Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025 14 revista com base em respeito mútuo, transparência e ética. A prática abusiva dos pregões eletrônicos, que reduzem nossa atividade a uma commodity, precisa ser enfrentada com firmeza. A recente conquista da Lei 14.356/22, que proíbe pregão para serviços de comunicação no setor público, é um avanço importante, mas ainda exige ampla mobilização para ser compreendida e aplicada em todo o País. Vamos continuar produzindo manuais, guias e oferecendo capacitações para que agências e gestores públicos compreendam esse novo modelo. Queremos também retomar o diálogo franco com o setor privado. Acreditamos que é possível – e necessário – evoluir para relações contratuais mais equilibradas, que valorizem a expertise das agências e entreguem resultados sustentáveis para os clientes. Por fim, no campo da valorização da inteligência comunicacional, nosso foco será o conhecimento. Vamos ampliar o alcance do Abracom Educa, com novos cursos voltados à formação crítica e técnica dos profissionais do setor. Em tempos de mudanças aceleradas, é o conhecimento que garante nossa relevância. Mais do que nunca, precisamos formar lideranças que saibam navegar entre dados, narrativas, reputações e novas tecnologias. Que saibam pensar estrategicamente e agir com ética. A nossa pesquisa bienal de Cargos e Salários e o Censo Brasileiro das Agências de Comunicação, realizado em parceria com Gecom, Jornalistas&Cia e Mega Brasil, continuarão sendo ferramentas vitais para mapearmos o cenário e pensarmos em tendências. Dados são fundamentais para que possamos pautar políticas públicas, estratégias comerciais e posicionamentos institucionais. Nesse momento, quero também fazer um convite. Um chamado, na verdade. Nenhuma agência sairá fortalecida sozinha. Se quisermos preservar a dignidade do nosso trabalho, garantir remuneração justa, enfrentar as plataformas com inteligência e adaptar nossas entregas a um novo ecossistema de mídia e consumo, precisamos atuar como coletivo. A Abracom é uma casa de portas abertas. Aqui, concorrentes tornam-se aliados na defesa de um mercado mais saudável. Aqui, há espaço para debate, inovação e construção conjunta. Precisamos ouvir mais, acolher mais, agir mais. As crises que enfrentamos não são exclusivas de uma agência ou região. Elas são sistêmicas, e só terão resposta se atuarmos de forma sistêmica também. Em um país onde fake news corroem a confiança, onde o ódio nas redes contamina o debate público, e onde a desinformação avança sobre as instituições, o papel das agências de comunicação é ainda mais vital. Somos construtores de diálogo, promotores de escuta, articuladores de sentidos. E essa missão não pode ser subestimada. A comunicação brasileira tem história, tem competência e tem gente muito boa fazendo acontecer. O que precisamos, agora, é reafirmar o que nos une: o compromisso com a verdade, com a estratégia, com o valor do nosso trabalho. Não vamos permitir que a lógica do menor preço reduza o tamanho dos nossos sonhos. Sigamos juntos. Unidos. Atentos. Fortes. ABRACOM Fábio Santos © Abracom
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