Jornal da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | Especial

DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 33 Este ano trouxe novos desafios para todos nós. Alémda transformação digital emvários setores, repensamos nossos hábitos de vida e também de consumo. Estamos aprendendo a lidar com situações cujas respostas não são simples. Tudo isso escancara uma realidade de vulnerabilidade, que na definição da pesquisadora Brené Brown, especialista em estudos comportamentais, compreende tudo aquilo que experimentamos emmomentos de incerteza, risco e exposição. Aceitar essas incertezas ajuda a nos fortalecermos neste contexto. As empresas também passam por isso. Estão sendo cobradas cada vez mais a comprovar que o seu discurso vem precedido de ações e atitudes. Isso reforça a importância da gestão da reputação e a necessidade das empresas em mostrar a sua razão de existir. As marcas com propósito claro, empáticas e que se colocam à serviço da sociedade sairão ainda mais fortes desta crise. A cultura organizacional é outro dos grandes desafios e aprendizados deste período. A confiança é a palavra-chave e a comunicação, clara e transparente, o único meio para transformar as ideias em atitudes concretas. Por isso, a comunicação integrada e consciente da sua responsabilidade social deve ditar o ritmo das campanhas, ações e ativações, destacando o propósito das marcas. Outro aspecto que não podemos desconsiderar é a guerra contra as fake news . Além da necessária conscientização comportamental, temos que estar alertas para não cair no jogo dos bots, que estão à nossa espreita para nos levar, em muitas situações, a locais de informação duvidosa. Nesse sentido, além da Imprensa, pilar de informação e conhecimento confiável, as marcas também podem contribuir ao trabalhar uma estratégia de conteúdos úteis para a sociedade, produzindo informações confiáveis sobre seus produtos e serviços. Acredito muito que a comunicação será um elemento essencial de ressignificação e conexão no pós-covid-19. Para isso, nosso papel como comunicadores será ainda mais estratégico, para ajudar a defender os pilares de uma comunicação ética, responsável e sustentável para as pessoas.  Ressignificação Marcio Cavalieri, Sócio-Fundador da RPMA Comunicação Um evento sem precedentes como a pandemia que estamos atravessando afeta profundamente todos os aspectos da vida humana e muitas mudanças serão incorporadas em definitivo. O papel das empresas muda radicalmente em uma crise global de tamanhas dimensões. Jamais o termo razão social teve sentido tão literal para o espectro da atuação de uma companhia junto a todos os seus públicos de interesse. Empresas conscientes e cidadãs não bastam em si mesmas, pois só existem em total integração com a sociedade. A necessidade de inovar, reagir rápido, responder às necessidades e anseios das pessoas (físicas e jurídicas) abre uma urgência ainda maior para a comunicação. É preciso estreitar laços, aumentar a frequência de contato, mostrar-se presente e, acima de tudo, genuíno e verdadeiro no diálogo com todos os interlocutores. A pandemia provou, mais uma vez, que a comunicação corporativa é a área mais bem equipada e preparada dentro de uma empresa para gerenciar crises de profundo impacto organizacional. É fundamental manter todos os públicos de interesse informados para entender as peculiaridades do momento e engajados para (re)agir conforme as novas evoluções e contornos que uma crise pode tomar, em alta velocidade e sem quaisquer padrões. Também há premente necessidade de manter toda a cadeia de valor engajada para a hora da retomada. Atravessar a tormenta juntos e fortes para que a reação seja vigorosa e ocorra no tempo certo – o que, na FCA, convencionamos chamar desmart restart . O súbito cerceamento à mobilidade foi outro enorme desafio a ser respondido. De repente, nos vimos seria - mente limitados em nossa capacidade de locomoção, numa forma de perda da liberdade talvez jamais vivenciada. Em uma live – eis aí uma nova convenção estabelecida pela pandemia – promovida recentemente pelo Consulado Italiano em Belo Horizonte e pela Casa Fiat de Cultura, o sociólogo Domenico de Masi observou que a nossa vida é regida por duas grandes variáveis: tempo e espaço. Antes da pandemia, tínhamos todo o espaço do mundo para ser explorado, mas não tínhamos tempo. Com o isolamento social, necessário para a proteção da vida, passamos a ter mais tempo, commuito menos espaço. Daí o imperativo de reinventar-se e reaprender a trabalhar, a consumir e a relacionar-se com o mundo. A pandemia, enfim, virou uma página da história huma - na. E caberá a nós, como comunicadores natos, escrever a nova narrativa.  Novas vocações, novos papéis, novos espaços Fernão Silveira*, Diretor de Comunicação Corporativa e Sustentabilidade da Fiat Chrysler Automóveis (FCA) para a América Latina e Presidente da Casa Fiat de Cultura (*) Agradecimentos especiais aos queridos colegas Adriana Cardoso, Mariana Cordeiro eRoberto Baraldi pelos insights , sugestões e comentários. Ser ágil e abrangente, sem perder a essência, foi um dos desafios que a crise colocou na rota da comunicação, como revelaFernão Silveira , da FCA. O outro, foi buscar o engajamento rumo a uma travessia segura. Estaríamos aprendendo a lidar com tudo isso? Marcio Cavalieri , da RPMA, diz que aceitar as incertezas e trabalhar a confiança são aspectos marcantes para a comunicação nessa busca pela ressignificação do papel das organizações no novo tempo.

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