Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025

Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025 250 RELACIONAMENTO ESTRATÉGICO “As relações com stakeholders, relações institucionais e governamentais integram o que chamamos de Ciências Sociais Aplicadas, são interfaces da comunicação”, explica Nassar. “É muito importante que as áreas de interface se integrem com excelência e a Aberje constrói este caminho de convergência”, afirma, reiterando o papel pioneiro da entidade na discussão do tema no Brasil (trechos da entrevista com Nassar na página 259). Essa contextualização é importante para entendermos as profundas transformações pelas quais passou o mercado de relações institucionais no Brasil nas últimas décadas. Inicialmente, a atividade era vista, de forma simplificada, como o “lobby puro” – uma prática muitas vezes associada à tentativa de influenciar decisões políticas por meio de contatos diretos com legisladores e agentes públicos. Entretanto, com a evolução dos processos democráticos, o amadurecimento do ambiente regulatório e a crescente complexidade das demandas do setor privado, esse campo expandiu-se para abarcar uma gama muito mais ampla de atividades, passando a incluir o advocacy, o planejamento estratégico, a implementação de ações articuladas com a sociedade e a construção de narrativas que apoiem a formulação de políticas públicas favoráveis aos negócios, como lembra Rodolfo Witzig Guttilla, sócio-diretor da Cause Brasil. A ampliação do conceito para incluir o advocacy, o planejamento estratégico e a implementação de ações integradas permitiu que as organizações passassem a atuar de forma mais sofisticada e alinhada com as demandas de um ambiente político em constante transformação. A busca por regulamentação e a necessidade de transparência e ética elevaram a importância da profissionalização do setor, exigindo competências multidisciplinares que combinam conhecimento técnico, habilidades interpessoais e visão estratégica. A intersecção com áreas como relações públicas e comunicação potencializa ainda mais essas estratégias, contribuindo para a construção de uma imagem institucional sólida e para o engajamento dos diferentes públicos envolvidos no processo de formulação de políticas públicas. “As sinergias entre RIG e comunicação estão cada vez mais claras, assim como as interfaces com as áreas de sustentabilidade, regulatório, gestão de riscos e jurídico”, avalia Luiz Ricardo de Medeiros Santiago, da VW do Brasil. Carlos Parente: “Com a temática política ampliando os debates, a área de relações institucionais e governamentais teve sua relevância aumentada. Para pavimentar a relação público-privada, houve uma necessidade cada vez maior de sofisticar a narrativa” Luiz Ricardo de Medeiros Santiago: “As sinergias entre RIG e comunicação estão cada vez mais claras, assim como as interfaces com as áreas de sustentabilidade, regulatório, gestão de riscos e jurídico”

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