Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025 344 TECNOLOGIA ticiparem dessa mudança, não vão se interessar em usar as ferramentas disponibilizadas pela empresa”. A segurança de dados é outra questão importante na inclusão da inteligência artificial no diálogo da empresa com os empregados. Na FCamara, as IAs não gerenciam e nem têm acesso por completo às informações privadas dos colaboradores ou da empresa. “Administramos isso através de vários workflows. Então, a IA só tem acesso ao mínimo e quando necessário. Além disso, para as inteligências, trabalhamos com uma infraestrutura local e não consumimos APIs de IA de mercado prontas, sobre cujos dados desconhecemos”, afirma Backschat. Entre as soluções mais efetivas com o uso da IA desenvolvidas pela empresa, o technical fellow da FCamara cita o bot Citrus: “Ele faz comunicações internas, inicia threads quando necessário e abre chamados. Tornou-se um centro de serviços para nossos colaboradores. Quando não consegue atender, ele direciona para quem possa ajudar e, para mim, é um dos grandes cases. Ele mostra o que pode ser feito com IA, integrações e automações”. Na administradora de consórcios Embracon, com mais de 3 mil empregados, a inteligência artificial generativa na comunicação interna trabalha para interpretar perguntas, fornecer respostas precisas e sugerir materiais relevantes, reduzindo a necessidade de chamados internos e aumentando a autonomia dos times, segundo Helder dos Santos, gerente de martech da empresa. “Além disso, a IA apoia a produção automatizada de conteúdos, como resumos de reuniões, e-mails internos e treinamentos interativos, garantindo clareza, agilidade e consistência na comunicação organizacional”. A IA ainda é empregada pela comunicação da Embracon em processos que incluem análise de sentimento, para avaliar o impacto das mensagens, e personalização, para adaptar as respostas às necessidades individuais dos colaboradores, e como seletor de tom de voz, para que a ferramenta se adapte de acordo com a necessidade de resposta, “como mais incisiva ou mais resumida, por exemplo”, diz Santos. As equipes da Embracon foram capacitadas por meio de treinamentos, workshops, mentoria e acesso a materiais educacionais especializados. “Além disso, incentivamos a experimentação e a colaboração entre os times para troca de conhecimento e adoção de boas práticas”, afirma Santos. A Embracon emprega agentes de IA para automatizar respostas e interações, RAG`s (Retrieval-augmented generation) para melhorar a capacidade do assistente de gerar respostas relevantes, fine-tuning para ajustar os modelos de linguagem conforme as necessidades da empresa e guardrails para garantir que o assistente opere de forma ética e conforme as políticas da empresa. Entre os principais benefícios do uso da IA, Santos indica a melhoria da eficiência, a redução de erros humanos, o aumento da produtividade, a personalização das interações, a disponibilidade 24/7 e a possibilidade de escalar o suporte aos colaboradores. “Já os principais riscos associados ao uso da IA incluem possíveis vieses nos dados, disseminação de informações falsas e dependência excessiva da tecnologia. Para mitigar esses riscos, é importante adotar protocolos de segurança, transparência e ética, monitoramento contínuo do desempenho do assistente e garantir a conformidade com as leis de proteção de dados”, acrescenta o gerente de martech da empresa. Para garantir aderência a questões como ética e compliance, a Embracon realiza auditorias regulares nos sistemas de IA, análise de interações anteriores, avaliações de impacto de privacidade e promove a conscientização sobre as práticas éticas de uso da tecnologia entre os colaboradores. Entre os cases mais interessantes, Santos cita o Tá na mão, “um assistente virtual baseado em IA que centraliza documentos, políticas e procedimentos, permitindo que os colaboradores encontrem respostas de forma rápida e eficiente”. Com mais de 20 mil colaboradores, a Cogna Educação Helder dos Santos: “Para mitigar os riscos, é importante adotar protocolos de segurança, transparência e ética, monitoramento contínuo do desempenho do assistente e garantir a conformidade com as leis de proteção de dados”
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