Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025 89 Enio Campoi, sócio-diretor da Mecânica de Comunicação Estratégica Da icônica Remington à IA, aonde a comunicação vai chegar? Um mercado dinâmico, pulsante e transformador. Essas três características impulsionam as agências de comunicação a anteciparem tendências para oferecer soluções inovadoras às empresas, entidades e instituições, levando a mensagem assertiva para os públicos de interesse. Da máquina de escrever ao notebook e tablets, dos telefones com fio aos smartphones, do fax e telex ao e-mail e whatsapp, das fotos impressas enviadas pelo correio às redes sociais. Todas essas mudanças, que marcaram as agências com mais de três décadas de atuação, foram fundamentais para o crescimento sustentável do nosso mercado. Entretanto, o avanço da digitalização nos últimos cinco anos tem ofertado ferramentas para elevar o patamar de produtividade e eficiência das agências. Em 2024, o uso da inteligência artificial (IA) consolidou-se em escritórios de relações públicas no Hemisfério Norte e seu uso tem sido cada vez mais frequente em agências no Brasil. A combinação da inteligência artificial com a inteligência humana tem contribuído para aprimorar as métricas de dados e as avaliações das estratégias e dos resultados, para automatizar tarefas e para aumentar a eficiência no gerenciamento dos clientes. A criação de conteúdo é outra área que se beneficia com a IA. A pesquisa Davis+Gilbert 2024 Public Relations Industry Trends Report, promovida pelo escritório de advocacia Davis+Gilbert com 188 agências de RP, sendo 73% da América do Norte, mostra que 69% das empresas usam IA para criação de conteúdo escrito − uma alta de 24% ante a pesquisa anterior. Os escritórios de grande porte usam a IA para análise de dados e criação de conteúdo visual, enquanto as empresas menores e médias aplicam a tecnologia para formação de ideias e criação de conteúdo escrito. Outro destaque reportado pelo estudo foi a continuidade nas fusões e aquisições entre as agências de RP na América Norte, especialmente. Mas no Brasil esse movimento também é frequente, com empresas de mesmo porte realizando fusões e agências sendo adquiridas por grandes conglomerados brasileiros ou internacionais. Essa estratégia tem contribuído para a manutenção da competitividade das empresas, mas também para aumentar a eficiência, com a entrega de soluções feitas sob medida para os clientes. Nesse sentido, a oferta de uma comunicação integrada continuará a ser tendência nos próximos anos. Reunir no portfólio os serviços de mídia digital e social, branding, criação de conteúdo, relacionamento com a imprensa, parcerias com influenciadores, comunicação interna e análise de dados pode ser uma estratégia essencial nos dias atuais. A certeza é que seguir na vanguarda da adoção de novas tecnologias é primordial; afinal, não podemos prever até onde a comunicação pode chegar. Contudo, é preciso lembrar que os públicos de interesse são formados por pessoas que anseiam por interações e mensagens autênticas e confiáveis, que reflitam a essência de cada instituição. Portanto, uma narrativa simples e contundente pode fazer toda a diferença.
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