O aumento de taxas de importação nos EUA e seus possíveis impactos nos preços dos veículos e no crédito no Brasil TARIFAÇO! Ano XXII | #120 | 2025 | MAIO / JUNHO Entrevistamos o Constantin Jancsó, economista do Bradesco 10 Viajamos até Belém do Pará, a capital da COP30 22 Índice Odeen de recuperação de veículos de locadoras 14 Fala, Associado! Nova seção amplia espaço para locadoras 28
2 CONSELHO GESTOR Marco Aurélio Gonçalves Nazaré, presidente Paulo Miguel Jr., vice-presidente Dirley Ricci, Lívia Cravo de Villar, Luciano Miranda Chagas, Luiz Felipe Nemer, Lusirlei Albertini, Tercio Gritsch. CONSELHO GESTOR (SUPLENTES) Eduardo Ignácio, Eládio Paniagua Jr, Jacqueline Moraes de Mello, Saulo Tomaz Froes. CONSELHO FISCAL Alvani Laurindo, Claudio Rigolino, Paulo Bonilha Jr. CONSELHO FISCAL (SUPLENTE) Daniel Bittencourt, Maria Helena Teixeira Lima CONSELHO DE EX-PRESIDENTES Adriano Donizelli, Paulo Gaba Junior e Paulo Nemer. DIRETORA EXECUTIVA Francine Evelyn EXPEDIENTE CURTA NOSSA PÁGINA FACEBOOK.COM/ABLABRASIL INSCREVA-SE NO YOUTUBE @ABLABRASIL SIGA NO INSTAGRAM @ABLABRASIL SIGA-NOS NO X X.COM/ABLA_BR COORDENAÇÃO GERAL Olivo Pucci e Francine Evelyn. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS LOCADORAS DE AUTOMÓVEIS – ABLA www.abla.com.br / email: abla@abla.com.br São Paulo: Rua Estela, 515 – Bloco A – 5º andar CEP 04011-904 – (11) 5087.4100. Brasília: SAUS Quadra 1 – Bloco J – edifício CNT sala 510 – 5º andar – Torre A – CEP 70070-010 (61) 3225-6728. COORDENAÇÃO EDITORIAL Em Foco Comunicação Estratégica E-mail: revista@abla.com.br | (11)3819-3031 Editor: Nelson Lourenço [MTB 22.899] Textos: Carolina Maia, Aurea Figueira, Anderson Hanz e Nelson Lourenço www.agenciaemfoco.com.br ARTE Ricardo Villar Martins A Revista Locação não se responsabiliza pelas opiniões emitidas nos artigos assinados. Permitida a reprodução das matérias, desde que citada a fonte. Fotos: Freepik, exceto quando mencionado
3 INTERATIVIDADE, ACESSIBILIDADE E FLEXIBILIDADE Com satisfação, agregamos mudanças na revista Locação para torná-la ainda mais digital, interativa, acessível e flexível. Nesta edição, estamos dando sequência à inclusão de vídeos curtos, hospedados no canal @ablabrasil do Youtube, que complementam algumas das reportagens e que podem ser acessados pelos links presentes nas matérias da revista. Começamos avaliando possíveis impactos das recentes medidas tarifárias adotadas pelos EUA e suas consequências nos preços de veículos e na obtenção de crédito pelas locadoras. Para aprofundar essa análise, entrevistamos o Constantin Jancsó, economista do Bradesco, que compartilha com os leitores novas perspectivas sobre o tema. Outro destaque é o lançamento do índice Odeen de recuperação de veículos, um levantamento de dados que promete ajudar as empresas a planejarem suas estratégias de ampliação e renovação de frotas, levando em conta aspectos de segurança diante das estatísticas de roubos, furtos e apropriações indébitas por modelos e por marcas. Para quem trabalha com o RAC, temos também um roteiro de turismo com carro alugado para Belém do Pará, a vibrante capital da COP30. É uma oportunidade para os clientes das locadoras percorrerem a cidade com veículos locados, a partir de dicas especiais e aproveitando o passeio ao máximo. Por fim, inauguramos a seção “Fala, Associado” e ainda relembramos momentos marcantes dos 10 anos de Fórum Jurídico da ABLA, além de uma cobertura especial da participação brasileira na International Car Rental Show, em Las Vegas. Esperamos que você aproveite e fique por dentro do que há de mais relevante no universo da locação de veículos. Boa leitura! EDITORIAL
4 NA FRENTE Vem aí a 10ª edição do Fórum Jurídico do Setor de Locação de Veículos 08 06 14 10 16 18 22 26 28 CAPA Impactos do “tarifaço” dos EUA nos preços de veículos e no crédito FROTA Índice Odeen de Recuperação de Veículos, com Ana Amorim CONTABILIDADE A depreciação acelerada pode acabar INTERNACIONAL Brasil se destaca na ICRS 2025 BRASIL VIAGEM Belém, a capital da COP30 POR DENTRO Os diferenciais do VW Tera FIM DE PAPO Palavra aberta aos associados da ABLA ENTREVISTA Constantin Jancsó, economista do Bradesco Clique nos números para ser direcionado para a página correspondente.
