Jornal da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | Especial

DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 16 O que já estava se desenhando por causa das rápidas mudanças na sociedade, consolidou-se em março deste ano. A comunicação foi convocada à sala de comando para organizar e replanejar as relações das empresas e marcas com seus públicos, repensando o propósito, em meio a uma tragédia para a qual não existia manual. Ganharam relevância os profissionais que já tinham uma visão geral do negócio e da sociedade, além da empatia e a agilidade de unir perfis e implementar uma estratégia coerente. Não por acaso, as empresas que saem da crise com melhor reputação são as que tiveram coragem de implementar ações e comunicações relevantes num momento tão difícil. Em setembro de 2019, o estudo da Page Society já trazia essa tendência: o chefe de comunicação (CCO - chief communication officer ) como um precursor das mudanças e da consolidação do caráter corporativo. O estudo ouviu mais de 200 líderes de comunicação pelo mundo e trouxe quatro tendências para a área: a importância de a empresa criar valor para a sociedade alinhado aos conceitos de ESG (meio ambiente, social e governança); a relevância da cultura interna, com menor hierarquia, respeito à diversidade, além de maior transparência e consideração dos funcionários; a coerência da marca nos valores e entregas em todos os pontos de contato, tendo o consumidor ao centro; e, final - mente, a relevância por meio do uso da tecnologia, do big data e da maior personalização dos conteúdos para atingir os objetivos da comunicação. O sucesso dos profissionais de comunicação em aplica - rem esses conceitos e tendências serão proporcionais às habilidades de liderança e negociação para conquistar aliados e recursos. Essas habilidades não dependem de hierarquia, e podem ser usadas por iniciantes ou seniores. As empresas terão que mudar, adaptar-se e questionar seus próprios conceitos, tendo sempre a emoção, o coração e as pessoas no centro, reforçando conexões e oportunidades de evoluir e perpetuar seus negócios. Se bem feito, todos ganharão.  O coração no centro da mudança e da conexão Leandro Conti, Diretor de Relações Externas da Hotmart Quem diria que enfrentaríamos mudanças tão substanciais em tão pouco tempo. Mesmo antes da pandemia, as áreas de comunicação já estavam passando por um turbilhão de novidades. Se no passado o trabalho resumia-se à assessoria de imprensa e comunicação interna, hoje o universo de atuação expandiu-se para influenciadores, youtubers , comunidade local e virtual etc.. E cada um com plataformas, públicos e linguagens diferentes. Para ter o impacto certo, uma mesma mensagem deve ser apresentada de maneiras distintas no Instagram, no TikTok, no LinkedIn, no release, no site, no discurso do porta-voz e por aí vai. É difícil prever o que o futuro nos reserva, mas algumas regras tornaram-se básicas. Por exemplo, a comunicação deve ser transparente. Pessoas conectam-se com histórias reais. Valores de marca são levados cada vez mais em consideração na decisão de compra – e eles precisam ser verdadeiros, e não apenas uma mensagem bonita da porta para fora. As pessoas não querem mais consumir o que empurram para elas, mas sim o que elas querem e no tempo que desejam. Sustentabilidade virou fator de decisão. Diversidade, ética, integridade e inclusão também são mandatórios para a reputação de uma marca. Apenas para citar alguns. Aqui no Brasil, mal saímos de uma crise econômica iniciada em 2013 e agora entramos em outra. Dessa vez global. E são vários os aprendizados. Um deles é a resiliência das pessoas. Um outro, a capacidade de nos reinventarmos. De um jeito mais fácil ou mais difícil, todos nos adaptamos à digitalização. Já estamos vivendo, forçados pela pandemia, um caminho sem volta de integração do presencial com o digital. Outra lição é sem dúvida a eficiência de tempo e de recursos. Não há mais espaço para ações que não sejam avaliadas em 360º. Aquele tempo no qual comunicação e marketing viviam em mundos opostos não existe mais. Qualquer iniciativa precisa ser pensada para a empresa como um todo, agregando a estratégia de todas as áreas. O objetivo da comunicação continua a mesma: encantar e surpreender o público. O desafio é incorporar todos esses pontos com a máxima otimização e criatividade.  Comunicação e marketing em mundos opostos. Isso não existe mais Cláudio Rawicz, Diretor de Comunicação e Marketing da Audi do Brasil Leandro Conti , da Hotmart, com a experiência de ter atuado no Brasil e no exterior, faz uma análise da aceleração técnica provocada pela pandemia na atividade e ressalta que a grande transformação virá por meio da humanização das empresas. Numa reflexão complementar, Claudio Rawics , da Audi, explora e enumera as múltiplas transformações dos últimos anos, entre elas a total integração de marketing e comunicação.

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