Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025 181 A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, chega à Amazônia carregada de simbolismos, incertezas e oportunidades. A escolha da cidade de Belém e a confirmação da realização do evento global em duas etapas, segregando a presença dos chefes de estado e negociadores diplomáticos − que não estarão em Belém quando começar a movimentação da sociedade civil, empresas e ONGs −, interrompeu uma série de especulações sobre a capacidade da capital paraense em receber a conferência, que costuma mobilizar milhares de pessoas. Fontes ouvidas para esta reportagem estimam que, além dos habituais participantes das conferências anuais, a sociedade civil terá um papel marcante nessa que é chamada a COP da Sociedade Civil, ou COP da Amazônia. Movimentos sociais estarão em peso, como o MST, que planeja marchas para a capital do Pará com até 40 mil pessoas, ou a articulação dos povos indígenas, que terá presença maciça em acampamentos na cidade, sem contar entidades ambientalistas de todo o planeta. Esses dados levam observadores das últimas COPs a afirmar que Belém terá grande simbolismo, por ser a primeira das conferências realizadas em um dos biomas mais ameaçados pelas mudanças climáticas, colocando a Amazônia no centro das atenções globais. Empresas, governos, entidades, a comunidade científica e pesquisadores das mudanças climáticas estarão em Belém durante a realização dos eventos da sociedade civil, em uma intensa movimentação de eventos paralelos, debates, apresentações de pesquisas, bem como a divulgação de compromissos ambientais ligados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da agenda 2030. Também nesse ambiente serão revistos os compromissos assumidos pelos países no Acordo de Paris, firmado na COP20, que agora completa 10 anos, marcando outro simbolismo e a importância da COP de Belém no cenário das últimas conferências realizadas. E os riscos também estão presentes, especialmente com as ameaças feitas pelos Estados Unidos de retirada do Acordo de Paris, que pode ser seguida por países como Argentina, Paraguai e outros alinhados com o presidente Donald Trump. É nesse cenário desafiador que as agências de comunicação estruturam seus planos de atuação para a COP, visando atender a demandas dos clientes, buscar novas parcerias e oferecer uma gama de produtos e serviços que possam ajudar as marcas a pisarem de maneira segura em um território que tende a ser minado. Logística Os rumores que se espalharam desde a confirmação de Belém como sede da COP30 dão conta de que a cidade não teria capacidade para receber tantos visitantes em tão pouco tempo, especialmente com gargalos na rede hoteleira insuficiente e na infraestrutura aeroportuária, uma vez que grande parte dos visitantes chegará ao evento por transporte aéreo. Esse tem sido o primeiro desafio que as agências estão enfrentando para programar sua participação e de seus clientes na COP30.
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