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6 FÓRUM JURÍDICO DAS LOCADORAS É 10! NA FRENTE As assessorias jurídicas e advogados que prestam serviços para empresas de locação de veículos terão a oportunidade de se reunir no 10° Fórum Jurídico do Setor de Locação de Veículos, organizado pela ABLA. Serão dois dias de debates, 06 e 07 de agosto, na capital paulista. Conforme o vice-presidente da associação, Paulo Miguel Júnior, o evento continua com caráter técnico, porém com programação cada vez mais voltada também para empreendedores e proprietários de locadoras. “Estamos projetando uma série de apresentações qualificadas, com destaque para a modernização da legislação e das jurisprudências relacionadas à nossa atividade”, adianta ele. Edição do ano passado teve recorde de participações e temas jurídicos relevantes para a atividade de locação “Estamos projetando uma série de apresentações qualificadas, com destaque para a modernização da legislação” A 10ª edição reunirá assessorias jurídicas das empresas de aluguel de carros e dos sindicatos patronais das empresas de locação de veículos (SINDLOCS), cuja parceria com a ABLA é muito forte. Conforme Paulo Miguel Júnior, a programação “certamente abordará as questões que, de modo imediato, afetam o ambiente de negócios do setor. O que vamos fazer é estimular a troca de experiências e de soluções focadas na segurança jurídica necessária para o ambiente de negócios e para as operações das locadoras”. Assim que as inscrições forem abertas, as locadoras serão imediatamente informadas pela ABLA por SMS, e-mail marketing e pelas outras ferramentas de comunicação da entidade.
7 A primeira edição do evento, em 2015, no edifício Clésio Andrade, em Brasília (DF) Na retomada presencial, a primeira edição do Fórum em São Paulo (SP), em 2023 A identidade visual do evento e das entidades organizadoras: ABLA e FENALOC Dr. Adriano Castro, assessor jurídico do setor, conduzindo as primeiras edições Em 2019, ainda em Brasília (DF), na última edição realizada antes da pandemia Participantes da edição de 2016: quórum praticamente dobrou de um ano para o outro Paulo Miguel Júnior, vice-presidente da ABLA, coordenou a programação em 2024
8 “TARIFAÇO” ATRAPALHA O CRÉDITO E ELEVA OS PREÇOS? O “tarifaço” dos EUA pode levar a um aumento dos preços dos carros no Brasil e, potencialmente, a uma elevação das taxas de juros para as locadoras, em busca de crédito para aumentar ou renovar frotas? Essa é a pergunta que vem “tirando o sono” de boa parte dos empresários, desde que as novas alíquotas estabelecidas pelo Governo Trump encareceram importações de veículos e peças nos EUA. CAPA
9 Também há os impactos nos custos de produção e, consequentemente, nos preços dos carros. Aqui no Brasil, a incerteza causada pela guerra comercial está gerando dúvidas operacionais, estratégicas e financeiras até para as locadoras de veículos. Afinal, se já estava complicado renovar ou ampliar as frotas, principalmente em função dos preços dos carros, imagine com mais custos embutidos. Já em relação ao crédito, uma possível escalada da crise econômica e comercial poderia levar as instituições financeiras a aumentarem ainda mais as taxas de juros para financiamentos de veículos (sobre isso, veja também a entrevista do economista do Bradesco, Constantin Jancsó, nas próximas páginas). Ou seja, a questão fundamental que se apresenta para as empresas do setor de locação é: Como lidar com decisões que chegam de fora, mas que ‘doem’ aqui no Brasil? Para o presidente da ABLA, Marco Aurélio Nazaré, é cedo para encontrar as respostas definitivas. “Entendo que ainda é prematuro fazer muitas previsões”, avaliou ele, em recente entrevista para o jornal Valor Econômico. Porém, há chance de termos algum aumento de custos, principalmente em função da dependência tecnológica que o país tem para atender a demanda das montadoras aqui instaladas. Por outro