Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2022

A INFLUÊNCIA IMPACTA A ECONOMIA, O COMPORTAMENTO, OS AFETOS E MUITO MAIS. A influência hoje é visível em grande escala e sacode o planeta de quase 8 bilhões de pessoas. O Brasil está entre os campeões nesse negócio – com mais de 100 milhões de usuários no Instagram (só perdemos para Índia), somos ágeis nessa engrenagem. Curioso notar que reality shows da chamada mídia de massa, como BBB, são fábricas de influenciadores por aqui. O sujeito participava para ganhar R$ 1.5 milhão, agora vai para o jogo e fatura milhões...de seguidores em semanas e cifras altíssimas em meses. “A sociedade do século XXI não é mais a sociedade disciplinar, mas uma sociedade de desempenho. Também seus habitantes não se chamam mais “sujeitos de obediência”, mas sujeitos de desempenho e produção. São empresários de si mesmos”. BYung-Chul Han, Sociedade do Cansaço. Somos contadores de histórias há milênios e hoje temos de contá-las “24 por sete”, quase uma compulsão. Projetamos e introjetamos o que vemos, ouvimos, sentimos, percebemos. Os trejeitos, a moda, o sotaque, a comida, a fofoca, a notícia, a causa, a dança, ah, a dança... queridinha das redes sociais. São múltiplas linguagens, mas o fato é que o marketing de influência nasce de comportamentos e histórias que engajam tendo em vista sobretudo o entretenimento, a motivação econômica e corporativa. Na linha de frente, do poder de fenômenos como Anitta, Neymar, Bruna Marquezine, Felipe Neto, grifes consagradas, aos que surpreendem pela originalidade, como a menina Alice, que antes mesmo de completar três anos de idade já tem publipost com Fernanda Montenegro. Precoce, brasileira, moradora de Londres, Alice já é uma velha conhecida de grandes marcas que flertam também com grandes causas. Alice vende produtos, serviços, ideias e influencia diretamente milhões. Pertence à massa. Não à mídia de massa, mas à massa de pessoas midiáticas que influenciam em escala praticamente industrial. Vale lembrar as Olimpíadas de Tóquio 2021 quando vimos explodirem atletas influencers como Rayssa Leal, skatista, 14 anos, hoje com mais de seis milhões de seguidores no Instagram. Têm os clássicos do humor, como Porta dos Fundos e Whindersson Nunes. Compactuem ou não, há um Brasil continental crescendo vertiginosamente em geração de creators, ou criadores no bom português. Praticamente a reinvenção do marketing junto com profissionais de comunicação que têm corrido maratonas para alcançarem a permanente transformação das redes e seus protagonistas, entre eles, inclusive, o algoritmo. Vamos às escalas. Temos o influenciador hero, o macro, o médio, o micro e o nano, esses dois últimos, em geral, os superespecialistas em determinado nicho, tema, setor, um ativista, o vegano, o professor de yoga. E lá vamos nós atrás deles. Quem influencia quem? Como? - Pensar na ética da influência é importante. Só no Instagram, há mais de 9 milhões de influenciadores digitais, no Brasil, segundo o Statista. É a chamada era da economia dos criadores. O hero, com mais de 10 milhões de seguidores. O macro, de 1 a 10 milhões. O médio, de 100 mil a 1 milhão. O micro e o nano de 10 a 100 mil. E os brand advocates com até 2 mil fiéis que multiplicam temas, marcas, causas. Em tempo, vale mencionar uma categoria de influenciadores intitulada “genuínos”. Designada pela WGSN, são os “genuinfluencers”, que não desejam vender qualquer coisa, mas estabelecer conexões a partir de valores, ideias, informação, em tese, relevante De olho neles. Influenciadores conectam fãs às marcas a partir de suas comunidades engajadas. Seus coletivos, “tribos”, pessoas que levantam bandeiras mais ou menos políticas, mais ou menos estéticas, mais ou menos consumistas, porém com a