Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025

Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025 107 Leandro Sobral, CCO da Press Manager O risco invisível que pode comprometer o futuro das agências de comunicação Reputação é um dos principais ativos das agências de comunicação. No entanto, muitas delas ainda operam sem um elemento essencial para proteger esse valor: o registro de marca. Ao analisar os dados do Anuário da Comunicação Corporativa 2024, identifiquei um ponto de atenção preocupante. Entre 70 micro e pequenas agências com faturamento de até R$ 4,8 milhões, 66% ainda não registraram suas marcas no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Essas agências movimentaram, juntas, R$ 129 milhões em 2023. Das 70 analisadas, 46 não possuem marca registrada − com faturamento de R$ 74 milhões − e apenas 24 fizeram o registro, somando R$ 55 milhões. Esses números mostram que, mesmo sendo protagonistas no mercado, muitas empresas seguem vulneráveis do ponto de vista jurídico e estratégico. A advogada Kelly Viana, especialista em Propriedade Intelectual, reforça: “Sem o registro, a empresa pode ser impedida de usar o próprio nome. É um risco substancial para qualquer negócio que busca solidez no mercado”. A jornalista Vera Lucia Rodrigues, fundadora do Grupo Vervi, mantém sua marca registrada desde 1981. Segundo ela, isso foi decisivo para construir uma presença segura e respeitada no mercado: “Tivemos a visão de proteger a marca desde o início. Foi uma escolha estratégica que nos permitiu crescer com segurança”. Outro exemplo é o de Lu Pimentel, fundadora do Summit Press Officer, que compartilhou comigo sua experiência com o processo de registro: “Achava que seria algo complexo e caro. Descobri que é simples e acessível. Já iniciamos o processo e me sinto muito mais segura”. Registrar uma marca vai além de proteger um nome. É uma demonstração de profissionalismo, uma blindagem para a reputação e um passo fundamental para agências que desejam crescer de forma estruturada. Em um mercado cada vez mais competitivo, essa decisão pode ser o diferencial entre a continuidade e a fragilidade de um negócio.

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