lado, a chegada de mais veículos produzidos no México pode ajudar a aumentar a oferta e, consequentemente, auxiliar a frear aumentos de preços nos veículos. Por fim, até a cadeia de fornecimento de peças automotivas pode ser afetada. Para o bem ou para o mal, fato é que o “tarifaço” dos EUA tende mesmo a causar impacto direto nos preços dos carros no Brasil durante o decorrer deste ano de 2025. “É preciso que, ao longo do ano todo, os empresários do setor de locação estejam atentos ao comportamento do mercado, junto com o comportamento das taxas de juros”, completa Marco Aurélio Nazaré, da ABLA. Veja mais nas próximas páginas, na entrevista e no vídeo que gravamos com o economista Constantin Jancsó, do Bradesco. Há chance de termos algum aumento de custo e de preço em produtos, peças e até em serviços MARCO AURÉLIO NAZARÉ, PRESIDENTE DA ABLA: “AINDA É CEDO PARA FAZER MUITAS PREVISÕES” “ “
10 ATENÇÃO, CAUTELA E MONITORAMENTO ENTREVISTA Constantin Jancsó, nosso entrevistado desta edição, é formado em economia e história pela Universidade de Michigan (Ann Arbor, MI, EUA) e mestre em economia e finanças pela FGV-SP. Ele está no Bradesco desde 2016 e trata, aqui, da conjuntura brasileira e mundial, principalmente em relação à indústria automotiva e ao mercado financeiro. CONSTANTIN JANCSÓ, ECONOMISTA DO BRADESCO Jancsó avalia possíveis consequências das recentes medidas tarifárias adotadas pelo Governo dos Estados Unidos, que está impondo desafios inclusive para as locadoras no Brasil. Afinal, as empresas do setor seguem precisando de crédito para a renovação ou ampliação das frotas. 0:50 / 2:50 HD Confira os principais trechos da nossa conversa e veja mais também no canal @ablabrasil do Youtube.
11 “Não se trata de um cenário alarmante, mas também não é possível afirmar que está tudo sob controle” Locação: Quais os possíveis impactos desse novo tarifário dos EUA na indústria automotiva? Constantin Jancsó: Resumidamente, setores específicos, como o da indústria automotiva, enfrentarão alíquotas de importação ainda mais elevadas nos Estados Unidos, onde o chamado tarifaço tende a ser inflacionário, elevando por lá os custos e preços, sobretudo no setor automotivo. Do lado mexicano, por exemplo, a dependência do mercado americano como principal destino de exportação levanta a possibilidade de redirecionamento da produção para o Brasil, dada a existência de um acordo de livre-comércio que temos com aquele país. Locação: Como essa dinâmica internacional pode afetar o custo do dinheiro, as taxas de juros, enfim, as condições para a obtenção de crédito? Constantin Jancsó: Antes do anúncio das tarifas, o Banco Central brasileiro estava em um ciclo de alta de juros, com expectativa de pelo menos outras duas elevações adicionais de 0,50 ponto percentual. A ideia era manter os juros em torno de 15,5% por um período prolongado, para então iniciar um ciclo de cortes no final do ano. Com o novo cenário, e considerando o efeito desinflacionário potencial do tarifaço para o Brasil, essa trajetória pode mudar. A expectativa agora é de uma única alta adicional de 0,50 ponto percentual. Em outras palavras, as tarifas americanas ajudam a conter a inflação no Brasil, o que pode fazer com que o Banco Central suba menos os juros do que se imaginava anteriormente. Locação: É possível dizer que o Brasil será um dos países menos afetados pelo “tarifaço”? Constantin Jancsó: Não se trata de um cenário alarmante, mas também não é possível afirmar que está tudo sob controle. O momento exige atenção, cautela e monitoramento constante. O aumento de barreiras comerciais tende a enfraquecer o crescimento do comércio global, o que reduz a atividade econômica mundial como um todo. Dificilmente o Brasil ficará imune a esse impacto. É fundamental equilibrar a análise dos efeitos diretos sobre a cadeia automotiva com os efeitos mais amplos de um crescimento global muito mais lento.
