Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023

Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023 104 MERCADO DA COMUNICAÇÃO CORPORATIVA O realista esperançoso não se deixa seduzir cegamente pelas fantasias que o mercado cria BRAVA Dois mil e vinte e dois foi tão bom, mas tão bom para o mercado da comunicação corporativa, que dá até medo de comemorar. O fato é que crescemos. Sei disso não pelas vozes de minha cabeça, mas porque há no mundo colegas sinceros, além de um punhado que só fala em riqueza e prosperidade. Com certeza você aí conhece ao menos um gestor que nunca sofreu uma derrota, nunca perdeu cliente, sempre vence concorrências astronômicas e está sempre na bonança. Faz-nos lembrar o Poema em Linha Reta, de Fernando Pessoa: “Nunca conheci quem tivesse levado porrada. Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.” Afora os semideuses, 2022 veio lindo, pulsante, latejante, estonteante, um regozijo. Porém também vimos no nosso ecossistema redações esvaziadas, notícias velhas, erros básicos de portugueiz em jornais tão tradicionais. Aliás, um amigo disse que hoje só compra jornal porque usa no cantinho de seu cachorro, pois é mais barato que o tapete higiênico. Eu me ofendi e por pouco não desfiz a amizade. Seguimos. Focamos em planejamento, em estratégias, em estruturação de equipes, em métricas e análise de resultados, muito mais do que na execução de tarefas. Em associações, ajudamo-nos uns aos outros. E vimos que cada vez mais a adaptabilidade vem se tornando uma característica fundamental para os comunicadores. Quem consegue ser maleável às mutantes realidades seguirá em movimento, com a união perfeita da comunicação, marketing e tecnologia. Não há comunicação on e off, é tudo comunicação. É ineficaz considerar apenas uma parte. O escritor Ariano Suassuna dizia-se um realista esperançoso. É aquela pessoa que não se deixa seduzir cegamente pelas fantasias que o mercado cria, mas também não deixa de acreditar em dias melhores, baseando-se em números e perspectivas, claro. E é nessa toada que vamos andando. Olho para o nosso segmento e vejo, sim, um oceano azul, especialmente para quem enxerga a comunicação como um todo, como sendo essencial para a gestão de qualquer empresa. As concorrências voltaram a ser mais frequentes, a busca pelos serviços aumentou e a prospecção tem funcionado bastante. Não há como evoluir sem aprendizado contínuo. Em vez de rechaçar as novas tecnologias, sobretudo o queridinho ChatGPT, é mais eficiente entender o seu funcionamento e como ele pode apoiar o nosso trabalho. Lembro que quando o Google chegou às redações, os jornalistas que utilizavam a ferramenta eram criticados por aqueles que tinham suas fontes e para elas telefonaram, antes de fazer uma matéria. Quando aprendemos a usar o Google e a separar o joio do trigo, tivemos acesso a inúmeras fontes no mundo inteiro. A notícia passou a ser mais bem embasada. Com a inteligência artificial, vai ser a mesma coisa. Vivemos em constante mudança. Por isso, saber pivotar a empresa (para usar o jargão mais amado Ana Lima: há um oceano azul, especialmente para quem enxerga a comunicação como um todo, como sendo essencial para a gestão de qualquer empresa

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