Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025

Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025 341 desenhava-se naquele momento: a comunicação interna entra, definitivamente, na construção da estratégia da organização. “Passamos, então, para uma comunicação mais descentralizada, de forma que as pessoas da organização pudessem dialogar. Não era possível manter a comunicação como algo unidirecional, só com informes. E a tecnologia ganha essa perspectiva da descentralização”, diz Karkoski. Nesse período avança também, com a adoção de ferramentas digitais, a possibilidade de aperfeiçoar o entendimento sobre o engajamento das pessoas na organização. “As áreas de comunicação, então, conseguem realizar esse raio-X do que está sendo feito, contribuindo para o negócio e para as pessoas. A área de comunicação torna-se mais curadora. E, assim, aproveitamos o capital intelectual de toda a organização. Importante lembrar que comunicação interna não envolve apenas o processo de produção e transmissão da mensagem para o colaborador. Ela também está atenta para o que o colaborador fará com a informação”, diz o diretor da P3K. Há, segundo ele, duas questões fundamentais para o avanço da IA na comunicação interna: o repertório da equipe e a governança da comunicação. “Os comunicadores terão de ampliar o repertório e aprender a fazer perguntas. Será a diferença em relação à inteligência artificial pasteurizada. De acordo com o que eu pedir para ela, e o meu repertório, vou preparar um conteúdo de qualidade. Sem o olhar crítico e o repertório, corre-se o risco de levar a IA a cometer erros”. O diretor da P3K considera que a governança da comunicação ficará ainda mais complexa: “Hoje eu estipulo regras e as sigo. Mas vamos para outro patamar. Avançaremos muito neste tema da governança da comunicação para que seja executada de forma responsável”. Na opinião do diretor de Conteúdo da CDI, a amplitude de realização de pesquisas com o uso da IA é um recurso que deve ser explorado desde o início do processo de elaboração das campanhas: “IA usa instrumento para buscar referências. A possibilidade de reunir referência de maneira interessante eleva o nosso potencial criativo. Às vezes achamos nossa ideia maravilhosa e, quando fazemos a pesquisa, constatamos que ela não é única. IA no brainstorming é importante, porque dá para checar se algo é realmente novo”. Vasconcelos ainda considera apropriado para o trabalho dos comunicadores o potencial criativo da inteligência artificial generativa. Ele cita a conquista do Prêmio Jatobá 2024 pela agência, na categoria comunicação interna, com o case Clientes Brasilprev: vários perfis, um só compromisso. Trata-se de trabalho desenvolvido para a Brasilprev com o uso de IA generativa, para a criação de sete personas referentes aos sete perfis de clientes da organização. Foi, então, sugerida a elaboração de card games, acompanhados de informações objetivas de cada um dos sete perfis. As peças deveriam ficar distribuídas em salas de reunião, para que os colaboradores tivessem acesso rápido às informações. “Foram três meses de produção para a finalização das ilustrações e das peças de card games. Nas situações com pouco tempo, orçamento enxuto e desafio maior, a IA pode ser um elemento fundamental. Todo o processo foi acompanhado pelas lideranças da CDI e com o conhecimento do cliente”. Karkoski conta que já foram iniciadas conversas com clientes sobre atividades que podem ser absorvidas pela IA internamente na organização para que Everton Vasconcelos: “Determinados modelos de observação de performance, que eram feitos manualmente, são agora articulados com modelos de inteligência artificial, o que resulta em ganho de aceleração de processo.”

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