Anuario Brasileiro do Cobre | Brazilian Copper Yearbook 2020

Anuário Brasileiro do Cobre Brazilian Copper Yearbook 2020 31 O que é a eletromobilidade? - O desen- volvimento desta tecnologia tem como objeti- vo diminuir a produção de veículos movidos a combustível fóssil em motores de combustão interna. Neste contexto, entram os veículos hí- bridos elétricos ou veículos totalmente elétricos. Desta forma, a emissão de gases de efei- to estufa é amplamente reduzida. Atualmen- te, 14% das emissões globais de gás vêm do transporte e, dentre eles, dois terços são de transportes rodoviários. A emissão por fumaça de escapamentos não só é prejudicial ao planeta, como contribui para o aquecimento global e compromete a saúde pú- blica. Cerca de 4,2 milhões de mortes por ano se devem à poluição dos escapamentos. O governo brasileiro tem metas para a im- plantação da eletromobilidade, mas tudo que está relacionado a este assunto ainda é rela- tivamente novo. Contudo, ao redor do mundo, vários países já podem ser considerados exem- plos em que o Brasil pode se inspirar. Com a meta de ter todos os carros novos com emissão zero até 2025, a Noruega é a líder no desenvolvimento da eletromobilidade. Para viabilizar, incentivos fiscais foram disponibiliza- dos para a compra de novos veículos. Alema- nha, Irlanda e os Países Baixos pretendem, até 2030, proibir a venda de novos veículos movi- dos a combustão interna. Já o governo britânico deseja que todos os carros novos sejam zero emissão até 2040 e quer ainda adiantar esta meta para 2032. Mais de 40 países assinaram a declaração “Driving Change Together – Katowice Partnership for Electromobility” (algo como “Guiando juntos a mudança – Parceria para a Eletromobilidade”) durante a COP24, realizada em Katowice, na Polônia. Este documento é uma das dimensões concretas do estabelecimento do Acordo de Paris e dos objetivos da Ação Global Climática. Dificuldades na implantação - Apesar de ser uma tecnologia amplamente divulgada em vários países, a eletromobilidade ainda não se desenvolveu plenamente. Segundo um estudo publicado em 2018, há três áreas que contri- buem para este atraso na implantação: acessibilidade (acesso a veículos elétricos); disponibilidade de infraestrutura (como pontos de recarga); falta de investimento. Dados apontam que os veículos elétricos ain- da representam uma pequena parcela do merca- do. Apenas na União Europeia, houve crescimen- to de 0,9% entre 2014 e 2017, sendo que 85% das vendas de carros elétricos da UE são con- centradas em seis países da Europa Ocidental. Como citado anteriormente, a Noruega pro- porcionou incentivos fiscais para melhorar a capacidade financeira dos veículos elétricos. O conjunto de impostos praticado torna viável a compra destes automóveis. Já nos EUA, a me- dida adotada foram créditos fiscais disponíveis para compra de veículos elétricos, os quais te- rão validade até que cada fabricante tenha ven- dido 200 mil veículos. Mesmo com todas estas medidas fiscais, a falta de pontos de recarga ou a distribuição desigual destes pontos tem gerado insegurança aos consumidores e, muitas vezes, torna inviá- vel a aquisição de veículos elétricos. O futuro da eletromobilidade - Em um futuro sustentável, em que a descarbonização é um dos principais objetivos associados à so- ciedade, a eletromobilidade deve crescer ainda mais. Isso, entretanto, vai requerer maior inves- timento em pesquisas para o desenvolvimento da tecnologia. Outro fator fundamental é a cooperação entre governos para encorajar a sociedade e o mundo dos negócios a investir nesta tecnologia. Os problemas climáticos decorrentes do efei- to estufa já são sentidos em muitos lugares no mundo. É preciso criar soluções que respeitem o planeta, como a eletromobilidade, para que seja possível mudar a realidade climática glo- balmente. Isto só ocorrerá com ações urgentes em três principais áreas, que foram identifica- das pela presidência polonesa e divulgada na COP24: tecnologia, humanos e natureza. Fonte: IPCC

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