Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025

AGÊNCIAS-BUTIQUE Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025 72 MERCADO DA COMUNICAÇÃO CORPORATIVA Quando a COP30 desembarcar em Belém, em novembro de 2025, será a primeira vez que a principal conferência do clima das Nações Unidas ocorrerá na Amazônia. Isso por si só já é um marco histórico. Mas o que está em jogo vai além da diplomacia climática: trata-se de uma oportunidade para repensar a comunicação como ferramenta de engajamento, formação e transformação social. E, nesse contexto, as agências de comunicação têm um papel inadiável. Como Alter e Jambo, duas agências com forte atuação em ESG e impacto socioambiental, enxergamos que a comunicação para a COP30 não pode ser reduzida à estética das campanhas, à produção de peças publicitárias ou à corrida por visibilidade. A responsabilidade social das agências está em ajudar seus clientes − sejam empresas, fundações, coletivos ou organizações públicas − a traduzirem suas estratégias em narrativas verdadeiras, educativas e comprometidas com o legado que deixarão. A construção desse legado exige das empresas mais do que presença institucional em grandes conferências. Exige compromisso com processos contínuos de escuta, aprendizado e contribuição concreta para os territórios e as pessoas impactadas por suas operações. As agências que as acompanham devem estar preparadas para estimular esse olhar de longo prazo, ajudando a construir pontes entre a comunicação e a ação. Cabe às agências a coragem de propor caminhos que transcendam o marketing de ocasião e coloquem no centro da estratégia o impacto positivo e duradouro. Porque, ao fim, será o legado − e não o alcance das postagens − que determinará a relevância das marcas nesse momento histórico. Por isso, decidimos criar juntas a Casa Balaio, um espaço de convivência, conteúdo e trocas durante a COP, voltado à escuta, à produção coletiva de conhecimento e à construção de caminhos sustentáveis. A Balaio nasce como resposta à pergunta que não quer calar: como transformar a participação na COP30 em algo que gere impacto real, além do evento? Acreditamos que essa resposta passa pela formação de consciência, pela qualificação dos porta-vozes, pela criação de conteúdos acessíveis e pedagógicos, e pela valorização dos saberes locais e das vozes tradicionais da Amazônia. É papel das agências provocar seus clientes a pensarem em como querem ser lembrados depois da COP, o que efetivamente têm a dizer e a fazer em um planeta em colapso climático. Em vez de “vender sustentabilidade” é preciso comunicar com responsabilidade. Isso exige ética, escuta, coerência e coragem − inclusive para recusar narrativas vazias ou ações que não se sustentem em compromissos concretos. A COP30 será vitrine para o mundo, mas também será espelho: refletirá quem somos enquanto país e enquanto setor de comunicação. Cabe a nós, agências, ajudar a construir esse espelho com sensibilidade, densidade e verdade. E a única forma de fazer isso é reconhecer que comunicar também é educar. E que educar, no contexto climático, é um ato radical de cuidado com o futuro. Rita Soares, diretora da Jambo Estratégias de Comunicação, e Kelly Lima, sócia-fundadora da Alter Conteúdo Muito além do marketing: a responsabilidade social das agências de comunicação na COP30

RkJQdWJsaXNoZXIy NDU0Njk=