Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025 317 (*) Antônio Costa Filho é jornalista, trabalhou na redação de telejornal do SBT, escreveu em diferentes revistas da Editora Bloch, na equipe de economia da Veja nos tempos da Marginal Tietê, na Gazeta Mercantil, em São Paulo e em sucursais do interior paulista e em Salvador, Bahia, e na revista Investidor Institucional. Em comunicação corporativa, do outro lado da mesma moeda, fez jornal e revista empresariais, relatório anual de gestão e de ESG, media training, gestão de crise e relações governamentais. Participou do programa executivo STC (Skills,Tools and Competencies) com Fundação Dom Cabral e Kellogg Executive Education, em Evaston, Illinois, e Educação Executiva na FGV São Paulo. como agências, atendendo a mais de um cliente e que não se apresentem como profissionais autônomos. A entidade acompanha as transformações do mercado e reforça a importância de boas práticas, governança e qualificação profissional para todos os modelos de negócio. Anuário: A associação poderia avaliar, em algum momento, também representar os interesses dessas agências de comunicação corporativa de até cinco profissionais em suas ações institucionais? Fábio Santos: A Abracom já representa agências de diferentes portes, incluindo aquelas com até cinco profissionais. A entidade tem como compromisso ampliar sua atuação para atender às necessidades de todos os perfis de agências e já vem desenvolvendo iniciativas para apoiar empresas de menor porte, como a criação de produtos e serviços específicos para suas demandas, como os cursos de capacitação do Abracom Educa e as atividades dos oito grupos de trabalho da entidade. Anuário: Já não seria hora de realizar levantamento do perfil de geração de receita, empregabilidade e capacitação, entre outros dados, desse modelo/tamanho de serviços de comunicação corporativa? Fábio Santos: O Censo Brasileiro das Agências de Comunicação 2023 já deu um passo importante nesse sentido, trazendo informações sobre o porte das agências, seu perfil de contratação, volume de clientes e serviços mais procurados. Além disso, os dados revelam a predominância de modelos híbridos de trabalho, a estruturação das empresas e a especialização em diferentes segmentos do mercado. Com base nesses resultados, a Abracom tem um mapeamento mais preciso do setor e pode aprofundar novos estudos para entender melhor a geração de receita, a capacitação dos profissionais e a evolução dos modelos de negócios no setor de comunicação corporativa. Os dados completos estão nesse link. Anuário: Na visão da Abracom, que perspectivas têm os modelos eugência diante de um crescimento da demanda das companhias, em geral, pelas disciplinas de Relações Públicas e Assessoria de Imprensa? Fábio Santos: O Censo de 2023 apontou que a Assessoria de Imprensa segue como o serviço mais procurado pelas empresas (84,5% das citações), acompanhada pela produção de conteúdo e ações em redes sociais. O crescimento da demanda por disciplinas estratégicas, como Relações Públicas e Gestão de Crise, exige soluções integradas e um atendimento mais estruturado, o que favorece agências com capacidade para operar de forma escalável. No entanto, há espaço para pequenos formatos, desde que os profissionais sejam altamente capacitados e capazes de oferecer um serviço qualificado, com boas práticas e governança. A Abracom reconhece a diversidade do mercado e reforça a importância da profissionalização para que todas as empresas, independentemente do porte, possam competir em igualdade de condições. É importante afirmar que existem empresas-clientes de todos os portes, também. Anuário: A entidade analisa que o crescimento da eugência tem correspondência à redução de postos de trabalho nas redações de veículos de comunicação e o fenômeno de produção de conteúdo em redes sociais? Fábio Santos: A Abracom não possui uma pesquisa específica sobre essa relação, mas, com base no Censo Brasileiro das Agências de Comunicação 2023, observamos que as pequenas agências também são formadas por profissionais oriundos de grandes agências e empresas-clientes e não somente veículos de imprensa. Isso ocorre porque as demandas e exigências dos clientes, como aponta a Radar Abracom, estão cada vez mais focadas em uma comunicação estratégica e integrada, que vai além da Assessoria de Imprensa e inclui Relações Públicas, Comunicação Interna, Gerenciamento de Crise, Análise de Dados e Comunicação Digital. O mercado exige profissionais qualificados e capazes de atuar de forma multidisciplinar. Independentemente do porte da agência, é preciso que estas atividades sejam oferecidas.
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