Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023

Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023 72 MERCADO DA COMUNICAÇÃO CORPORATIVA tiva a serviço da reputação, mas também do negócio. “Para ilustrar, desenvolvemos treinamentos específicos para suprir necessidades da atividade cotidiana da área comercial de um cliente, para o qual já aplicamos, regularmente, programas de sensibilização sobre mídias sociais e simulados de crises”, conta Carina. Para a empresária, esse movimento faz parte do contexto geral do mercado, com o interesse das marcas em ampliar o leque de parceiros regulares. “A partir disso, o nosso DNA de proatividade, flexibilidade e senioridade, aplicado à dupla diversidade & tecnologia, ajuda a fidelizar clientes e capturar novas oportunidades. Apostamos nessa química como base para a inovação contínua, capaz de agregar eficiência, criatividade e, com isso, maior diferenciação”. Mas nem tudo são flores. A presidente da Textual lembra que as condições concorrenciais foram bem afetadas nos últimos anos e acredita que as agências devem dar respostas positivas para melhorar o ambiente de negócios. Para isso, aposta no associativismo. “A Abracom (Associação Brasileira das Agências de Comunicação) realiza trabalho muito importante para que as relações saudáveis predominem no mercado. Isso começa nas condições das concorrências e envolve diversos aspectos dos contratos que regem o relacionamento, para que o conceito do “ganha-ganha” prevaleça, em benefício mútuo, do cliente e da agência. E, além da questão-chave de um ambiente de negócios saudável, entendemos que outro desafio é avançar em inovação e diversificação do portfólio, para ampliar a contratação das agências por mais áreas dos clientes, como gestão de pessoas, comercial, jurídico e compliance”, exemplifica Carina. A tecnologia, por sua vez, é vista como grande aliada da comunicação, desde que se encontre equilíbrio entre as novas possiblidades e a eficiência gerada por novas ferramentas com a sensibilidade e a capacidade analítica que somente o profissional pode agregar ao trabalho. Carina Almeida destaca um valor essencial para a empresa, a ética. “A nossa postura é aberta e atenta ao novo com o compromisso inegociável da transparência e da ética com qualquer ferramenta, plataforma e público, compromisso que nos guia em todos os aspectos da gestão e de atuação da Textual”, afirma. Consolidação e expansão ÁGORA Quando chegou à direção da Ágora Comunicação Estratégica e Public Affairs, o executivo Everton Schultz estava diante do desafio de ocupar um espaço no mercado brasileiro com uma marca consolidada no exterior, porém desconhecida por aqui. Ao fazer uma retrospectiva desse breve período, entrecortado pela pandemia da Covid-19, Schultz considera 2022 como ano da consolidação da operação e do posicionamento da agência, que expandiu sua atuação para diversas disciplinas. O cenário turbulento da política também permitiu à Ágora uma expansão da atividade de public affairs, com a oferta de análises de cenários e definição de estratégias para importantes clientes transitarem em meio às incertezas que aliavam crise econômica, pandemia e a necessidade de entender melhor um governo que saltava de uma crise política a outra. “Além disso”, acrescenta Everton Schultz, “pudemos reafirmar a nossa cultura, com a chegada de talentos alinhados com esse modelo focado em uma visão holística sobre comunicação”. Temos aí, aliás, aquele problema recorrente, que é buscar as pessoas certas para atividades de grande complexidade, um dos entraves do mercado brasileiro nos últimos anos. “Nosso maior desafio é encontrar talentos. Existe competição quase injusta entre as agências por mão de obra qualificada, e há uma lacuna importante na formação profissional no Brasil. Ainda temos a necessidade de formar em casa profissionais com visão mais abrangente sobre reputação, com práticas menos atreladas a atividades operacionais e táticas”. Se os problemas com a busca de profissionais se acirraram, Schultz aponta também as questões concorrenciais como parte dos obstáculos. “As concorrências costumam ser mal elaboradas e pouco estratégicas”. Mesmo assim, ele acredita que existe uma intenção de mudança no mercado, embora reconhe-

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