Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025

MODELO DE NEGÓCIO Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025 308 Esses negócios, aliás, precisam ainda encontrar um modo de levantamento de dados e informações reais e que sejam eficazes em apontar sua força e presença em todo o Brasil. E que contribuam para retratar o tipo de empreendedor pequeno, hoje, e que poderá ser o grande empresário de comunicação corporativa no futuro. Enquanto isso não acontece, os próprios profissionais que se reconhecem como eugência relatam experiências, aprendizados e razões, profissionais e pessoais, com o modelo de negócio que vêm praticando no dia a dia. Hibridismo formado pelo pronome mais a palavra agência, a eugência tem vivido expansão nesse universo da comunicação corporativa. Experientes profissionais vindos da imprensa tradicional estão, atualmente, produzindo comunicação do outro lado do balcão. Jornalistas ou não (no caso dos saídos de faculdades de relações públicas) atribuem esse crescimento à redução dos cargos (a hierarquia da ascensão na carreira) e vagas nas redações de jornais, revistas e redes de televisão. “Pessoas mais experientes têm tido menos oportunidades nas redações tradicionais por causa das reestruturações e desafios ao modelo de negócios”, opina Sérgio Malbergier. Depois de trabalhar na Folha de S.Paulo por mais de uma década, ocupando cargos de editor e correspondente internacional, e com um período de quase dois anos como diretor executivo na FSB Comunicação, Malbergier tomou o rumo do negócio individual. Registrada com o nome de Serg Comunicação, a eugência começou com três clientes na metade de 2011. Perto de completar uma década e meia de operação, mantém hoje o modelo inicial, com atendimento pessoal entre quatro e seis clientes fixos e agenda para alguns jobs temporários. “O melhor nesse tipo de atuação é a independência e a capacidade de aprender e estabelecer muitas conexões com a diversificação de clientes que o modelo proporciona”, diz. Sem citar clientes que atende ou empresas dos jobs, nos quais tem foco em aconselhamento estratégico e relacionamento com a imprensa, Malbergier faz uma avaliação positiva sobre as oportunidades de trabalho, apesar do momento da chamada “crise do papel” para os oriundos do off line. “O mercado de PR e comunicação, em geral, cresceu muito, e isso é bom para os jornalistas. É uma atuação diferente, mas que pode ser muito interessante tanto financeira como intelectualmente”, diz. Ele acredita que, em certo sentido, a experiência nas redações é muitas vezes mais valorizada fora delas. Como eugência que é, a Serg mantém parcerias de profissionais especializados e independentes e com outras agências no modelo Sérgio Malbergier O mercado de trabalho para profissionais de comunicação está em expansão. A necessidade de se comunicar aumentou muito e seguirá aumentando. Trabalhar de forma independente traz mais liberdade, mais oportunidades de conexões profundas, mais diversificação de fontes de renda. E a inteligência artificial deve ser uma ferramenta incrível de empoderamento para atores independentes.

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