Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025

Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025 219 Durante encontro organizado pela Mega Brasil, lideranças da Aberje, Abracom e ABCPública debateram sobre os principais impasses enfrentados pelo setor, como a integração da inteligência artificial nos processos de trabalho, a necessidade da qualificação profissional multidisciplinar e a frequente redução da remuneração da atividade Quase seis décadas depois da criação da Aberje, associação que reúne empresas e instituições ligadas à comunicação corporativa, são cada vez em maior número os desafios de quem atua na área. Alguns são recorrentes, ainda não superados, e outros vão surgindo, impostos pelas mudanças que sacodem a sociedade, especialmente na área de tecnologia. Da necessidade de reforçar o papel estratégico da comunicação à urgência de barrar o avanço das fake news, passando pela convivência ainda experimental com a inteligência artificial. Todos esses fatores se unem para formar um cenário inquietante e ao mesmo tempo atraente, ao qual a comunicação terá de se adaptar − com competência e rapidez, sob pena de comprometer o futuro do setor. É essa, em linhas gerais, a conclusão extraída do encontro O futuro da comunicação corporativa, organizado pela Mega Brasil com a participação das lideranças de Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), Associação Brasileira das Agências de Comunicação (Abracom) e Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABCPública) − as duas últimas entidades criadas em 2002 e 2016, para representarem respectivamente as agências de comunicação e a comunicação pública/governamental e do Terceiro Setor. O encontro foi realizado na sede da Aberje, em São Paulo, em 17 de março de 2025, com mediação do jornalista Eduardo Ribeiro, publisher deste Anuário e sócio-diretor da Mega Brasil. “O truque é pensar no futuro e agir no presente”, resume Jorge Duarte, presidente da ABCPública e analista de comunicação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Para isso, o ponto de partida é focalizar as tendências que vão nortear essa transição. “É impossível trabalhar o setor sem uma evolução para o que chamamos de interfaces da comunicação”, alerta Paulo Nassar, diretor-presidente da Aberje e professor titular da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). “Os novos modos de produzir e consumir notícias afetam também o modo de se fazer assessoria de imprensa”, completa Fábio Santos, presidente da Abracom e CEO da CDN Comunicação. Por essas abordagens, fica claro que o futuro da comunicação está sendo determinado pelas respostas que as instituições começam a dar agora para as grandes questões que estão no horizonte do segmento. Desafios e tendências Pesquisa realizada especialmente para o encontro pela ABCPública é um bom roteiro para se identificar quais os principais desafios da comunicação, hoje e num futuro próximo, e quais as principais tendências que determinam esse cenário. Foram ouvidos 120 associados, pertencentes a organizações do setor público, mas as respostas mostram um panorama que, em maior ou menor grau, repete-se também na comunicação do setor privado. Entre os maiores desafios atuais foram apontadas atividades realizadas com pouca ou nenhuma estratégia, falta de compreensão do trabalho de comunicação por parte de outras áreas, falhas no relacionamento com a alta direção da sua instituição. Já entre os desafios previstos para os próximos cinco anos aparecem de novo a falta de reconhecimento do papel estratégico da comunicação, ausência de diretrizes institucionais e políticas especí-

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