força da influência que cresce em progressão geométrica. Surgem oportunidades de conexão de marcas com pessoas, de marcas com ideias, de marcas com propósitos, de marcas com conceitos que pedem transformação. Surgem roteiros potentes. Entre nossos desafios como profissionais de comunicação está selecionar a melhor voz para a marca, para a narrativa, e não apenas transferir, delegar a responsabilidade reputacional de uma instituição a um criador. É fundamental aferir valores, comportamentos, atitudes, conexões. Como gerir expectativas nesse sentido. Motivar conversas consistentes que sustentem uma ou mais campanhas a partir delas. Qualificar tudo isso. Quantificar. Medir. Aqui vale dizer e destacar que a MSL, no Brasil e no mundo, tem o Fluency, ferramenta proprietária imensa que apoia times sêniores e jovens em toda atuação junto aos criadores e clientes. De ponta-a-ponta, coleta dados, faz a curadoria das vozes, apoia o desenvolvimento de estratégias, monta campanhas, gera e mensura resultados junto a empresas como Azul Linhas Aéreas, Instagram, Invisalign, Pampers e Oral-B. O Fluency tem uma das maiores bases de influenciadores indexados no Brasil: 500 mil. E vai seguir crescendo. Para trabalhar o marketing de influência - um pouco de tudo que falamos até aqui aliado à tecnologia – buscamos, na MSL, com nossas ferramentas, nossos estrategistas e clientes, fortalecer a ideia de influenciar atitudes construtivas. Economias circulares. Planeta saudável. Floresta preservada. O não às fake news. O sim à diversidade. Motivar a partir da engrenagem da influência debates e atitudes transformadoras. A geração Z, nativos digitais do final dos anos 90, da mudança de século, pode ajudar O próximo passo? Inspirar causas, fomentar reflexões, motivar debates, formar senso crítico, falar sobre diversidade, saúde mental*, gerar awaraness, vender conceitos e, sim, produtos. Somos a sociedade do consumo, mas desejamos a formação de cidadãos. Nessa trilha, a tecnologia vem junto. Nos desafia a escrevermos os próximos capítulos da história da comunicação. Avaliarmos melhor nosso papel. Aprendermos mais. Perseguirmos o combate às fake news, criarmos ambientes saudáveis, humanizarmos a conversa mais e mais. Essa é a era da “economia criativa”**. Vamos manter na pauta o olhar criativo. Legítimo. Vamos cocriar e ao mesmo tempo combater a desconfiança, as informações irrelevantes. Nossa missão está fácil? Não. Mas quem disse que seria? E o marketing de influência, ou um conceito mais recente, a “creator economy”***, é estratégico nesse ecossistema. Na MSL seguimos atentos e com a tecnologia afiada, com o Fluency e outras ferramentas. Olhamos para temas como a descentralização das redes. Influência via plataformas de games, e-commerce, empresas, varejo, livestreams, metaverso. Marcas competindo com criadores de conteúdo e vice-versa? Sigamos. Sigamos atentos e interconectados. * Em 2021 50%+ de buscas sobre saúde mental na Internet. ** Uma economia criativa baseia-se no uso da imaginação criativa para aumentar o valor de uma ideia. John Howkins desenvolveu o conceito em 2001 para descrever sistemas econômicos em que o valor é baseado em novas qualidades imaginativas, em vez dos recursos tradicionais de terra, trabalho e capita. *** O influenciador, o criador como empreendedor, como marca empreendedora tentando instituir uma forma noiva de se comunicar com sua comunidade e de monetizar seu conteúdo. Vivemos o tempo da influência amplificada, gamificada, dançada, bem-humorada, cancelada, ativista, nichada. As tribos e seus criadores têm corpos diversos, gêneros tantos, cabelos multicoloridos, etarismo em pauta e muita reflexão a ser colocada sobre a mesa. MSL ANDREOLI

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