AGÊNCIAS-BUTIQUE Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2025 92 MERCADO DA COMUNICAÇÃO CORPORATIVA Duas palavras marcam nossa transição para 2025: pluralidade e regeneração. Se a última década nos ensinou algo é que futuros desejáveis não serão construídos por indivíduos ou organizações isoladas, mas por redes colaborativas que transcendem fronteiras, hierarquias e dicotomias. A comunicação, como nenhuma outra disciplina, tem o poder de tecer essas redes – e é aqui que o conceito de pluralidade encontra sua máxima expressão. Plural como o pronome que define nossa identidade: Nós. Há 28 anos iniciamos nossa trajetória na comunicação e, desde quando adotamos o nome Nós da Comunicação, reafirmamos nossa convicção: o trabalho coletivo, a convergência de ideias e a diversidade de pensamentos são alicerces para uma comunicação transformadora. “NÓS” envolve a gente, você, os clientes, fornecedores e todos os que contribuem para que a mensagem circule e provoque ação, reflexão, inspiração. Hoje, esse posicionamento revela-se visionário. Em um mundo fragmentado por algoritmos e bolhas informacionais, resgatar o sentido de coletividade tornou-se imperativo estratégico. A comunicação que apenas amplifica vozes individuais perde relevância diante daquela que constrói pontes entre perspectivas diversas. Paralelamente, testemunhamos a evolução dos conceitos de sustentabilidade para regeneração. Como define o economista John Fullerton, fundador do Capital Institute, a economia regenerativa “busca regenerar capital social, humano e natural enquanto gera prosperidade compartilhada”. Vai além de reduzir danos – restaura e revitaliza sistemas vivos. Para a comunicação, isso representa um salto quântico: movemo-nos do antropocentrismo para uma visão sistêmica que considera todas as formas de vida e suas interdependências. Não comunicamos apenas para pessoas, mas para ecossistemas sociais, culturais e naturais interconectados. Essa abordagem nos permitiu apoiar organizações em processos de transformação significativos, como demonstram nossos trabalhos com empresas nacionais e multinacionais. Ao desenvolver diagnósticos de comunicação, frequentemente descobrimos que questões aparentemente técnicas revelam necessidades estratégicas e culturais fundamentais. Entre os trabalhos que mais nos orgulham estão aqueles que transformam a memória histórica das empresas em narrativas vivas, conectando passado e futuro. Esta prática alinha-se com o desenvolvimento de propostas de valor para colaboradores (EVP) – campo que vemos em expansão. Ambos reconhecem que valor não é criado isoladamente, mas cocriado em redes de relação. O que vamos comunicar no futuro? O que vamos dizer para o mundo? Que histórias queremos contar para as futuras gerações? A comunicação regenerativa e plural representa nossa aposta em um horizonte de possibilidades. Uma comunicação que, como o pronome que nos define, acredita no poder do coletivo para desenhar não um futuro singular e predeterminado, mas futuros plurais, cocriados e regenerativos. Paulo Clemen, diretor de Atendimento e Planejamento da Nós da Comunicação Futuros. Plurais como Nós
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