Anuario Brasileiro do Cobre | Brazilian Copper Yearbook 2020

Anuário Brasileiro do Cobre Brazilian Copper Yearbook 2020 11 Motores Elétricos - Entrou em vigor em agosto de 2019, a Portaria Interministerial que determina o IR3 Premium como o nível mínimo de eficiência aceitável para motores elétricos trifásicos novos ou recondicionados. A nova re- gra aproxima o Brasil de países que despontam no quesito eficiência energética e traz uma atu- alização, ainda que compulsória, necessária à indústria nacional. Essa carência foi confirmada em uma Pesquisa Mercadológica Sobre Mo- tores Recondicionados liderada pelo Procobre (Instituto Brasileiro do Cobre) com condução da PUC-Rio, que constatou que o parque de mo- tores brasileiro é formado por cerca de 90% de motores retificados. Em números (ano-base 2016), o total de motores trifásicos existentes no país soma pouco mais de 20 milhões de uni- dades (20.150.740). Foi apurado também que a baixa qualidade do motor reformado equivale ao desperdício de 8,43 TW/h de energia, o que representa o consumo de 4,5 milhões de residências brasi- leiras - ou a perda estimada de R$ 1,6 bilhão - e que o total de motores recondicionados é responsável por 2,8% da emissão de gases de efeito estufa (GEE) liberados na atmosfera, isso só no Brasil. O estudo traz ainda a informação de que cada 1% de perda de energia, se evitada, gera uma economia de R$ 16,2 milhões de inves- timentos na expansão de rede por parte das concessionárias. O prejuízo toma uma dimen- são ainda maior para os donos de indústrias: no setor, ao custo total das tarifas das distribuido- ras, a perda energética equivaleria ao prejuízo de R$ 4,5 bilhões no bolso da classe empresa- rial. Para o empreendedor, esses números ofe- recem a oportunidade de ponderar mais sobre o custo-benefício de aquisição de equipamen- tos reformados versus novos. É notório que a manutenção de motores antigos está atrelada à diferença de custo entre mandar recondicio- nar - ou comprar um motor recondicionado - e adquirir um motor novo. Nessa conta, o gasto energético dos equipamentos tem sido negli- genciado. O estudo baliza esse custo-benefício e aponta ao empresariado que se, à primeira vista, o preço mais barato é mais atrativo, um olhar mais apurado revela que os motores ob- soletos possuem eficiência comprometida, vida útil curtíssima e consumo energético excessivo, o que acaba encarecendo o motor reformado. Em linhas gerais, o escopo da pesquisa foi entender, de maneira mais aprofundada, dois mercados: o de serviços de reparo de motores e o de motores reformados que voltam à ati- vidade nas indústrias. Seus resultados vieram ao encontro dos interesses do Ministério das Minas e Energia (MME) e do grupo de trabalho no âmbito do Comitê Gestor de Indicadores de Eficiência Energética (CGIEE) - do qual o Pro- cobre faz parte -, cujo objetivo de melhorar a eficiência de motores recondicionados no Brasil ganha agora esse impulso adicional com o start da referida Portaria. A medida representa um grande avanço para melhorar a eficiência energética brasilei- ra e é certa sua contribuição para preservar o meio ambiente e para aumentar a competitivi- dade das empresas, uma vez que promove a redução dos custos com energia. Uma variável, porém, - a fiscalização – precisa ser uma cons- tante nessa nova etapa para que haja, efetiva- mente, o cumprimento do dispositivo legal. Para a indústria do cobre e suas ligas, a mudança que eleva o patamar mínimo de eficiência dos motores elétricos, além de as- segurar a demanda por produtos de cobre no país, reforça a singularidade de um setor capaz de responder às preocupações de de- senvolvimento sustentável da sociedade e, ao mesmo tempo, atender suas demandas. Em volume de cobre, se todos os motores que são reformados atendessem ao novo nível de efici- ência IR3, isso geraria uma demanda adicional de 15.000 toneladas anuais.

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