Jornal da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | Especial

DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 26 Vivemos momentos de grandes transformações sociais e culturais que interferem diretamente na prática da comunicação em contextos organizacionais. A comunicação organizacional e das relações públicas têm ganhado cada vez mais relevância no posicionamento das organizações frente a assuntos necessários para sua sobrevivência e legitimação. Hoje a maior parte das organizações desejam ser posicionadas e reconhecidas como inovadoras. Esse posicionamento se traduz por narrativas que buscam projetar a identidade das organizações em uma imagem associada a diversidade, gerando mais engajamento da marca com seus stakeholders . Uma competência fundamental do profissional de co - municação atualmente é a visão estratégica e consultiva de gestão reputacional para estabelecer real equilíbrio entre o que a organização diz ser (sua narrativa) e o que realmente a organização é (sua identidade) principalmente no tema da diversidade. Empresas que investem em diversidade projetam uma imagem pública de maior compromisso com valores, responsabilidade social e igualdade de oportunidades, aspectos muito valorizados por consumidores, formadores de opinião, jovens talentos e investidores também. O tema da diversidade é valorizado por 87% dos profissio - nais do mundo e 91% das pessoas no Brasil. Estudo recente da McKinsey mostra que as empresas da América Latina que adotam políticas de diversidade tendem a superar outras empresas em práticas-chave de negócios como inovação e colaboração, e seus líderes são melhores em promover a confiança e o trabalho em equipe. A pesquisa mostra que essas empresas costumam ter ambientes de trabalho mais felizes e uma melhor retenção de talentos. Entretanto, 80% das empresas dizem que são ineficazes no desenvolvimento de um banco de liderança diversificado e inclusivo (Gartner, 2019). O próprio estudo da McKinsey mostra que mulheres e grupos minoritários continuam consideravelmente sub-representados nas posições de liderança das empresas latino-americanas. O profissional de comunicação estratégico deve orien - tar as organizações a implantarem políticas de diversidade, com ações concretas de curto, médio e longo prazos que façam a organização evoluir efetivamente. E assim, poderemos também ter ummercado de trabalho mais igualitário, o que traria inúmeras vantagens competitivas e agregaria US$ 28 trilhões à economia global (McKinsey, 2018).   Diversidade da narrativa para a prática Leila Gasparindo, CEO e Diretora Executiva do Grupo Trama Comunicação Há uns anos, alguns teóricos vêm defendendo algo que boa parte das organizações encontrava dificuldade de interpretar e colocar em prática: os limites entre o interno e o externo no contexto organizacional se diluíram. O empregado é formador de opinião da marca. Nas mídias sociais, discutem-se práticas de gestão das empresas. O indivíduo reivindica seu lugar de interlocutor ativo e participativo - quando não de protagonista - a despeito da natureza das relações entre organizações e públicos. Pois bem, as organizações que estavam com dificuldade de entender isso até março de 2020, precisaram aprender às pressas. Com boa parte do efetivo em casa, mais do que reconhecer que o contexto tradicionalmente “interno” das organizações extrapolou muros e invadiu residências, as organizações também tiveram que aprender a colocar para “dentro” do seu ambiente (mesmo que esse ambiente fosse o digital, neste momento) tudo aquilo que - pensava-se - deveria ficar só “da porta para fora”. Fomos obrigados a reco - nhecer as duplas jornadas. Fomos obrigados a escancarar as desigualdades entre classes. Fomos obrigados a encarar de frente o sofrimento psíquico associado ao trabalho. A comunicação, que encontrou nesta pandemia uma oportunidade de se mostrar altamente relevante na relativamente simples tarefa de manter todos informados sobre as decisões e diretrizes organizacionais, também teve chance de se mostrar fundamental para além do informativo. Ao ter os muros derrubados, é possível abrir os olhos para a comunicação na sua forma mais legítima: em mão dupla, como um diálogo, como um instrumento de trocas. Os profissionais de comunicação que se deram conta disso saemmais fortes desta pandemia.  Um mundo sem fronteiras Bruno Carramenha, Sócio da 4CO, agência butique do ano em 2018 e 2019 pelo Troféu Jatobá PR Leila Gasparindo , do Grupo Trama, considera que a inovação é condição essencial dos tempos atuais dentro da comunicação e a diversidade, uma das principais moedas empresariais em curso. Outro ativo que aflorou como decisivo na pandemia foram as relações das organizações com os colaboradores, que passaram da noite para o dia por uma transformação sem precedentes, como ressalta Bruno Carramenha , da 4CO, fortalecendo e tornando essencial o diálogo.

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