Jornal da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | Especial

DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 43 A comunicação transforma-se, ajusta-se e adquire novas formas, nem sempre perfeitas. Ajustar-nos a essas demandas é essencial para fazer bem o nosso trabalho. Na verdade, é nossa responsabilidade como prestadores de serviços. Se fazemos isso com agilidade, lideramos tendências; se não somos assim tão rápidos, podemos ser engolidos. Nesse sentido, um primeiro ponto que cada vez mais exige nossa atenção é o respeito à audiência. Pregar para os convertidos é a zona de conforto da comunicação. Uma parcela considerável das entregas que oferecemos periodicamente é de divulgação nos mesmos veículos, que estão ali bem perto e muitas vezes precisam mais dos conteúdos dos nossos clientes do que o contrário. Mesmo assim, festejamos as conquistas, o que é lícito, mas não é tudo o que podemos entregar. Num ambiente cada vez mais desafiador, competitivo e relevante, é preciso ir além do trivial, bater em portas novas, oferecer estratégias inéditas, criar, ousar e buscar o novo. É preciso levar a força da marca, imagem e reputação dos nossos clientes para quem está fora do radar de sempre. Esse é o gol que temos de fazer e que cada vez mais é necessário. Outro desafio tem relação direta com a linguagem. É essencial trabalhar com conteúdos diferentes (textos, vídeos, imagens, infográficos...) mas também com linguagens específicas para os diferentes pú - blicos. A regra é produzir um texto-base, rechear com fotos, às vezes gráficos, tabelas e vídeos, e le - var às redações. A questão-chave é que oferecemos quase sempre o mesmo pacote para os mais distintos interlocutores. Está aí mais um ajuste urgente nas nossas práticas. Amarrando com o ponto anterior, cada audiência requer uma abordagem diferente, um conteúdo próprio. Não se trata de ousadia, mas de necessidade. E temos de caminhar nessa direção. Rapidamente. Outro ponto importante é compreender cada vez mais quem está do outro lado da linha. Não me refiro somente aos profissionais dos veículos impressos, eletrônicos ou digitais, mas aos públicos desses meios. É essencial analisar quem são, o que desejam e como reagem. Claro que o nosso papel é fortalecer as mensagens dos nossos clientes, mas convenhamos que investimos pouco tempo na análise de quem está à frente dos computadores e smartphones consumindo essas informações. Os desafios do novo normal da comunica - ção corporativa não são poucos, mas são apaixonantes.  O desafio de pregar para os não convertidos Altair Albuquerque, Diretor do Grupo Texto O desafio de comunicar bem e de forma eficaz pode estar calcado na diversidade dos mecanismos que utilizamos. Mas não só! A maneira como interpretamos as expectativas dos nossos públicos de interesse, suas crenças e visão de mundo é fundamental para o sucesso de uma comunicação estratégica e bem-sucedida. E a pandemia nos trouxe essa comprovação que, se antes era discurso, passou a ser realidade. A comunicação corporativa está mais forte junto às corporações e instituições, e seu valor ficou ainda mais evidente durante a pandemia. As demandas de comunicação são crescentes, e tornaram-se abrangentes e complexas sob todos os aspectos, permeadas pelas questões de segurança e saúde – agora mais prioritárias no foco de toda a sociedade –, ao lado de diversidade, inclusão social, sustentabilidade, ética e compliance , entre outras que estão transformando o que se entende por construção da reputação empresarial. Fazer a gestão da comunicação junto aos formadores de opinião, colaboradores, investidores, comunidades, entre outros públicos, é prioridade das organizações, mas não mais focadas em produtos e serviços – é preciso estar engajado e promover efetivamente essas questões, sobretudo dialogando com esses públicos, já que hoje essa construção é colaborativa, participativa. E aí a comunicação corporativa exerce seu papel de ajudar a pensar estratégias e atuar em sua implementação. Gerar conteúdos é ordem do dia! E bons conteúdos precisam estar atrelados a ações consistentes – além de exigir uma boa articulação entre texto e criatividade, e na forma de sua veiculação. Sim, somos capazes de construir estratégias, de contribuir com uma visão construtiva e, ao mesmo tempo, crítica, como deve ser o papel do comunicador. Por outro lado, os canais de comunicação multiplicaram- -se, demandando estratégias específicas e integradas, ali - nhadas entre si. Essas demandas e contexto criam desafios e também oportunidades, com as agências aportando pensamento estratégico e analítico, além de implementarem as ações no modeloomnichannel . E as perspectivas para que isso tudo avance são aindamais promissoras. Após o susto inicial da pandemia, as organizações estão recuperando seus negócios, e buscando caminhos para voltar a crescer. Semdúvida, isso passa pela comunicação corporativa, aportando expertise, tecnologia, pensamento estratégico e qualidade às ações empresariais.  O valor do pensamento estratégico Giovanna Picillo, Sócia-Diretora da GPCOM Comunicação

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