12 Os pequenos e grandes frotistas do Brasil possuem um grande aliado para manter frotas de veículos: trata-se do e-Frotas, que permite baixar informações atualizadas direto da base da Senatran, incluindo documentos digitais como o CRLVe, e eventos de infrações e alterações em carros e caminhões. Tudo isso com confiabilidade e segurança, legitimidade dos dados recebidos e redução significativa dos riscos de negócio. O e-Frotas permite também a consulta de dados sobre recall dos veículos, enviados pelos fabricantes à Senatran e que podem ser repassadas aos proprietários. Assim, quem depende de viaturas de carga e passageiros para fazer seus negócios é avisado sobre a necessidade de realizar paradas técnicas, bem como quando elas são efetuadas com sucesso. É mais segurança para o profissional de transportes brasileiro. O e-Frotas avisa o transportador de uma ampla gama de eventos de forma automática e rápida. São diversos cadastrados, por exemplo, junto ao Sistema Nacional de Infrações Solução da Senatran em parceria com o Serpro permite manter cadastro de veículos com dados atualizados em tempo real TENHA CONTROLE SOBRE OS DADOS DE SEUS VEÍCULOS PUBLIEDITORIAL (RENAINF). Entre os dados de infração que podem ser recebidos nos sistemas do empresário e de outras organizações, estão a autuação e penalidade da infração, cancelamento, alteração de valor, deferimento de recurso e pagamento da infração. É possível, ainda, consultar CNPJ do proprietário do veículo, placa de licenciamento, confirmação de propriedade, roubo ou furto e restrições judiciais que recaiam sobre aquela moto, carro, ônibus ou caminhão. São informações legítimas e fidedignas, direto da base de dados da Senatran. Com atualizações em tempo real, reduz-se também o número de requisições necessárias pelos sistemas do cliente, já que elas são recebidas assim que entram no cadastro da Secretaria Nacional de Trânsito. Para ver o passo-a-passo da contratação do e-Frotas, basta acessar a loja do Serpro: https://loja.serpro.gov.br/efrotas. Lá, é possível encontrar informações como o custo e forma de faturamento dos serviços, bem como contatar a equipe de negócios responsável pelo produto.
