Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025

Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025 31 Ricardo Cesar, CEO e presidente da Ideal Axicom na América Latina A IA reescreve as regras da comunicação corporativa Dados em tempo real, conteúdo amplamente personalizado, insights sobre a audiência que permitem personalizar ao máximo as conversas públicas, velocidade para ganhar escala ou se preparar para as crises. As inteligências artificiais generativas definitivamente representam um novo paradigma da criação, da distribuição e da mensuração da comunicação. Nosso ecossistema está mais complexo e, por consequência, muito mais interessante. Adentramos a era dos agentes de IA, dos work spaces criados com ferramentas de IA e de uma transformação radical de nossos processos de trabalho e decisão. Os novos times eficientes de relações públicas combinam estrategistas sêniores de comunicação e profissionais capazes de se adaptar para se tornarem verdadeiros AI-technologists. Apesar de todos os benefícios, contudo, a IA também apresenta desafios éticos e responsabilidades que não podemos ignorar. A disseminação de notícias falsas, a manipulação da opinião pública e a invasão de privacidade são apenas alguns dos riscos associados ao uso indiscriminado desta tecnologia na comunicação. Ainda precisamos discutir abertamente questões como a transparência dos algoritmos, a proteção de dados pessoais e a responsabilidade pelas decisões tomadas pela inteligência artificial. Mas a realidade já está imposta e nosso papel é navegar as mudanças da melhor forma. E esta capacidade de adaptação contínua é fundamental em um ambiente de comunicação cada vez mais dinâmico e fragmentado. Afinal, estamos no curso de uma transformação profundamente estratégica. Pensemos em como tradicionalmente abordamos a criação de conteúdo. Elaboramos mensagens, definimos públicos-alvo e esperamos que a mensagem ressoe. A IA, por outro lado, permite uma personalização em escala sem precedentes. Ela analisa dados, identifica padrões e adapta a mensagem para cada indivíduo, maximizando o impacto e a relevância. E a essa altura nós já entendemos que isso não significa que os redatores serão substituídos, mas sim que terão cada vez mais à disposição um poderoso aliado para aumentar sua produtividade e criatividade. Tarefas repetitivas e demoradas, como a criação de relatórios, o agendamento de posts nas redes sociais e o monitoramento de mídia podem ser automatizadas com a IA. Agentes criados com essas ferramentas podem ser utilizados para monitorar a reputação de uma empresa, identificar potenciais sensibilidades e até mesmo simular cenários de crise para testar a eficácia das estratégias de comunicação. Hoje, conseguimos analisar grandes volumes de dados para identificar tendências emergentes e prever o impacto de eventos futuros na reputação das marcas. Antecipar e adotar um comportamento “futurista, e não apenas seguidor”, como falamos na Ideal Axicom, é uma atitude proativa e estratégica crucial para uma gestão contemporânea de comunicação. É garantir mais tecnicidade às decisões que transformam a realidade dos negócios. Se a IA reescreve as regras, está em nossas mãos transformar o futuro hoje.

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