Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025 85 Kelly Boscarioli, CEO da KB!COM Cultura e visão de futuro Empreender no dinâmico universo da comunicação corporativa é uma jornada de constante aprendizado e adaptação. Recentemente, tive o privilégio de mediar um debate sobre o futuro das agências em 2025, uma experiência que reforçou a importância da troca e da colaboração entre nós, profissionais e empreendedores do setor. Ouvir diferentes perspectivas, desafios e visões de futuro me fez refletir sobre a essência do nosso trabalho. Para mim, empreender nunca foi sobre idealizar um sonho, mas sim sobre compreender que somos parte de um ecossistema onde empresas e pessoas se conectam. Cada história compartilhada, cada obstáculo superado reafirmou minha crença de que a verdadeira inovação nasce da colaboração e da troca genuína. Em um mundo em constante transformação, a capacidade de se adaptar e aprender com o outro é fundamental. “Visão sem implementação é ilusão”. Essa frase ecoa em meus pensamentos, especialmente quando olho para o futuro da KBCOM. Em 2027, celebraremos 25 anos de agência, um marco que nos impulsiona a revisitar processos, cultura e estratégias, com a “KBça no futuro”. E quando falo em cultura, não me refiro a murais de frases motivacionais ou manuais de conduta. Cultura é o espectro invisível que permeia cada canto de uma organização, moldando decisões, ações e o próprio ritmo do tempo. Recebi uma provocação recente que me tirou da zona de conforto e me impulsionou à tomada de decisão: em um mundo onde o tempo é o ativo mais precioso, a cultura atua como um filtro poderoso. Ela distingue o que realmente merece nossa atenção, o que impulsiona o progresso e o que apenas ocupa espaço. E é exatamente nesse momento que me encontro. A cultura não se impõe como uma obrigação, mas se manifesta no hábito, na paixão, naquilo que as pessoas fazem em nome da empresa quando ninguém está olhando. “Vestir a camisa” não é uma imposição, é um reflexo do compromisso genuíno com um propósito maior. É a alegria de contribuir para algo que transcende o individual, que impacta positivamente o coletivo. De novo, a cultura é tudo o que as pessoas fazem em nome da empresa quando ninguém está vendo. É a soma de valores, crenças e comportamentos que se manifesta em cada interação, em cada decisão, em cada entrega. É a cultura que transforma um grupo de indivíduos em um time unido por um propósito comum. É a cultura que define se um projeto será apenas mais uma tarefa cumprida ou um case premiado que transcende o tempo e se torna um legado. E como chegar nesse equilíbrio? Existe receita para o avanço da cultura organizacional? Decerto, nada que garanta o nirvana do alinhamento total e irrestrito, mas o exercício diário dentro de cada realidade e seus recursos, além da consciência de que cada colaborador tem a sua cultura, por vezes conflitante com o todo. Prosperar na missão é viver a cultura no dia a dia, com exemplos, com a separação do que representa e do que vai contra a maneira como as pessoas enxergam o negócio. É transformar valores em identidade, o reconhecimento de resultados mesmo que sem assinatura. Não é técnica, regra, parâmetro ou métrica. Cultura é trabalho com alma.
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