Anuario Brasileiro do Cobre | Brazilian Copper Yearbook 2022

Anuário Brasileiro do Cobre Brazilian Copper Yearbook 2022 17 Por Márcio Rodrigues da Silva * uso do Cobre tem sido ampliado significativamente nos últimos anos, impulsionado principalmente pelas tecnologias emergentes voltadas a geração de energia por fontes renováveis, telecomunicações, refrigeração e mobilidade. Além disso, as várias combinações de ligas de Cobre conferem versatilidade ímpar, sendo opção viável em várias novas aplicações e segmentos de mercado. O advento destas novidades resulta em um aumento contínuo das taxas de consumo per capita de Cobre, o qual aumentou 2,5 vezes nos últimos 70 anos e atualmente se encontra em 3,2 kg/pessoa (ICSG, 2021). Este fato, combinado com o contínuo crescimento populacional, apontam para um cenário promissor para o mercado de produtos de Cobre, sem indícios aparentes de estagnação a médio e longo prazo. Inevitavelmente, é percebida a necessidade de monitorar constantemente as reservas disponíveis de Cobre Primário, tanto do ponto de vista econômico, quanto geopolítico. E, embora se reconheça um contínuo crescimento da descoberta de novas minas, em um aumento de 240 para 870 milhões de toneladas nos últimos 10 anos (ICSG, 2021), é fundamental observar as potencialidades do uso do Cobre secundário (sucatas de Cobre), obtido a partir dos processos de reciclagem, por uma série de motivos, os quais serão descritos a seguir. O Cobre é um material perene, principalmente por sua característica de elevada resistência a corrosão e estabilidade frente a uma significativa gama de agentes químicos. Um estudo apresentado por Glöser (2013) estima que 2/3 dos 550 milhões de toneladas de Cobre produzidos desde o ano 1900 ainda estejam em uso produtivo. Do ponto de vista prático, temos uma “reserva urbana” de Cobre prontamente disponível para atender as demandas produtivas. O Cobre é infinitamente reciclável, sendo um dos poucos materiais que podem ser remanufaturados repetidamente sem alteração de desempenho. Desta forma, a fabricação de semielaborados a partir de Cobre secundário possuem as mesmas propriedades de um similar oriundo de fontes primárias. Neste mesmo princípio, a fabricação do Cobre pode ser feita sem prejuízos a partir de fontes mistas, permitindo uma gestão mais eficiente de recursos. O efeito combinado de sua perenidade e reciclabilidade infinita permite constatar que o processo de reciclagem do Cobre é aliado do Meio Ambiente, pois um produto feito com ligas de Cobre, quando atinge o

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