Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025

Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025 51 Ciro Dias Reis, presidente da Imagem Corporativa, board member da ICCO e membro do Advisory Council do Grady College/University of Georgia (EUA) Decodificar cenários para planejar e crescer “Nosso negócio é PR e não esses outros assuntos”. Foi assim que um colega anglo-saxão discordou, inutilmente, quando defendi que os encontros dos partners da rede PROI Worldwide, que eu comandava naquela fase final da pandemia, não poderiam se restringir aos debates sobre comunicação. Deveriam incluir variáveis de alto impacto no cenário global, como movimentações geopolíticas, tendências econômicas e mudanças climáticas. Nos eventos seguintes convidei a consultoria americana de riscos políticos Eurasia e o jornal inglês Financial Times para falarem aos partners de todo o mundo. Ambas as apresentações deixaram clara a direta correlação entre os aspectos macro do tabuleiro de xadrez internacional e o negócio de PR no dia a dia. E aproveitei para dar o pontapé inicial para a criação de um grupo de lideranças interessadas no tema sustentabilidade. Tais fatos comprovam a necessidade permanente de revisitarmos premissas consolidadas, liderando processos e apontando a direção dos ventos. Todos os anos a International Communications Consultancy Organization (ICCO) realiza uma pesquisa para identificar tendências da indústria de PR. Na edição de março de 2025 algumas conclusões se destacam. Parte delas é previsível, como a constatação do avanço do uso da inteligência artificial pelas agências. Outras valem uma reflexão capaz de ajudar no planejamento de passos futuros. Considerados todos os continentes, entre as preocupações para 2025 estão os limitados budgets de clientes (destacados por 37% dos entrevistados); as condições gerais da economia (34%); pressões para atingir metas de lucro e faturamento (26%). Apesar dos desafios, a maioria continua otimista sobre o crescimento das atividades de PR. Porém, um recorte sobre esse quesito na América Latina revela um olhar mais conservador. Quando perguntados sobre o potencial de expansão de negócios em seus mercados este ano, numa escala de zero a dez, a percepção média de profissionais aponta para um índice 6,6. Os profissionais da América Latina são os mais pessimistas: 5,2. Mas os latino-americanos são os mais animados sobre a perspectiva de clientes demandarem mais serviços não tradicionais junto a agências de PR: índice de 6,4 na região, para a média mundial de 5,6. Em nível global, a pesquisa da ICCO considera como principais apostas para o avanço do setor: serviços de consultoria estratégica (mencionada por 38% dos entrevistados), programas de reputação corporativa (37%) e atividades de public affairs & relações governamentais (23%). Não coincidentemente, três atividades de maior valor agregado e capazes de proporcionar receitas mais satisfatórias. Os setores avaliados como os mais promissores para as agências continuam os mesmos: tecnologia (citado por 54% dos entrevistados), saúde (30%) e serviços financeiros (27%).

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