Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025 60 MERCADO DA COMUNICAÇÃO CORPORATIVA AGÊNCIAS GRANDES E MÉDIAS Helena Prado, presidente e fundadora da PinePR O futuro das agências de PR na era da inteligência artificial Não são apenas nossos clientes que têm tido seus modelos de trabalho transformados pela inteligência artificial (IA). O mercado de relações públicas também vive mudanças significativas pelas novas ferramentas que impactam a dinâmica do setor. A automação de tarefas, a personalização de estratégias e a análise avançada de dados exigem que as agências se reinventem para acompanhar essa transformação. De um lado, a IA possibilita a criação de conteúdo em escala e a identificação de tendências emergentes. De outro, o fator humano segue ainda mais sensível, por ser indispensável para validar informações e garantir autenticidade nas interações. Além disso, a compreensão de algoritmos e o aprendizado de máquina tornam-se essenciais para ajustar estratégias conforme o comportamento do público. Profissionais de PR precisam equilibrar a automação com a personalização para manter uma comunicação eficiente, passando a desempenhar um papel mais estratégico, voltado para a curadoria de conteúdo e a gestão da reputação. As tendências para 2025 indicam uma crescente personalização em tempo real, além da comunicação integrada entre PR e marketing digital. A personalização de campanhas, o monitoramento inteligente de crises e a análise preditiva tornam as estratégias de comunicação mais eficientes. Com o uso de IA para monitoramento de mídia e análise de sentimentos as respostas a crises tornam-se mais ágeis e o combate a fake news e deepfakes também atinge novos padrões. Por meio do uso de algoritmos avançados de verificação de fatos, aprendizado de máquina e análise de padrões, essas tecnologias conseguem identificar conteúdos manipulados e detectar informações falsas em tempo real. Além disso, a IA pode monitorar redes sociais e veículos de comunicação para rastrear a disseminação de desinformação, permitindo respostas rápidas e estratégicas para mitigar danos à imagem das marcas. Entretanto, o avanço da IA no PR traz desafios. O excesso de automação pode gerar mensagens impessoais e diminuir a capacidade de pensamento crítico, enfraquecendo relações institucionais. Além disso, o technostress, caracterizado pelo estresse e sobrecarga mental devido ao uso excessivo de tecnologia, afeta significativamente a saúde mental dos profissionais. A necessidade de adaptação contínua e a pressão para acompanhar novas ferramentas geram fadiga e ansiedade. Para mitigar esses efeitos, é essencial investir em treinamentos, suporte psicológico e práticas que promovam o equilíbrio entre tecnologia e bem-estar. A inteligência artificial não substituirá os profissionais de PR, mas redefinirá seus papéis. O futuro da comunicação será baseado na fusão entre tecnologia e habilidades humanas. As agências que souberem integrar esses elementos terão vantagem competitiva, garantindo uma comunicação mais estratégica, personalizada e eficiente.
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