Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025

ASSESSORIA DE IMPRENSA Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025 264 São dados que comprovam que ainda há uma grande demanda pela chamada mídia espontânea. Um serviço essencial para a estratégia das empresas, que vem caminhando há décadas, mas com poucas novidades em sua forma de atuação. Não que o mercado não tenha evoluído nesse período, ou que as agências não tenham buscado novos caminhos. Muito ao contrário: nas últimas décadas, elas diversificaram seu portfólio, como mostrou o próprio Censo das Agências. “Em meados dos anos 1990, o então editor de Exame, Nelson Blecher, espantou a audiência de assessores de comunicação num congresso ao explicar que as assessorias de imprensa estavam mortas e nem haviam percebido”, lembra Cleinaldo Simões, que comanda há mais de 30 anos a Cleinaldo Simões Assessoria de Comunicação. “Enquanto a grande maioria discordava, busquei interpretar o que ele queria dizer. No fundo, o que se apresentava era a mutação constante com que a atividade já lidava naquele tempo na relação com as mídias e clientes, de interseção com inúmeras outras atividades correlacionadas”. Mas, apesar da diversificação dos serviços e das grandes mudanças tecnológicas nas plataformas de disparo de releases e gerenciamento de mailings, o modelo de operação da assessoria de imprensa segue praticamente intacto diante dos diferentes desafios e novidades que o mercado apresenta a cada dia. “A assessoria de imprensa foi, sim, durante muito tempo, a principal ferramenta de visibilidade para as marcas em um cenário de comunicação de mão única”, recorda Bia Azevedo, managing partner da Marqueterie. “No entanto, o avanço do digital e da tecnologia transformou completamente esse modelo, abrindo novos pontos de contato e criando uma comunicação de múltiplas vias”. Seja pelo encolhimento dos veículos tradicionais, seja pelo crescimento exponencial da quantidade de agências, ou até mesmo pela deterioração dos fees da atividade, face à elevada competitividade que impacta diretamente na qualidade do serviço oferecido, gestores quebram a cabeça em busca de soluções e estratégias para se destacarem nesse universo. “Ainda que o modelo tradicional de assessoria de imprensa não seja sustentável no longo prazo, a atividade pode – e deve – se reinventar e se adaptar às mudanças do mercado, explorando novas abordagens de conteúdo, parcerias, diferentes canais, métricas de impacto real etc.”, defende Priscilla Caetano, sócia da Aliá RP. Paralelamente, plataformas gestoras de soluções para assessoria de imprensa investem em tecnologia e estratégias para diversificar e melhorar suas entregas. “Nosso mercado está em constante transformação, e quem entende isso sai na frente”, afirma Leandro Sobral, CCO da Press Manager. “Na atualidade, é ainda mais imprescindível adotar boas práticas no uso da tecnologia e conduzir o trabalho de assessoria de imprensa de forma estratégica. Um dos maiores desafios é a segmentação dos conteúdos, garantindo que cada jornalista receba apenas o que realmente é relevante para sua editoria. Pensando nisso, a Press Manager tem investido em soluções que otimizem essa relação, como um recurso que permite aos jornalistas reportarem diretamente ao assessor quais conteúdos de quais editorias são mais aderentes ao seu trabalho. A regra é clara: qualidade precisa se sobressair à quantidade”. Release não é commodity Avanços, novas tecnologias e estratégias à parte, o fato é que, a cada dia, se torna menos plausível exercer a atividade nos moldes atuais, nos quais continua a prevalecer o envio desenfreado de releases na busca de resultados muitas vezes irreais Leandro Sobral: “Acredito que o mercado está, sim, saturado de práticas baseadas apenas em quantidade e envios em massa de conteúdos. O que temos observado é que, quando há uma combinação entre tecnologia e estratégia, os resultados aparecem”

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