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14 O levantamento detalha os modelos mais visados e os tipos de ocorrências que exigiram intervenção da Odeen. No ano passado, o Hyundai HB20 liderou com 33% das ocorrências de apropriações indébitas, seguido pelo Chevrolet Onix (25%), Fiat Mobi (16%), Fiat Argo (15%) e Jeep Renegade (6%). Nos casos de roubo/ furto e fraudes (R/F/Fr), o HB20 também foi a vítima mais recorrente, com 43% dos registros da Odeen, seguido por Onix (28%), Argo (23%) e Gol (3%). “Isso revela um perfil de preferência dos criminosos por veículos populares e de fácil revenda” diz a CEO da empresa, Ana Amorim. A explicação mais lógica é que, com a prevenção ganhando a atenção das locadoras para reduzirem os riscos na locação de veículos mais caros, os criminosos passaram a visar A partir desta edição, a ABLA passará a publicar periodicamente o “Índice Odeen de Recuperação de Veículos”, com estatísticas sobre marcas e modelos com incidência de roubo, furtos, fraudes e apropriações indébitas (veja gráficos). Não se trata de estimular locadoras a deixarem de comprar ou de alugar esses carros, mas sim de ajudar a estudar estratégias para veículos que mais estão precisando de soluções de prevenção. ÍNDICE ODEEN DE RECUPERAÇÃO DE VEÍCULOS FROTA também outros modelos, teoricamente menos monitorados ou rastreados. “Daí a importância do investimento em prevenção para toda a frota, independentemente do modelo ou marca”, acrescenta Ana Amorim. Sobre os locais em que os veículos das locadoras são mais visados, em 2019, ainda conforme o Índice Odeen, 41% das apropriações indébitas ocorriam em São Paulo. Em 2024, o índice naquele estado caiu para 36%, o que não significa que o volume de apropriações diminuiu em São Paulo, mas sim que a incidência está cada vez mais pulverizada pelo país. Tanto é que, depois de São Paulo, no ano passado os estados com mais recorrência de casos foram Minas Gerais e Rio de Janeiro, com 8% cada um. Em terceiro lugar ficou o Paraná, com 7% das incidências ANA AMORIM, CEO DA ODEEN: “ESTATÍSTICAS SÃO ESSENCIAIS PARA APERFEIÇOAR AS ESTRATÉGIAS DAS LOCADORAS” Daí a importância do investimento em prevenção, independentemente do modelo ou da marca “ “
15 de apropriações indébitas, seguido da Bahia, com 5%. E o ranking da Odeen ainda teve Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul empatados com 4%. Vale dizer que, das aproximadamente 15 mil recuperações de veículos obtidas pela empresa no ano passado, embora a maioria dos casos tenha sido originado no aluguel diário (RAC), houve também 8% de carros destinados à terceirização de frotas que foram subtraídos das locadoras – e recuperados pela Odeen. Veja mais na entrevista da Ana Amorim no canal@ablabrasil do Youtube. 0:50 / 2:50 HD
16 DEPRECIAÇÃO ACELERADA PODE ACABAR! CONTABILIDADE A depreciação de veículos sempre foi uma variável crítica na contabilidade das locadoras. Contudo, o que muitas empresas ainda ignoram — e pagam caro por isso — é o poder estratégico do laudo de depreciação acelerada como instrumento de economia tributária e inteligência financeira. *Paulo Henrique é CEO da AuditLocOne As locadoras precisam, então, correr em busca de obter seus laudos para aproveitamento normal nos próximos anos de 2026 e 2027 ou, ainda, gerar créditos para utilização futura. O mínimo de ganho que a locadora obtém, quando possui laudo técnico, é de 2,78% sobre o valor da frota (NF). Vale aqui relembrar conceitos fundamentais sobre depreciação acelerada. Enquanto a Receita Federal impõe uma vida útil padrão de cinco anos para veículos, a realidade do setor de locação mostra um ciclo muito mais curto: em média 12 a 24 meses. Esse descasamento entre a norma fiscal e a prática operacional No entanto, com o advento da Reforma Tributária, que extinguirá o PIS/COFINS em dois anos, os laudos não mais trarão efeito algum. Mas, atenção: os créditos anteriores à Reforma poderão ser utilizados de forma escalonada.
