Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023

Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023 80 MERCADO DA COMUNICAÇÃO CORPORATIVA meçou menos movimentada, com uma leve retomada em fevereiro. Mas mesmo assim a agência projeta um ano tão promissor quanto 2022, ainda com desafios ligados aos cenários interno e externo. “Apostamos em um crescimento na faixa dos 40%, resultado também dos investimentos feitos nos últimos anos, tanto na estrutura e na gestão da agência quanto em ferramentas e capacitação do time”, esclarece. Quando o tema é tecnologia, a fundadora da Ecomunica lembra o DNA inovador da empresa. A despeito do receio das possíveis consequências das novas tecnologias, em especial de inteligência artificial, Ellen não se assusta, até porque essa tem sido de certo modo a tônica, desde a revolução industrial, com o homem sempre inovando, criando novas tecnologias, novas ferramentas, novos procedimentos. “O ser humano não será substituído, mas acredito que nosso papel e função mudará de acordo com o avanço das IAs”. Para ela, “no final do dia, o que ferramentas como o ChatGPT fazem é construir textos com base na previsibilidade das palavras que nós, seres humanos, usamos. Acredito que esses recursos poderão substituir profissionais de comunicação em textos mais básicos, mas não na criatividade, estratégia e relacionamento, ao mesmo tempo em que também poderá ser uma ferramenta relevante de pesquisa, facilitando o trabalho e liberando tempo do profissional para atuar onde a máquina não consegue. Por isso, tenho a percepção de estamos caminhando para um mercado em que soft skills e criatividade serão muito mais necessários do que competências puramente técnicas”, conclui. Um ano promissor na comunicação pública SAVANNAH O empresário Michel Rodrigues, diretor-geral da Savannah Comunicação Corporativa, em depoimento que concedeu à edição de 2022 deste Anuário, previa que o ano seria desafiador e apoiava esse seu prognóstico nas possíveis consequências sobretudo econômicas da guerra na Ucrânia, no período eleitoral que dava mostras de que seria turbulento e na continuidade da pandemia da Covid-19, que ainda continuava preocupando. Ou seja, era necessária uma certa dose de cautela, como a própria capa do Anuário da edição passada vaticinava: “O melhor momento da história – mas cautela é a palavra de ordem”. Que o ano foi desafiador, isso foi, como mostram diversos depoimentos aqui colhidos. Mas isso não impediu que a cor final fosse azul, ainda que em muitos casos um azul tímido, como comenta Michel Rodrigues: “Depois de um período bom, crescendo dois dígitos, tivemos o segundo ano consecutivo de crescimento de apenas um dígito, com pouco menos de 8%. Logicamente, conseguir manter-se e ainda crescer, por menor que seja esse crescimento, é positivo se considerarmos o contexto”. Agência sediada no Paraná com operação em vários estados brasileiros, a Savannah, vale ressaltar, tem forte presença no segmento de contas públicas, e, diante de anos turbulentos na política brasileira, acabou impactada com redução de investimentos, suspensões de contratos e redirecionamento de verbas para outras ações e canais. Como o momento é outro, acenando para um novo ciclo de crescimento, as expectativas também ganham vieses de alta, reportando um ano de grande potencial, como crê Rodrigues: “Estou otimista, porque acredito que este ano o mercado irá se reaquecer com contundência, sobretudo se vier a tão esperada curva descendente dos juros. Isso garantirá ao mercado maiores recursos para investimentos. Some-se a isso a valorização do nosso setor, com mais respeito à imprensa e aos jornalistas, o que também deve impactar positivamente no aumento da busca pelos nossos serviços”. O empresário também tem outros motivos para esse otimismo. Com a aprovação da Lei 14.356/22, que proíbe a administração pública de realizar pregões para contratar serviços de comunicação corporativa e digital, há forte expectativa para que novos negócios nesse campo se desenvolvam. “Era uma pauta que as associações que nos representam, Abracom (Associação Brasileira das Agências de Comunicação) e Abradi (Associação Brasileira

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