritmo os investimentos públicos e privados, inclusive internacionais, se- rão retomados para os níveis de pré-pandemia? Que consequências sociais serão expostas após essa longa fase de penúria para vários setores da economia e da população em geral? Essas, entre outras, serão as questões que de fato definirão as condições de desenvolvimento da comunicação corporativa no País e do próprio País, nesse longo ano que temos pela frente.

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