ASSESSORIA DE IMPRENSA Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025 268 jornalismo cai na mesma velocidade. Usar redes de pink slime está banalizando a entrega para o cliente e tem reflexo direto no preço que as agências estão praticando. Por mais que sua agência não use, essa prática está te prejudicando diretamente”, afirma. “O fenômeno do pink slime é fruto da pressão por um alto volume de publicações”, acrescenta Priscilla Caetano, da Aliá. “Esse tipo de divulgação, no entanto, compromete não só a relevância das estratégias de comunicação, como a credibilidade do jornalismo como um todo – sobretudo em tempos de fake news. Essas plataformas distorcem o ecossistema da mídia, gerando uma falsa sensação de visibilidade e desvalorizando o trabalho de imprensa qualificado”. Para Fernanda Lara, uma das formas de combater esse fenômeno é justamente investir no jornalismo local, onde ele nasceu e ainda é muito forte: “Se você criar um portal de notícias legítimo, com jornalistas por trás, em uma região em que existe uma página pink slime, o público vai ter um contraponto de informação verdadeira, inclusive para denunciar as informações falsas publicadas por ela”. De olho nesse mercado, a executiva anunciou no final do ano passado o lançamento do Mais Pelo Jornalismo, um projeto que oferece gratuitamente, para até mil publicações independentes locais ou segmentadas, serviços como hospedagem, cibersegurança, SEO, configuração de mídia programática e suporte 24 horas, entre outros. “Não existe nenhuma relação de obrigatoriedade de publicação dos conteúdos da nossa plataforma, mas os publishers têm a vantagem de acessar e aproveitar como acharem melhor o nosso banco de releases, inclusive pesquisando por temas. A ideia é que, além do conteúdo que já produzem, eles possam aproveitar as sugestões de pautas disponíveis para criar outros conteúdos exclusivos”, explica. IA: substituta ou aliada? O lançamento do Mais Pelo Jornalismo é um dos exemplos de como a tecnologia e a automatização dos processos podem, sim, auxiliar nos sistemas de comunicação. Essa discussão, porém, vem ganhando um novo patamar com a popularização do uso da inteligência artificial, em especial a chamada generativa, com sua capacidade de criar conteúdos originais, como textos, imagens e vídeos. Discussões filosóficas à parte − como seu impacto no desemprego pela substituição de mão de obra, a possível perpetuação de preconceitos e discriminações em uma sociedade que busca (e precisa) evoluir, ou até mesmo a responsabilização pelo seu mau uso −, a inteligência artificial é uma ferramenta indiscutivelmente eficiente para agilizar processos, e veio para mudar o jogo. Mas apesar de suas vantagens, é praticamente unânime a opinião entre executivos de que a curadoria humana ainda será indispensável para o funcionamento dessa engrenagem, ao menos por enquanto. “A tecnologia já desempenha um papel importante na assessoria de imprensa e a inteligência artificial surge como mais um recurso valioso para aprimorar a produtividade”, afirma Carla Meneghini, da Truly. “No entanto, a assessoria de imprensa exige pensamento estratégico, interpretação contextual e um senso ético que nenhuma IA, até o momento, consegue replicar com precisão. As relações humanas são complexas e demandam empatia, intuição e discernimento para construir narrativas eficazes e estabelecer conexões genuínas com jornalistas e públicos”. Sócia-diretora da MassMedia, Bianca Neves defende que a inteligência artificial pode ser uma ótima aliada na otimização de processos, na interpretação de dados e até no desenho de estratégias: “No Luís Henrique Amaral: “O uso de inteligência artificial pode e deve ser um apoio ao trabalho de assessoria de imprensa, facilitando muitas vezes seu cotidiano, mas acreditamos que a atuação humana, em qualquer atividade de comunicação, não será substituída pela tecnologia”
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