Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025 273 ristas ganhando espaço na imprensa e com um público amplo, que extrapola, muitas vezes, o veículo em que trabalham. Exemplo disso são os comentaristas de política, que saíram das páginas ou das telas e ampliaram suas vozes nas redes sociais”. Apesar de seu foco na imprensa tradicional, a Press Manager conta já há alguns anos em sua plataforma com influenciadores interessados em ações e conteúdos de mídia espontânea. Para Leandro Sobral, no entanto, é importante entender que o trabalho com esse público exige uma abordagem diferenciada: “Uma das principais peculiaridades está na necessidade de ações extremamente direcionadas e segmentadas, considerando perfil, nicho e linguagem de cada criador de conteúdo. Diferentemente do relacionamento com jornalistas, enviar releases no mesmo formato pode não funcionar. Além disso, influenciadores muitas vezes esperam contrapartidas comerciais, o que exige um alinhamento claro desde o início. Por isso, embora existam vantagens como o alcance direto a comunidades específicas e o poder de engajamento, é fundamental tratar esse perfil com uma estratégia própria e não como uma extensão da mídia tradicional”. “Para o trabalho de assessoria de imprensa ser mais efetivo, é essencial ir além dos espaços tradicionais, integrando-se de maneira mais ampla ao ecossistema da comunicação ao explorar novas mídias, formatos e canais”, acrescenta Bia Azevedo, da Marqueterie. Ela lembra ainda que esse fenômeno também está presente na imprensa, uma vez que os próprios veículos tradicionais, assim como muitos jornalistas conceituados, estão expandindo seus canais e formatos: “A assessoria precisa ser mais estratégica, criativa e atenta ao que realmente tem relevância, usufruindo dessa capilaridade nova e assim garantindo que as narrativas dos clientes cheguem ao público certo, independentemente da plataforma”. Criatividade é também a palavra-chave para Erica Benute, especialmente para as assessorias ocuparem os poucos espaços qualificados: “Apesar de tudo, ainda é fundamental o faro jornalístico para saber o que é notícia e o que pode interessar à sociedade, levando junto narrativas que são prioritárias para os clientes. Antes, tínhamos mais veículos jornalísticos, mas hoje temos uma gama de oportunidades novas que são importantes para dialogar com o público, como os eventos realizados em parceria com jornais ou portais, o branded content, os podcasts vinculados aos veículos de comunicação ou realizados por formadores de opinião, entre outros. Uma boa assessoria de imprensa tem que ter uma equipe antenada às mudanças dos meios de comunicação, ser criativa e saber estruturar estratégias e narrativas diferenciadas aos seus clientes”, conclui. Bianca Neves: “As assessorias de imprensa consideram o relacionamento orgânico com influenciadores como parte de sua estratégia, nem sempre pela dificuldade de acesso às redações, mas, sim, pela relevância que alguns nichos de influenciadores têm perante seus públicos” (*) Fernando Soares Clemente é jornalista com MBA em Comunicação Corporativa e especialização em Marketing e Relações Internacionais. Desde 2011 é editor do Portal dos Jornalistas e da newsletter Jornalistas&Cia, e coordenador do Ranking dos +Premiados da Imprensa Brasileira.
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