PESQUISA MEGA BRASIL 2025 Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025 150 Também para o futuro próximo essas incertezas estão sendo consideradas. O ICECC – Índice de Confiança do Empresário de Comunicação Corporativa, medido desde 2017 por este estudo, apresentou queda acentuada tanto para a comparação da situação atual com o passado recente (seis meses anteriores) como na projeção dos negócios para o futuro próximo, seis meses para a frente. Essa é a segunda queda mais intensa desta série, atrás apenas do ano 2020, que refletiu os impactos da pandemia da Covid-19 na economia nacional e mundial. Nesse mesmo compasso, cai de 76,3% para 69,3% o índice de agências que têm planos de expansão dos negócios para 2025, em comparação com o ano anterior. Os indicadores de desempenho medidos por essa pesquisa – média de faturamento por cliente e média de faturamento por colaborador – também apresentaram melhorias. Ainda assim, caracterizando o crescimento moderado do setor no ano, no segmento das 50 maiores agências da amostra o índice de faturamento por cliente teve crescimento abaixo do índice de inflação, 4,40%, registrando uma queda real de -0,43%. Essa média variou de R$ 400.348,48 para R$ 417.947,94. Ainda que nos outros segmentos – média de faturamento por cliente para o total de agências e média de faturamento por colaborador para as 50 maiores e para o total de agências – o crescimento tenha sido bastante superior à inflação, os maiores contratos e os maiores contratantes estão refletidos no indicador que apresenta queda, compondo o perfil do desempenho do setor no ano. Corrobora esse perfil, entre as 50 maiores agências, o aumento do índice de queda no faturamento: de 10,0% em 2023 para 16,0% em 2024. Ainda que o ambiente de negócios tenha comportado cautela e incertezas, 90,0% das agências indicaram ter realizado investimentos em seus negócios: 71,4% em desenvolvimento de produtos e serviços e 58,3% na gestão das empresas. Os produtos/serviços mais vendidos permanecem sendo, com destaque frente aos demais, como na última edição dessa pesquisa, assessoria de imprensa/relacionamento com a mídia e gestão de redes sociais. Também são esses os produtos/serviços apontados como os que devem ter maior crescimento em 2025. Para esse desempenho, as tecnologias citadas como as mais influentes nos negócios foram: inteligência artificial generativa, com 85,4% de indicações; ferramentas de análise de dados, com 45,8%; redes sociais corporativas, com 38,5%; e algoritmos, com 28,6%. O uso de inteligência artificial entre as agências cresceu vertiginosamente de 2023 para 2024 – de 68,7% para 85,9% − e deve, muito em breve, atingir a totalidade das empresas, tanto para a produção (produção de conteúdo, pesquisas e análises, produção de relatórios) como para a gestão (aumento de produtividade) e o desenvolvimento de novos produtos e soluções (geração de insights), áreas indicadas como destinatárias da utilização dessa tecnologia. Sendo assessoria de imprensa/relacionamento com a mídia o principal produto/serviço negociado em 2024, está em sintonia a indicação de que 72,9% utilizam o press release para divulgar informações sobre seus clientes. As alternativas indicadas pelas agências que não o utilizam foram: contato direto com jornalistas, sugestão de pauta/ fontes, utilização de mídias proprietárias, comunicação por redes sociais, campanhas com influencers e eventos/encontros de relacionamento. Em relação ao debate, hoje, no cenário político nacional a propósito da escala de trabalho, 83,9% das agências afirmam adotar a escala de 5x2 e há perspectiva, para os próximos dois anos, de que essa proporção caia e que a escala de 4x3, hoje adotada por 2,6% das agências, cresça para 12,0%. O perfil dos colaboradores permanece com participação majoritária de mulheres, 66,1%, e de brancos (mulheres e homens), com 67,3%. A formação em jornalismo também predomina, com 51,1% da força de trabalho, seguida à distância por relações públicas, com 11,9%, e publicitários, com 9,6%. Com certeza, os impactos em 2025 dos desdobramentos no cenário político e econômico nacional e mundial, das incertezas trazidas pela proximidade e complexidade das eleições presidenciais no Brasil, da guerra comercial e tarifária no mundo e o vertiginoso incremento de novas tecnologias definirão o desempenho do setor e o comportamento dos indicadores medidos por esse estudo.
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