Rádio Mega Brasil Online – 20 anos 22 Nó em pingo d´água “Chegamos a fazer até a cotação para tentar seguir a mesma receita que vinha sendo adotada pelo mercado. Mas o valor era maior do que o que tínhamos arrecadado com os patrocínios. Inviável”, recorda Marco. O momento parecia sem saída. Até que surgiu a ideia de usar a estrutura da rádio e o canal no YouTube para colocar o evento em pé. Fazer transmissão de um evento, afinal, não era novidade na casa, enfim, em síntese, era o mesmo que transmitir um programa, e isso a rádio já fazia há algum tempo. A questão era dar o aspecto de participação efetiva do público, sem se limitar a uma gravação simples; precisaria ser mais “quente”, trazendo calor e emoção a momentos como a entrega de prêmios ao vivo. Depois de momentos angustiantes, as nuvens começaram a se abrir. O evento foi ampliado de dois para 15 dias, com duas palestras a cada manhã e debates pré-gravados. Todo mundo em casa. Os palestrantes, no dia da transmissão, entravam ao vivo e a operação se encarregava de acompanhar o chat no YouTube para interação com o público, passando as questões aos palestrantes por WhatsApp. A entrega do prêmio foi um capítulo à parte. “Sou gaúcha de Bagé (RS), vim para Londres como correspondente do Valor Econômico e moro aqui há 26 anos. Nos últimos 15 anos, venho trabalhando com comunicação corporativa. Quando comecei, o Brasil estava bombando, nos anos Lula, grandes empresas brasileiras com presença mundial, como Petrobras, Odebrecht. Todos viraram meus clientes, porque precisavam trabalhar suas reputações no exterior por causa de mercados novos. Com a ideia de fazer um programa sobre o que estava acontecendo no meio da pandemia, descobrimos no processo a mudança no fazer jornalismo. Na prática, era uma conversa entre amigos, mas éramos todos jornalistas; conversávamos sobre as informações, as notícias na semana. Estávamos confinados em casa e descobrimos que tínhamos uma cobertura razoável. Foi importante também do ponto de vista pessoal, devido ao isolamento.” Maria Luiza “Cuca” Abbott, jornalista e consultora de comunicação estratégica Marco, no interior, seu braço direito (e esquerdo), Vitor Rocha, no comando em casa; cada finalista anunciado recebia uma ligação avisando para aguardar que o vencedor seria anunciado. Quando saía o nome, a chamada era aberta no WhatsApp para a TV e, no final, tudo deu certo. “Foi um desafio. Quando rodou a vinheta de abertura do Congresso, eu tive vontade de chorar. Pensei: a gente está conseguindo fazer uma coisa que até pouco tempo atrás podia representar o fim da nossa empresa, e a experiência da rádio foi importante nesse aspecto de sobrevivência”, diz Marco. Ao final, a pandemia trouxe inovações inesperadas. Um dos programas especiais da época foi o Causos da Comunicação Corporativa, com 12 episódios apresentados por Marco na viola, ele e Edu travestidos de caipiras, ouvindo causos engraçados de executivos da Comunicação Corporativa. Uma coisa inusitada. E uma das histórias mais engraçadas foi contada pela Malu Weber, vice-presidente de comunicação da Bayer e presidente do Conselho Deliberativo da Aberje, sobre o dia em que, repórter iniciante, ao perguntar ao guarda rodoviário o nome da pessoa que havia provocado o acidente, ouviu: “evadiu-se”. De caneta em punho, completou a pergunta: “Ok, mas qual é o sobrenome do Evadilce? “De vez em quando a gente bola uns especiais, bem diferentes”, diz Edu Ribeiro, lembrando também dos especiais de Natal, com executivos
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