Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025 199 muito os de coberturas internacionais. Vamos gastar mais do que na Olimpíada de Paris (França) do ano passado, e esse cálculo é individual, independentemente do número de repórteres na cobertura. O tema hospedagem é um problema que poderia ter sido antecipado. Acaba desviando a atenção e o tema principal fica para trás”. “Como somos um veículo que não está cobrindo a COP porque é no Brasil, mas sim porque clima e descarbonização da economia são a nossa razão de existir, assim que a data da conferência saiu já compramos as passagens da equipe”, conta Vanessa Adachi, fundadora do portal especializado Reset. “Para a acomodação, alugamos um apartamento, o que não é a condição ideal. Mas tivemos que rever padrões diante dos preços cobrados, que representam um investimento muito alto para nós”. Segundo ela, o Reset contará com cinco jornalistas presencialmente na cobertura. “Estamos ainda em algumas negociações sobre a equipe. É um valor alto, porque teremos uma equipe significativa. E além dos dias do evento em si, faremos viagens para Belém até a COP30, acompanhando as obras, informando o público de como está sendo para a população daquela região, enfim, toda a jornada até o evento”, afirma Maria Fernanda Delmas, diretora de Redação do Valor Econômico e das marcas de economia e negócios da Editora Globo. Manifestações no horizonte Há uma parte bastante representativa da imprensa que diz que a COP30 será a COP das manifestações. O local tem tudo para se transformar em um caldeirão. Mesmo com as limitações inegáveis no quesito infraestrutura, a escolha de Belém é vista como acertada por grande parte da imprensa, sempre com a ressalva da precariedade logística. “Belém foi uma escolha política, mas sem dúvida é bastante representativa, importante. É uma capital da Amazônia num momento de emergência climática mundial”, explica Sonia Araripe. “O Brasil no centro dessa agenda pode ajudar no quesito financiamento dos países emergentes que estão sofrendo a questão do clima por ações das grandes potências”. “Belém será um importante palco, já que os últimos encontros de clima foram em países mais autoritários, que não deram o direito à manifestação”, lembra Andrea Vialli, jornalista freelancer, que na COP30 fará a cobertura para os especiais do jornal Valor Econômico e para o portal B News, de Salvador. “Certamente os indígenas estão entre os que se manifestarão, até porque a questão não é exclusiva do Brasil, mas sim internacional, junto com Austrália, ilhas do Pacífico e outros países da América Latina. Eles são vistos como guardiões da biodiversidade e têm pedido mais participação nas COPs”. A jornalista, no entanto, não acredita que as manifestações possam ofuscar os temas principais da COP30. “Haverá visibilidade, mas é a hora da verdade para os países que terão que demonstrar seus compromissos reais com a redução das emissões”. Vanessa Adachi: Portal Reset prepara para breve o lançamento do podcast Carbono Zero
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