ASSESSORIA DE IMPRENSA Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025 272 fazendo ali e definir a forma de relacionamento com as fontes de informação. Há diversos recursos para isso. Criar rede de fontes sem se fechar numa bolha. Ter capacidade de filtrar informações no que recebe (e há formas de fazer isso). E não ter medo do novo e do que dá trabalho. No meu trabalho, os contatos são feitos de forma personalizada conforme as características da informação a ser transmitida. Ser assessor é ser antes de tudo um chato”. “Eu acredito que o mercado está estabelecido dessa forma, onde quem tem relevância e recebe e-mail vai receber uma tonelada mesmo”, acrescenta Jorge Soufen Junior. “O que é possível é reduzir isso com base em técnica, conhecimento e boas práticas, mas ainda assim isso é uma questão que é do mercado e não vai mudar de uma hora para outra”. Influenciando estratégias Segundo dados do Digital 2024, relatório produzido pela agência We Are Social, especializada em redes sociais e marketing de influência, em parceria com a Meltwater, empresa de mídia online, social e inteligência do consumidor, o número de usuários de mídias sociais no Brasil no início de 2024 era equivalente a 66,3% da população total, o que coloca o País entre os maiores consumidores desse tipo de plataforma no mundo. Uma realidade que trouxe oportunidades para as agências e desafios para o serviço de assessoria de imprensa, especialmente no relacionamento orgânico com influenciadores digitais. Capazes de atingir e dialogar com públicos muitas vezes não alcançados pela imprensa tradicional, esses profissionais entraram no radar das assessorias como uma nova oportunidade de aumento da audiência para seus clientes. O problema é que, como em sua maioria não são jornalistas, e por consequência estão acostumados a operar em uma frequência completamente diferente, a abordagem a esse público também traz suas particularidades. “Os influenciadores se tornaram um canal relevante para as marcas se conectarem com o público de forma próxima e autêntica, criando identificação e promovendo conversas que vão além da imprensa e da publicidade tradicional”, afirma Bia Azevedo, da Marqueterie. “No entanto, para que essa relação seja eficaz, é fundamental tratá-la com o mesmo profissionalismo dedicado a outras frentes da comunicação. Trabalhar com influenciadores exige estratégia: mapear perfis adequados para cada mensagem, garantir o alinhamento entre marca e influenciador, entre audiência e canal, e adaptar narrativas ao formato correto”. “As assessorias de imprensa consideram o relacionamento orgânico com esses influenciadores como parte de sua estratégia, nem sempre pela dificuldade de acesso às redações, mas, sim, pela relevância que alguns nichos de influenciadores têm perante seus públicos”, acrescenta Bianca Neves, da MassMedia. “Um exemplo são os que fazem cobertura do setor aéreo. Em geral, são grandes conhecedores do setor e com público grande e bastante fiel, com interesse em informações que nem sempre são relevantes para imprensa”. Para Erica Benute, sócia da Analítica, os influenciadores ditam tendências e têm amplo alcance, por isso não podem estar de fora das estratégias de comunicação, principalmente para quem trabalha com produtos. “A credibilidade conferida pela imprensa, de forma espontânea, porém, ainda traz muita relevância às marcas e à reputação. Além disso, cada vez mais vemos articulistas, colunistas e comentaErica Benute: “Hoje temos uma gama de oportunidades novas que são importantes para dialogar com o público, como os eventos realizados em parceria com jornais ou portais, o branded content, os podcasts vinculados aos veículos de comunicação ou realizados por formadores de opinião, entre outros”
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