Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025 322 TECNOLOGIA natureza de redija, elabore, escreva, prepare, significa que você provavelmente está chamando o ChatGPT tardiamente no seu processo de criação. O profissional perdeu a chance de ter esse parceiro cognitivo, parceiro criativo, parceiro de reflexão ao longo de toda uma esteira que precedeu a escrita daquele artigo, por exemplo. Ele entra na etapa de brainstorming, de planejamento, de análise de contexto, de investigação, principalmente agora com as ferramentas de pesquisa. E ainda o profissional perdeu a chance de envolver o ChatGPT na contextualização. Não deu a ele a chance de entender o contexto daquilo que vai escrever”. Maciel explica que a adoção da inteligência artificial nas empresas obedece a três níveis, que avançam de acordo com a cultura da organização: “Eu os considero níveis de incorporação. São três níveis e imagine-os como uma escada. São três degraus, steps progressivos. O primeiro nível é aquele em que você está incorporando a IA como um passageiro do avião. O passageiro não faz nada. O passageiro está ali para observar o voo. Trata-se, então de uma IA que vai te ajudar dando feedback sobre o seu conteúdo, vai dar pitaco. Então, é o ChatGPT que vai te ajudar ali dando sugestões, te trazendo ideias, propostas. O ChatGPT não executa. No segundo step, ele é o copiloto e tem botões para serem apertados. Ele é o assistente do comandante. A carga cognitiva para operar um avião é muito grande. Então, é preciso ter uma segunda cabeça pensando, seja para observar outros reloginhos, seja para poder executar atividades de apoio ao comandante. Então, a IA, quando ela entra no papel de copiloto, é aquele momento em que a gente tem a simbiose daquilo em que parte é executada pelo humano, parte pela IA. Porque esse é um módulo robocop. Melhor do homem com o melhor da máquina”. Segundo o especialista em IA, para chegar ao terceiro nível é necessário ter vivenciado todos os outros: “No terceiro nível entram os agentes. Eles não têm o que chamamos de human in the loop. Eu não tenho o humano no circuito. Literalmente, ele roda sozinho. Por exemplo, o chatbot que fica lá no seu site, no seu whatsapp, ele está 24 horas por dia trabalhando, responde a qualquer um que der oi. Então, esse terceiro degrau nunca é acessado no primeiro momento pelas empresas. O pessoal está subindo essa escadaria aos pouquinhos. Neste momento, há muitas empresas que estão chegando no terceiro degrau”, explica Maciel. Há muitas mudanças no futuro do profissional de comunicação, segundo Facó: “Ele será um profissional de criação, de comunicação, da área de marketing.Terá de ser muito mais criativo, estratégico e com forte entendimento em dados, no sentido de compreender o que funciona e o que não funciona. E haverá redução hierárquica. Aqueles que só produzem conteúdo, provavelmente, vão perder espaço no mercado. Os mais estratégicos, mais criativos terão um trabalho de integração com as inteligências e com os agentes, para poder competir no mercado”. E as transformações já começaram na comunicação. “O conteúdo consumido há 20 anos era quase que exclusivamente produzido por jornalistas, de rádio, televisão ou impresso”, lembra o diretor de Comunicação e Marketing da FGV. “Você lia ou via conteúdo in-
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