Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025

Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025 258 RELACIONAMENTO ESTRATÉGICO vez mais vai determinar sucesso ou fracasso de um profissional de RIG. Para além das fronteiras da sua empresa, quem tem a preocupação em dar uma roupagem mais pública e mais abrangente à sua causa vai precisar se amparar em fatos e dados e se desviar de contraofensivas de outras partes envolvidas no mesmo debate e que podem, sim, prejudicar a integridade, a narrativa, buscando formas de enfraquecer argumentos. Isso a gente não controla muito, a depender das armas que o outro lado está utilizando”. Outro desafio importante é a necessidade de formação e valorização dos profissionais que atuam na área. O crescimento das demandas e a complexidade do ambiente exigem que os profissionais estejam continuamente atualizados e preparados para enfrentar situações adversas. Investir em educação continuada, certificações e programas de especialização é essencial para elevar o nível de excelência do setor, contribuindo para a construção de um mercado de relações institucionais robusto e reconhecido. Ricardo Sennes, da Prospectiva, aponta desafios importantes para a área de RIG: ganhar mais sofisticação e inovar, para saber lidar melhor com situações complexas e definir estratégias para operar em um ambiente onde existe corrupção, internacionalização, expandindo fronteiras para outros mercados; e incorporar novas ferramentas tecnológicas, como a inteligência artificial, para aprimorar a gestão de temas e stakeholders. A ampliação da atuação em relações institucionais passa também pela capacidade de interagir com outros setores da sociedade, como organizações não-governamentais, entidades acadêmicas e movimentos sociais. Essa interação favorece a construção de uma agenda política mais democrática e plural, na qual os interesses privados convergem com os coletivos, promovendo um ambiente de debate e participação que fortalece a democracia e a governança. Para Fábio Zambeli, da Ágora, o principal desafio do setor é atuar com previsibilidade em um ambiente político marcado por volatilidade e mudanças constantes. Isso exige mais do que acesso − exige método, inteligência e estratégia: “A atuação em RIG precisa evoluir do modelo tradicional de interlocução para a construção de agendas que gerem tração política e institucional. Mais do que reagir a conjunturas, é necessário estruturar iniciativas que ressoem no ambiente de tomada de decisões, sensibilizando atores estratégicos e ampliando o espaço de diálogo de forma consistente”. Ricardo Torreglosa: “Com o movimento de descentralização da comunicação, os tomadores de decisão deixaram de se mobilizar somente por conta da imprensa. Eles começaram a receber pressão também de outros atores, da academia, dos thinks tanks, das ONGs e das comunidades” Maria Elisa Curcio: “Na construção das políticas públicas, é fundamental que o aspecto técnico prevaleça sobre o político e as agências e órgãos reguladores respeitem isso na discussão com os diversos stakeholders”

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