Revista Locação 104

29 Serviço EXISTE UMA DEMANDA comum entre as locadoras que possuem mais de uma loja, e oferecem ao cliente a possibilidade de devolução em uma cidade diferente daquela em que o veículo foi alugado: o retorno desse carro ao posto original ou a movimentação dele para outro local. Um tecnologia que surgiu na Nova Zelândia e está chegando ao Brasil pode ser uma ferramenta útil para essas locadoras. O Transfercar é exatamente isso: um aplicativo para retorno de veículos de locadoras. Por meio de um site (marketplace), usuários podem checar opções de trechos em que a locadora se dispõe a não cobrar pela tarifa. Dessa forma, o locatário retira o veículo em uma loja e o leva até uma segunda loja da locadora, em outra localidade, atendendo a uma demanda pontual da empresa e usufruindo do transporte com o veículo sem a cobrança de tarifa. Por parte da locadora, o objetivo é realocar carros, com economia no custo de movimentação, e também a otimização de custo da utilização desse veículo, ao melhorar o uso da frota dedicada. A plataforma foi desenvolvida pensando em ser mais um canal para as locadoras poderem incluir em suas estratégias de operação. “É mais uma opção de fornecedor para as locadoras conseguirem suprir a demanda de movimentação de veículos”, explica Marcelo Cueva, CEO da Transfercar para a América Latina. A startup surgiu há 12 anos na Oceania e logo se expandiu, chegando até os Estados Unidos (Flórida e Califórnia). Em virtude de seu tamanho e das perspectivas de crescimento de mercado, o Brasil foi escolhido para inaugurar a operação na América Latina. Ao contrário dos Estados Unidos, o modelo aqui é extensivo a todo o país. Numa consulta realizada pela Revista Locação no final de julho, havia mais de 300 veículos ofertados na plataforma para viagens próximas àquela data. Cueva explica que a Transfercar começou a operação no Brasil ofertando o serviço para as grandes redes de locadoras, e agora está convidando empresas de todos os portes para aderirem. Ela faz a aproximação entre as locadoras e os interessados em utilizar os serviços das empresas nas condições previstas (tarifas grátis para o trecho indicado na plataforma). Para a locadora, o primeiro passo para fazer parte do Transfercar é se conectar à plataforma. Por meio de um site dedicado, a empresa configura as lojas, tipos e modelos de veículos, seguros inclusos e outros detalhes do serviço que será ofertado para os motoristas. Cueva se diz surpreso com a procura inicial, principalmente entre trechos entre Rio e São Paulo, Goiânia a Brasília e São Paulo e a região Sul, os mais requisitados. Segundo ele, graças ao aplicativo, muita gente está acessando pela primeira vez o serviço de locação e descobrindo as vantagens e benefícios. “Muitos passam a ser usuários e defensores da locação”, afirma. Um outro público identificado por Cueva são as pessoas que têm uma visão mais ampla de mobilidade e pensam em várias possibilidades de modais quando traçam um roteiro. Elas estão propensas a, por exemplo, irem de ônibus até uma outra cidade e voltarem por meio de um veículo que esteja disponível no site da Transfercar. A Transfercar se encarrega do marketing do serviço e da validação do usuário para que a locadora efetive o contrato de locação. Esta precisa aceitar para criar o vínculo com o usuário. A Transfercar funciona como garantidora para os dois lados da transação e acompanha a operação do começo ao fim. A remuneração cobrada pela plataforma a cada operação por usuário concretizada é de R$ 300. Um dos serviços do aplicativo é o score (pontuação) da locadora e do motorista, acumulado a cada contrato. “Tem gente que já alugou mais de cinco vezes conosco desde fevereiro”, conta Marcelo. Além das diárias gratuitas, a Transfercar incentiva outras concessões das locadoras para quem fecha contrato por meio do aplicativo, como combustível e custos de pedágio, ao critério da empresa. “Acredito que o potencial no Brasil é grande”, completa Cueva.

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