Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025

Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025 255 Competências exigidas dos profissionais de RIG Com a evolução do mercado de RIG, surgiu a necessidade de profissionais com um perfil multidisciplinar. Hoje, além do conhecimento profundo do ambiente legislativo e regulatório, espera-se que esses profissionais tenham habilidades em áreas como economia, ciência política, direito, comunicação e até mesmo tecnologia da informação. Essa diversidade de conhecimentos é fundamental para que o profissional consiga interpretar cenários complexos e formular estratégias que levem em conta as múltiplas dimensões das políticas públicas. A conjunção de várias habilidades é o que diferencia o executivo de RIG e o capacita para o sucesso, na visão de Ricardo Santiago, CPO da Volkswagen Brasil: “É fundamental ter autoconsciência, para poder se situar dentro dos vários cenários, ser capaz de mapear e gerenciar um volume enorme de dados, de informações, saber desenhar o caminho que vai percorrer, aliando conhecimento técnico e resiliência, e, por fim, comunicar com clareza para conseguir influenciar na tomada de decisão”. O profissional de relações institucionais precisa ter uma visão estratégica que permita antecipar mudanças no ambiente político e regulatório. Essa visão deve ser acompanhada pela capacidade de inovar, utilizando novas ferramentas – como plataformas digitais e sistemas de análise de big data – para aprimorar a coleta e interpretação de informações. A integração com áreas como tecnologia e marketing é um diferencial importante para a atuação contemporânea nesse setor. Aliado a tudo isso, o mercado hoje exige também capacidade de gestão, acrescenta Ricardo Sennes, diretor-executivo da Prospectiva Public Affairs Lat. Am: “Obviamente o profissional tem de saber fazer comunicação estratégica, tem que saber se relacionar, fazer campanha, gerir projeto, mas também tem de saber gerir equipes, selecionar pessoas, organizar orçamentos, definir cronogramas”. Para Andrew Greenlees, da Flag, o crescimento do setor atrai o foco de jovens talentos de diversas áreas que começam a enxergam RIG como oportunidade de carreira: “Os jovens estão mais antenados e começam a olhar para a área quando chega a hora de procurar um estágio”. Nos últimos anos, observa-se um crescimento significativo na oferta de cursos de pós-graduação, MBAs e treinamentos específicos na área de relações institucionais e governamentais. Essa especialização é crucial para a consolidação de práticas profissionais baseadas em evidências e metodologias reconhecidas internacionalmente. A formação continuada permite que os profissionais se mantenham atualizados em relação às mudanças legislativas, aos desafios regulatórios e às melhores práticas de mercado. Intersecção com as áreas de relações públicas e comunicação A avaliação de que a área de RIG nasce a partir das atividades de RP é praticamente unanimidade entre os profissionais da área. Para Flávio Schmidt, do Grupo Trama Reputale, já na década de 1980 a área de relações públicas fazia relações governamentais “em sua essência”: “Historicamente, essa atividade nasceu no âmbito das relações públicas”. A intersecção entre as áreas tem se tornado Conjunto de competências exigidas para atuar na área Competências técnicas Competências interpessoais Monitoramento e inteligência política: Relacionamento e networking: capacidade de acompanhar o andamento de projetos de lei, normativas e debates políticos, utilizando ferramentas de análise de dados e sistemas de monitoramento legislativo. construir e manter uma rede de contatos sólida com legisladores, assessores, jornalistas e outros atoreschave do cenário político. Análise de cenários: Capacidade de persuasão: habilidade para avaliar os impactos de mudanças regulatórias e identificar oportunidades e riscos para os negócios. saber articular argumentos convincentes e fundamentados para influenciar decisões e construir consensos. Elaboração de relatórios e estudos: Comunicação estratégica: competência para produzir estudos técnicos, pareceres e documentos que sustentem a defesa dos interesses da organização perante o poder público. domínio das técnicas de comunicação, tanto oral quanto escrita, adaptando a mensagem de acordo com o público-alvo e o meio de divulgação.

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