Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025

MERCADO INTERNACIONAL Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025 280 lacionamento com jornalistas e líderes de opinião. Já em outros, a melhor alternativa é promover jantares ou almoços. Vânia Gracio, fundadora e CEO da Sing Comunicação, percebeu isso rapidamente estando no México para liderar estratégias regionais de um dos seus principais clientes, a big tech Nvidia, líder global em inteligência artificial. “A primeira diferença que salta aos olhos é que os mexicanos almoçam depois das 14h! E isso muda completamente a dinâmica da agenda do dia de trabalho. Sem contar que, pela proximidade com os Estados Unidos, o México tem um outro universo de variedades de títulos e publicações bastante valorizadas pelos americanos (e, portanto, pela matriz das multinacionais americanas). É o caso da revista Wired, só para citar um exemplo”, lembra Vânia. Especialista no setor de tecnologia, a Sing associou-se à Convoy, uma rede global de agências independentes dedicadas ao mercado B2B tech, como estratégia de expansão de mercado. E, por uma demanda da própria Nvidia, começou a operação latam porque o cliente queria para toda a região o mesmo modelo de comunicação desenvolvido aqui no Brasil. “Já havíamos coordenado antes um projeto América Latina para a Nvidia, pontualmente para a divisão de games, organizando um evento na Argentina para o lançamento do G-Force 1080, uma unidade de processamento gráfico de jogos eletrônicos que foi um divisor de águas para os negócios do cliente”, conta. “E realmente começamos a perceber em nossas prospecções de mercado que muitos clientes de tecnologia estão buscando uma atuação regional liderada a partir do Brasil”. Juan Gozzer, da LLYC, entende que no México, assim como na Argentina, a comunicação está bem integrada entre relações públicas e marketing: “Temos boas referências de práticas de comunicação de marca país-turismo na Colômbia e na República Dominicana. A comunicação de setores como mineração destaca-se em Peru e Chile. Por fim, o trabalho de comunicação em contextos econômicos ou políticos complexos − como na Argentina e no Equador − nos ensina muito sobre formas e dinâmicas da comunicação”. “Realmente, os mexicanos têm uma comunicação corporativa bem desenvolvida, com foco em relações públicas e marketing digital”, concorda Luciana Leite, da Vestas. “Setores como automotivo, farmacêutico e manufatura são grandes consumidores de serviços de comunicação, e a estratégia de ativação de marca por influenciadores é bastante popular, a exemplo do que se consolidou no Brasil – inicialmente, mais concentrada no mercado B2C e, mais recentemente, expandindo para B2B também. O mercado de mídia no México é sólido, mas um pouco mais influente quando nos grandes centros”. Para ela, com o avanço da digitalização surge um ponto de atenção adicional: a América Latina possui mercados em diferentes níveis de maturidade digital. Segundo o relatório Digital 2024 da WeAreSocial, Brasil e México lideram o consumo de mídia digital, enquanto países como Paraguai e Bolívia ainda enfrentam grandes desafios de conectividade. Esse cenário exige que líderes de comunicação equilibrem estratégias tradicionais e digitais, garantindo eficiência e impacto em toda a região. Rogério Artoni: “A exposição a diferentes culturas e práticas de mercado proporciona um aprendizado valioso, favorecendo o desenvolvimento de uma visão global. Essa experiência permite até a possibilidade de liderar projetos em outras regiões do mundo”

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