17 tem um custo alto — especialmente para empresas no regime do Lucro Real. O laudo de depreciação acelerada é um parecer técnico, elaborado por órgãos públicos habilitados, que atesta que determinado ativo — no caso, veículos de locadoras — possui uma vida útil econômica menor que a prevista na legislação. A justificativa se baseia em fatores objetivos como: Alta quilometragem em curto espaço de tempo Desgaste acelerado por uso intenso Renovação precoce da frota como estratégia de mercado Com esse laudo em mãos, a empresa pode contabilizar uma depreciação maior em menos tempo, aumentando os créditos com PIS/ COFINS e as despesas dedutíveis, reduzindo a base de cálculo do IRPJ e CSLL, não afetando as depreciações societárias contabilizadas nos balanços das locadoras. O termo correto mesmo é: Laudo de Depreciação Diferenciada, que na prática “acelera” a utilização das depreciações em 100% ante os 40% ou 60% que a locadora contabiliza como despesas quando deprecia a 20% ao ano. Na prática as locadoras conseguem depreciar no mínimo 33% ao ano, haja vista que, principalmente nos contratos de terceirização, o carro fica, em média, de 24 a 36 meses na operação. Ou seja, um carro adquirido por R$ 100 mil, se depreciado conforme a tabela da Receita, gera uma dedução anual de R$ 20 mil. Já com o laudo reduzindo a vida útil para dois anos, a dedução anual sobe para R$ 50 mil — uma diferença de R$ 30 mil por ano, por veículo! Para frotas com centenas de carros, o impacto na economia tributária é significativo, podendo representar milhões em impostos diferidos. Além desse benefício tributário, o laudo fortalece a governança contábil e demonstra Locadoras precisam correr em busca de obter seus laudos para aproveitamento normal em 2026 e 2027 PAULO HENRIQUE É CEO DA AUDITLOCONE E ESPECIALISTA EM TRIBUTAÇÃO PARA LOCADORAS aderência à realidade econômica da operação. Sem esse respaldo técnico, a Receita Federal pode glosar a dedução — o que significa risco de autuação, multas e juros. É importante destacar que esse benefício se aplica apenas às empresas no Lucro Real, onde a apuração do IRPJ e CSLL é feita sobre o lucro contábil ajustado e as apurações do PIS/COFINS levam em conta as despesas com depreciação. No Lucro Presumido, a depreciação não altera a base de cálculo dos tributos, não trazendo assim qualquer vantagem para a locadora. Em tempos de margens apertadas, o laudo de depreciação acelerada se revela um diferencial estratégico. Sua aplicação correta pode representar eficiência fiscal, melhor alocação de capital e segurança jurídica para as locadoras de veículos. O setor de locação tem suas especificidades — e a contabilidade precisa acompanhá-las de perto. Ignorar esse alinhamento é, na prática, pagar mais imposto do que se deve. “ “
18 BRASIL SE DESTACA NA ICRS 2025 INTERNACIONAL As locadoras brasileiras estiveram representadas pela ABLA na International Car Rental Show (ICRS 2025), que ocorreu em Las Vegas (EUA). O vice-presidente da associação, Paulo Miguel Júnior, tomou parte em um dos painéis mais importantes do evento, discutindo os impactos da crescente presença das marcas chinesas na América Latina. Globalmente, já são 67 montadoras chinesas operando, contra apenas 38 oriundas dos demais países. “Vimos, por exemplo, que quase 80% do mercado mundial de carros elétricos está nas mãos da China”, conta Paulo Miguel Júnior, da ABLA. No evento, também foram apresentados resultados da pesquisa State of Car Rental Report 2025, desenvolvida pela RateGain, em parceria com a Auto Rental News. “Foi mostrado que 64% das locadoras ainda definem preços de forma reativa, baseando-se nos concorrentes”, diz o CEO da JGCorp, Julian Gritsch, também presente na delegação brasileira. O levantamento da RateGain ainda apontou que 70% das locadoras dependem mais de treinamentos informais do que cursos de qualificação profissional, o que leva à subutilização de ferramentas de trabalho disponíveis; 43% citam a lentidão “Quase 80% do mercado mundial de carros elétricos está nas mãos da China”
19 no suporte ao cliente como seu maior desafio; e 56% afirmam que não têm planos de eliminar o atendimento presencial. Outro destaque da ICRS 2025 foi a palestra do próprio Julian Gritsch, tratando de um dos temas que já vem transformado o mercado brasileiro de locação de veículos: “Inteligência Artificial: aplicações reais para operações de locadoras”, com o compartilhamento de casos e resultados práticos para as empresas de aluguel de carros. Paralelamente, a programação extra da comitiva brasileira também esteve entre os pontos altos da experiência em Las Vegas. Houve visita exclusiva à ACE Rent a Car, onde a delegação nacional conheceu de perto a operação da empresa; outro encontro estratégico com a Green Motion International; e, ainda, reunião com os líderes da Move Rental Cars, locadora comandada por brasileiros nos EUA. Veja mais sobre a ICRS 2025 nos shorts de Paulo Miguel Júnior e Julian Gritsch no canal @ablabrasil do Youtube. 0:50 / 2:50 HD Paulo Miguel Júnior 0:50 / 2:50 HD Julian Gritsch
