Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025

Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025 231 Antes restrito, basicamente, à assessoria de imprensa e às relações públicas, o portfólio das agências de comunicação vem ganhando diversidade ao longo dos últimos dez anos. Além de “vender” pautas para jornalistas e intermediar contatos com interlocutores estratégicos – atividades que respondem, na média, por cerca de 60% das receitas das 16 entrevistadas nesta reportagem – várias firmas do ramo já se destacam, como veremos adiante, na produção de documentários, pesquisas, em publicidade, eventos, na oferta de ferramentas de diagnóstico de imagem, plataformas de comunicação interna, identificação de stakeholders, marketing de influência etc. etc. Enquanto segue a abrir o leque, o setor encara o desafio de sofisticar e encorpar as ofertas nas novas especialidades, algumas nem tão novas assim – caso da montagem e gerenciamento em massa de perfis de executivos no linkedin –, para agregar valor às suas entregas. “As oportunidades são enormes, em particular na esfera digital”, diz Fábio Santos, presidente da Associação Brasileira de Agências de Comunicação (Abracom), que vê necessidade, porém, de uma catequese da freguesia em relação ao viés tecnológico do “cardápio expandido”. “Parte considerável da clientela acredita que essa ‘modernização’ resultará em custos menores. Tal expectativa pode acelerar o surgimento por aqui de serviços automatizados de assessoria de imprensa, calcados em inteligência artificial, que já são uma realidade nos Estados Unidos”. Líder do setor, a FSB há tempos vem abrindo e explorando novas trilhas de negócios. O processo ganhou escala a partir do fim da década passada por meio de aquisições, fusões e lançamentos que justificaram a criação, em 2023, de uma holding, sob a qual se abrigavam, até recentemente, sete operações: as agências de comunicação FSB, Loures e Giusti; a agência de publicidade JotaCOM; a Seta, voltada a relações institucionais e governamentais; a Beon, consultoria especializada em sustentabilidade e no trinômio ESG; e a plataforma de conteúdos Bússola, mantida em parceria com a Exame. O grupo ganhou o reforço, em setembro último, da Nexus, focada em pesquisas e inteligência de dados, como resultado da união de duas de suas estruturas internas: o Instituto de Pesquisa de Reputação e Imagem (Ipri) e a FSB Inteligência. “A marca é nova, mas já atuávamos nessas áreas há uns bons anos. Costumamos incubar negócios dentro de casa antes de lançá-los no mercado”, diz Alexandre Loures, sócio da FSB Holding. Sob o comando de Marcelo Tokarski, ex-sócio diretor do Ipri, a Nexus anuncia como alguns de seus diferenciais “metodologias proprietárias” para a extração e exame de dados de big data e uma equipe própria de “inteligência” para analisar pesquisas de campo. Presente nos setores público e privado, a experiente novata já apresenta indicadores de respeito. “A empresa conta com uma equipe de mais de cem profissionais e assumiu a produção, antes a cargo da FSB Inteligência, de relatórios para 250 de nossos 400 clientes privados”, diz Loures. A mesma receita doméstica – cevar primeiro, abrir as portas depois – está prestes a materializar-se novamente, e em dose dupla. Até meados do ano, a FSB Holding planeja reforçar o seu portfólio com os lança-

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