Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025 83 Fernando Saliba, sócio-diretor do Grupo Printer Comunicação Tecnologia é aliada, não substituta! É difícil escrever um artigo sem abordar tecnologia. E quanto mais lemos sobre o assunto, mais precisamos ler. Nunca estamos atualizados. No entanto, estamos vivenciando um momento distinto. Ao longo de quase 30 anos à frente do Grupo Printer, e antes, nas redações, testemunhei várias revoluções tecnológicas, mas poucas foram tão impactantes quanto a inteligência artificial. Para ficar no nosso segmento, a IA está presente no dia a dia das agências em várias frentes, auxiliando desde a análise de tendências até a personalização de campanhas. As soluções de IA potencializam nossa capacidade, permitindo um trabalho mais ágil e assertivo. Para exemplificar, fiz uma experiência. Solicitei ao ChatGPT, Copilot e DeepSeek este artigo, informando a abordagem desejada, público-alvo, entre outras premissas. Em segundos, recebi conteúdos muito parecidos nas três ferramentas, mas longe de ser o texto final. Não atenderam nem à quantidade de caracteres. Entretanto, vieram insights interessantes, que contribuíram, reduzindo o tempo gasto na produção do zero. Todas as áreas da Printer usam a IA como ajudantes, que expandem nosso potencial criativo e estratégico. Por exemplo, na parte de conteúdo, para pesquisas e otimizar SEO; na criação, para dar movimento a imagens. Até agora, o uso reforça duas certezas que tínhamos: a IA é um assistente bem-vindo e temos muito a aprender. Os benefícios da IA na comunicação corporativa são inegáveis. Para citar um deles, a automação de tarefas repetitivas, que permite aos profissionais se concentrarem mais em atividades de maior valor agregado. No dia a dia, isso se traduz em estratégias mais assertivas; mais ideias para uma campanha; mais tempo para se dedicar ao relacionamento com os clientes, jornalistas e parceiros; etc. Com as vantagens, temos os desafios. O principal é manter o olhar apurado sobre o conteúdo gerado, garantindo que ele preserve autenticidade e coerência com a nossa identidade, a dos clientes e com o mercado. Para nós, que somos da área, é fácil perceber as diferenças entre o conteúdo ou a arte criados pela IA, sem a interferência do humano, e o que foi aprimorado, personalizado. Ingênuos os que acham que conseguem driblar o público. Por esse motivo, os veículos de comunicação, assim como nós, informam que houve uso de IA. Estudos revelam que, nos próximos anos, teremos sistemas ainda mais sofisticados, capazes de interpretar nuances emocionais e adaptar mensagens com precisão cirúrgica. No entanto, o diferencial continuará sendo a capacidade humana de criar conexões genuínas. A chave para o futuro da comunicação corporativa, e para qualquer segmento, está na sinergia entre tecnologia e talento humano. Quem souber equilibrar essas forças sairá na frente. O parágrafo acima já deve fazer parte do repertório das soluções de IA, pois é a mensagem principal quando surge uma nova tecnologia, desde quando troquei a máquina de escrever pelo computador. A tecnologia não vai substituir o humano, apenas aqueles que não acompanharem a sua evolução, não se mantiverem atualizados ou abertos a novas oportunidades.
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