20 Paulo Miguel Júnior, vice-presidente da ABLA, ao microfone no painel sobre a presença das montadoras chinesas na América Latina Networking nos intervalos e nos ‘coffees’ também é outro benefício gerado pelo evento aos participantes do Brasil Encontro de parte da comitiva brasileira no espaço da INFO, parceira de negócios da ABLA
21 Momentos de confraternização da comitiva brasileira também estiveram entre os pontos altos da experiência em Las Vegas Reunião entre integrantes da delegação brasileira no evento: compartilhamento de conhecimentos e soluções Martin Romjue, editor da Auto Rental News; Alex Aryafar, CTO e fundador da Rent Centric; Julian Gritsch (CEO da JGCorp) e Júlio Valcarcel, Portfolio Manager da Sofiac Travel Visita exclusiva à ACE Rent a Car, onde a delegação nacional conheceu de perto a operação da empresa nos EUA
22 redores revelam cenários surpreendentes a cada quilômetro. Neste roteiro de 3 dias, você vai descobrir que Belém é perfeita para ser explorada sobre quatro rodas. Com distâncias curtas e boas estradas, a viagem convida a desacelerar e aproveitar desde o centro histórico até praias de água doce em vilarejos encantadores. Tudo no seu tempo, com o conforto do seu carro e a emoção de descobrir um dos destinos mais autênticos do Brasil, quilômetro a quilômetro. Com paisagens exuberantes, sabores intensos e cultura vibrante, capital do Pará é um destino perfeito para ser descoberto em uma roadtrip BELÉM SOBRE RODAS: 3 DIAS DE DESCOBERTAS ENTRE NATUREZA, CULTURA E SABORES BRASIL VIAGEM Viajar de carro é mais do que se deslocar de um ponto a outro, é ter a liberdade de criar o próprio tempo, escolher o caminho, fazer paradas inesperadas e viver cada detalhe da estrada. E quando o destino é Belém, capital paraense encravada no coração da Amazônia, o trajeto se transforma em uma verdadeira imersão sensorial. Entre aromas intensos, sabores exóticos, cores vibrantes e paisagens que mesclam história, cultura e natureza, a cidade e seus ar-
23 Comece o dia com um passeio de carro pelo centro histórico de Belém. Estacione nas proximidades da praça central para conhecer a imponente Catedral Metropolitana de Belém, ou simplesmente Catedral da Sé – em estilo neoclássico e barroco foi construída em aproximadamente 1719; o Forte do Presépio datado de 1616 e a bela vista para a baía do Guajará. Em um raio de 1 km, você também visita o Espaço Cultural Casa das Onze Janelas e o Museu de Arte Sacra, situado no antigo Palácio Episcopal. A menos de 5 minutos de carro dali (cerca de 2 km), é a vez de conhecer um ícone da cidade e parada obrigatória quando se visita Belém, ainda mais se for a primeira vez: o Mercado Ver-o-Peso. Estacione nas imediações e explore a pé a feira de peixes, ervas, frutas regionais e artesanato. Almoce ali mesmo: experimente o famoso filhote com açaí ou uma caldeirada paraense. À tarde, siga 3 km até o Complexo Feliz Lusitânia – um grupo de monumentos e edificações portuguesas dos séculos XVII e XVIII tombado como patrimônio –, e depois dirija mais 2 km até o Mangal das Garças, um parque ecológico com borboletário, viveiro de pássaros e uma torre de observação com vista panorâmica da cidade. Finalize o dia a 4 km dali, jantando em um dos restaurantes da orla do Portal da Amazônia ou do bairro da Cidade Velha. Dia 1 – Centro histórico e sabores do Ver-o-Peso (Deslocamentos curtos – até 5 km)
24 Comece o dia dirigindo 10 km (cerca de 20 minutos) até o Parque Estadual do Utinga, onde é possível fazer trilhas, alugar bike ou caiaque e aproveitar a natureza preservada. Siga então mais 5 km (aproximadamente 15 minutos) até o bairro do Marco, onde fica o Museu Paraense Emílio Goeldi, fundado em 1911 é referência em biodiversidade amazônica. Reserve pelo menos 1h30 para o passeio entre árvores centenárias e animais típicos da região. Dia 2 – Cultura, natureza e sabores típicos (Percurso total: aproximadamente 25 km) Na hora do almoço, dirija cerca de 6 km até o bairro de Nazaré onde há boas opções gastronômicas para se deliciar com a típica culinária paraense, famosa por pratos como tacacá, maniçoba, pato no tucupi e caruru, além de doces e frutas regionais. No fim da tarde, vá de carro até a orla de Icoaraci, distrito a 12 km do centro (30 minutos de carro), famoso pelo pôr do sol e pelo artesanato em cerâmica marajoara. Jante por lá e aproveite o clima mais tranquilo do bairro. Cartão postal do Parque Estadual do Utinga (PEUt), a árvore da espécie Samaumeira é conhecida como “Rainha da Floresta”.
