Revista Locação 104

16 Locação: A locação tem crescido ano após ano, mesmo enfrentando pandemia e a atual falta de veículos novos. Como a Movida enxerga o futuro do setor? Ainda há muitas oportunidades de crescimento? Jamyl Jarrus: A gente enxerga sim oportunidades de crescimento para o setor nos próximos anos. A pandemia trouxe uma transformação muito grande para o mercado. Saímos fortalecidos desse período. Vimos uma movimentação grande das pessoas buscando o carro como alternativa. A cultura de se pagar pelo uso em vez da posse, que já vinha se expandindo pelo mundo, cresceu aqui também. Isso fez com que, por exemplo, o modelo de carro por assinatura se consolidasse. Locação: Essa mudança de cultura é perceptível? JJ: Sim, pode até ser algo cíclico, mas o que a gente percebe é que não são apenas os mais jovens que estão descobrindo a locação. Há muita gente que se desfez do carro e está recorrendo ao veículo alugado, usando esse dinheiro da venda do carro próprio para investir. Locação: E o que aconteceu com a terceirização durante a pandemia? JJ: O que temos visto muito forte de 2021 para cá, entre as empresas, é que elas passaram a enxergar a locação com bons olhos, diante do desequilíbrio que a pandemia causou em seus caixas. Então, o segmento de terceirização também foi beneficiado, com a adesão de pequenas e médias empresas, enquanto a pessoa física buscou o carro por assinatura. São dois negócios que cresceram de forma muito contundente na pandemia. E possuem enorme potencial para crescer ainda mais. Em comparação com mercado mais maduros, como o da Flórida, o Brasil concentra ainda grandes oportunidades. Olhando para esses mercados, percebemos o quanto ainda podemos crescer, em todas as frentes. Locação: Voltando ao aluguel diário, quais foram os principais impactos? JJ: Houve medidas que favoreceram, como o fechamento damalha aérea. Obrasileiro passou a preferir viajar de carro, e pelo Brasil. Foi um fenômeno observado em todas as regiões. Então o maior uso e costume de se utilizar o carro alugado favoreceu a cultura da locação. A volta das fronteiras abertas e o fim das restrições sanitárias não deve reverter essa tendência. Tem mais gente descobrindo a locação, a base da pirâmide está se alargando. Locação: A Movida lançou novos serviços durante a pandemia? JJ: Sim, pensando no curto e no longo prazo, lançamos o Movida Cargo, para aluguel de veículos utilitários, que tem encontrado grande demanda entre pequenas e médias empresas. Esse modelo vai ao encontro da necessidade que surgiu com a pandemia de aumentar o volume de entregas, não apenas entre os grandes varejistas, que precisaram fortalecer a frota, mas também entre o pequeno negócio, as mercearias, pequenos mercados, comércio, segmento de pet, entre outros. Esses, inclusive, têm representado uma grande fatia de crescimento para companhia. Locação: Internamente, como a Movida se preparou para enfrentar a pandemia? JJ: Nos primeiros meses, fizemos internamente rápidos exercícios de adequação na prestação de Entrevista “A GENTE PERCEBE É QUE NÃO SÃO APENAS OS MAIS JOVENS QUE ESTÃO DESCOBRINDO A LOCAÇÃO. HÁ MUITA GENTE QUE SE DESFEZ DO CARRO E ESTÁ RECORRENDO AO VEÍCULO ALUGADO”

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