RANKING DAS AGÊNCIAS DE COMUNICAÇÃO Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025 112 milhões. Se usarmos o dólar de dezembro de 2024 (R$ 6,19, em 31/12) como referência do mesmo ano analisado, a receita é ainda menor, de R$ 865,9 milhões. Contabilidade e conversão à parte, esse é um problema imenso para as agências internacionais, que prestam contas às matrizes na moeda norte-americana. Faturam mais em reais, mas com a desvalorização entregam menos dólares. Ruim? Nem tanto, até porque essas agências estão há muitos anos no Brasil e sabem das oscilações econômicas e políticas do País. E se aqui estão é porque o País continua a se mostrar um mercado atraente. Confiança e falta de confiança mostram o paradoxo da atividade Continuando na metáfora do copo meio cheio e meio vazio, nossa pesquisa, este ano, mostrou a segunda maior queda no ICECC – Índice de Confiança do Empresário de Comunicação Corporativa; a maior ocorreu em 2020, ano da pandemia. Isso é corroborado pelo percentual de agências que apontaram como fatores negativos mais relevantes para o desempenho em 2024 as incertezas no cenário econômico nacional, cenário político turbulento, insegurança com o futuro dos negócios e incertezas no cenário político mundial. Aí, a mesma pesquisa mostra o lado cheio do copo, destacando que entre os aspectos apontados pelos empresários como mais positivo para o desempenho da empresa em 2024 entram justamente a estabilidade e o crescimento econômico do País no período. A Pesquisa também avançou em itens novos, como o da jornada de trabalho, que entrou na pauta política e econômica do País com discussões sobre alterar o regime de trabalho de 6x1 para 5x2. Nas agências esse regime já está consagrado, mas a pesquisa aponta uma pequena tendência para que avance para o 4x3. Inovação não mudou o perfil econômico das agências A inteligência artificial chegou no biênio 2023/2024 como um tsunami em quase todo o planeta Terra e não foi diferente com a comunicação. Na análise que faz nos indicadores setoriais publicados a seguir, o coordenador da Pesquisa, Maurício Bandeira, é assertivo ao projetar que em muito pouco tempo a IA estará presente na totalidade das agências de comunicação do País. O que, convenhamos, não é pouco, em se tratando de uma transformação gigante em tão pouco tempo. No entanto, chama a atenção o fato de que isso ainda não mudou o perfil econômico da atividade, que continua tendo a assessoria de imprensa como seu carro-chefe, muito à frente dos demais serviços oferecidos ao mercado; a usar predominantemente o press release no relacionamento com a mídia; a empregar mais jornalistas do que quaisquer outros profissionais em seus quadros. Ou seja, aplica-se ainda, com pequenas variações, a mesma fórmula das últimas três décadas, porém em um cenário de muito maior competitividade e de transformação da mídia. É certo que também nesse campo ocorrerão mudanças e transformações importantes. Muitos dizem ser apenas uma questão de tempo. Pouco tempo, aliás, já que a tecnologia poderá favorecer imensamente um aproveitamento mais inteligente dos conteúdos e mesmo a customização desse relacionamento, hoje ainda palco de polêmicas quase juvenis de lado a lado. Mudanças no Ranking das Agências Essa é outra mudança relevante na Pesquisa Mega Brasil. A partir de agora, o Ranking das Agências de Comunicação passa a adotar um novo agrupamento das empresas. No bloco líder, estarão as agências com faturamento acima de R$ 100 milhões, neste ano integrado por três delas: FSB Holding, Grupo In Press e Grupo Burson, as TOP 3. No segundo, entrarão as TOP 10. No terceiro, as TOP 50. E, no quarto, as TOP Butiques (este ano, com 61 agências relacionadas). O objetivo é hierarquizar de forma mais racional as agências e desse modo permitir ao mercado comparações mais adequadas do conjunto de empresas por faixa de faturamento. Chama a atenção novamente, no Ranking, o desempenho da FSB Holding. Líder desde que este Anuário começou a ser produzido, em 2009, a agência teve em 2024 um crescimento de notáveis 34%, ampliando significativamente sua distância do segundo colocado, o Grupo In Press, que também apresentou uma boa performance, crescendo 14%. Com isso, a diferença nominal de faturamento entre os dois grupos − que, em 2023, foi de R$ 268,4 milhões (R$ 548,7 milhões contra R$ 280,3 milhões) − subiu para R$ 415,6 milhões em 2024 (R$ 735 milhões contra R$ 319,4 milhões). Na terceira colocação, fechando as TOP 3, está o Grupo Burson, que faturou R$ 221 milhões com suas três marcas (Burson, Máquina e JeffreyGroup). Neste caso, não foi possível estabelecer percentual de crescimento, em decorrência das reestruturações que ocorreram na organização nos últimos dois anos.
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