25 Reserve o dia para uma pequena roadtrip: saindo cedo de Belém, dirija por cerca de 70 km (mais ou menos 1h45) até Mosqueiro, distrito com clima de vila de praia e mais de 17 praias fluviais com águas salobras e com ondas. A estrada é boa e sinalizada, passando pela rodovia PA-391. Ao chegar, escolha uma das praias mais famosas, como Praia do Paraíso ou Praia do Marahu, para curtir o dia. Mosqueiro é perfeita para banhos, caminhadas na areia e almoços à base de peixes frescos e camarão. À tarde, vá até a Vila de Mosqueiro, caminhe pelo trapiche e compre doces típicos, como o suspiro. Retorne no fim do dia, aproveitando o pôr do sol na estrada de volta a Belém. Dia 3 – Ilha de Mosqueiro: praia e estrada (Ida e volta: cerca de 150 km, 2h cada trecho) Fica a dica: faça bom uso do GPS ou use apps de navegação. Belém tem trânsito intenso em horários de pico, então planeje os deslocamentos com margem de tempo e paciência para aproveitar a cidade no seu ritmo.
26 O SUV que combina robustez, estilo e inteligência embarcada é a nova aposta da Volkswagen para o mercado de locação — com atrativos que vão da conectividade à proteção total. NOVO VOLKSWAGEN TERA CHEGA COM FOCO EM TECNOLOGIA E SEGURANÇA POR DENTRO O Volkswagen Tera chega ao Brasil com a proposta de redefinir o segmento de SUVs urbanos no país. Desenvolvido para quem valoriza tecnologia, conforto e segurança, o modelo é uma aposta da montadora para ganhar espaço também nas frotas de locadoras. Com design robusto e linhas modernas, o Tera chama a atenção logo de cara. Mas o visual é só o começo: o veículo vem equipado com recursos avançados de assistência ao condutor, como o Front Assist com frenagem autônoma de emergência e o Controle Adaptativo de Velocidade e Distância (ACC).
27 Outro destaque é o painel digital personalizável de 10,25", que permite ao motorista escolher as informações mais relevantes em tempo real. O sistema VW Play Connect garante conectividade e controle de diversas funções do veículo com apenas alguns toques. O Tera também impressiona pelo pacote de segurança: são 6 airbags, sensores inteligentes para manutenção de faixa, detector de ponto cego e assistência de saída de vaga. Além disso, o SUV conta com câmera de ré, iluminação ambiente em LED e faróis full LED para máxima visibilidade em qualquer condição. Para os apaixonados por inovação, o Novo Tera ainda reserva surpresas como carregador por indução e ícones gráficos escondidos no design, os famosos easter eggs, que reforçam o DNA moderno do modelo. Tudo isso com a qualidade Volkswagen que o mercado de locação já conhece.
28 FALA, ASSOCIADO! FIM DE PAPO Nesta edição, confira os depoimentos da Carmem Marcela, da Rovema Locadora; e da Cláudia Marques, da Experience Locadora, sobre a satisfação em fazerem parte do quadro associativo da ABLA. A Rovema fica em Porto Velho (RO) é associada da ABLA desde junho de 2007. A Experience, que tem sede em São Paulo (SP), está com a gente desde novembro de 2005. Fala, associado! 0:50 / 2:50 HD 0:50 / 2:50 HD
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