Jornal da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | Especial

DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 4 Vivemos uma era de mudanças ou uma mudança de era em um mundo fisital e híbrido? Vivemos uma nova revolução, são novas palavras e sentidos, tempos de mudanças complexas, aceleradas, dinâmicas, explosivas, radicais, com uma nova realidade real e virtual em uma aldeia global. Ainda queremos saber mais do que conseguimos entender e explicar. Alguns chamam de Data Age – a Revolução Industrial dos Números, outros do fim do B2B e B2C e o inicio do H2H (Human to Human). Eu prefiro chamar de a Revolução do Coletivo, ou se preferir: o mundo será de todos os sete bilhões de pessoas, de todos os terráqueos, ou o mundo não será de absolutamente ninguém. Tempos carregados de novos conceitos como Arquitetura da Atenção, Paixão pela Ignorância, AI Design , Economia do Intangível, Empresas Ecossistêmicas, Imortalidade Virtual, Matemática Moral, democracia hackeada , sistemas complexos interconectados, desigualdades insustentáveis. Conceitos que surgem depois da utopia e tantos outros conceitos que exigem do profissional do século XXI uma visão holística à frente da visão de mundo mecanicista e totalmente utilitária. As paredes e fronteiras de antigos pensamentos da comunicação corporativa desmoronaram, criando um mundo da pós-verdade, do pós-humano, pós-normal e pós-industrial. Nos faz refletir que nesta inexorável transformação para o futuro, chegamos ao fim da Era Digital, do Mundo VUCA e da quarta revolução Industrial, em um caminho que não cabe o linear e o cartesiano. Bem vindos à Sociedade Global do Conhecimento, AI Economy , e à Sociedade 5.0. A Era do Ser e não do ter. O futuro já chegou e está entre nós. Evidentemente, ele está mal distribuído, como disse o escritor de ficção espe - culativa William Gibson, mas podemos dizer que esse novo mundo é bemmais emocionante que as ficções que um dia projetamos nos filmes e nos livros. O tempo, no entanto, felizmente corre em mão única, em direção ao futuro, e mesmo que queiramos nos apegar a “um tempo bom, em que as coisas não eram tão complicadas”, não há como escapar desta nova Era. A implacável máxima darwinista permanece valendo: quem não se adaptar, fatalmente desaparecerá. Em tempos de turbulência, percebe-se que todos os modelos estão errados, mas alguns ainda são úteis. Seja um inventor do amanhã e um estrategista e visionário de uma comunicação com menos fúria, mais compaixão e mais transparência. Ou, você pode ser como Socrates - descrito por Platão em Phaedrus - que lamentava a descoberta da escrita, pois passávamos mais tempo escrevendo do que debatendo.  Tempos de turbulência e de pensar o impensável PorGil Giardelli * Pensar fora da caixa sempre foi um mantra repetido pelos profissionais da comunicação e quase que um lema para as empresas do setor que almejavam um lugar de destaque neste disputadíssimo mercado. Mas daí veio 2020 para mostrar que a tal caixa não mais existe. A dobra do tempo a qual fomos submetidos por conta da pandemia transformou nossa realidade e nos obriga a entender o mundo sob a ótica de um Einstein. (*) Gil Giardelli, Professor de MBAs no Insper, Unicamp, Fundação Dom Cabral, PUC/RS, ESPM, FIA e USP, professor convidado na Stanford University , e MIT, e no Imperial College London . Membro doWorld Futures Studies Federation instituição ligada à Unesco e da ONU - e também daWorld Future Society , de Chicago.

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