Jornal da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | Especial

DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 44 A pandemia colocou um holofote nos temas sociais, ambiental, diversidade, e claro, na reputação das organizações – na sua ética e transparência. Ademais, invocou na sociedade uma postura mais solidária, de compaixão, senso de coletividade, humanidade e preocupação. As empresas foram convidadas a humanizar os seus serviços, suas ações e suas mensagens e, de uma hora para outra, teve que reinventar a sua forma de trabalhar. Aos profissionais de comunicação coube atuar em dife - rentes dimensões: tendências, conteúdos, proximidade com a imprensa, apoio a líderes e CEOs nas narrativas de engajamento com a sociedade. Um mar de oportunidades, mas também de incertezas na saúde, no bem-estar e na economia. A crise demonstrou que a resiliência foi a competência equânime a todos os profissionais de comunicação. No pós-pandemia, algu - mas irão pedir ainda mais atenção: sensibilidade, percepção eprotagonismo , pois o coronavírus é umacelerador de futuro e vai exigir uma nova forma de abordagem: • PERCEPÇÃO DA SOCIEDADE – Sensibilidade e Empatia são a chave para gerar consciência, engajamento, olhar o outro sob a sua perspectiva, equilibrar as emoções e narrativas que estejam ligadas no “piloto automático” e despressurizá-las para que a empresa possa enxergar o seu entorno. • PROTAGONISMO em prol do ‘capitalismo moral’ – geração de lucro com propósito – postura social e ambientalmente correta será o caminho para abrir oportunidades, fortalecer ou até mesmo de empresas reinventarem seus modelos de negócios e dar celeridade e liderança em prol do desenvolvimento sustentável – no mundo pré-pandemia isso era chamado por alguns como “romantismo” – mas no pós-Covid-19 será o diferencial das empresas e de países. O profissional de comunicação foi convocado a ter a real dimensão de seu papel. Se antes era um profissionalmultiskill , hoje, no mundo Covid19, é um empreendedor das narrativas, das percepções e sentimentos, do engajamento e da construção do protagonismo. Sua essência básica é a capacidade de antecipar-se às tendências e atuar como adviser na sua organização.  O coronavírus é um acelerador de futuro Gislaine Rossetti, Diretora de Corporate Affairs da Latam Airlines e Presidente do Conselho Deliberativo da Aberje Dormimos 3.0 e acordamos 5.0. Assim foi o nosso despertar para 2020. As mazelas e desigualdades trazidas à tona pela pandemia serviram não só para rever processos e projetos, mas para despertar em nossa consciência o nosso papel e o nosso potencial enquanto indivíduos e grupamentos sociais. Temos diante de nós recursos tecnológicos que, a partir de agora, podem contribuir para a (re)construção de uma sociedade mais justa e igualitária e o profissional de comunicação pode contribuir, e muito, na condução dessa empreitada. Em 2018, Peter Diamandis, cofundador da Singularity University, anunciou um trabalho que apontava 2038 como o ano a partir do qual “o dia a dia não será mais reconhecível” (em relação à realidade que conhecemos). Suas previsões falavam da disseminação da inteligência artificial, dos robôs, dos carros autônomos, das smart citiese de outros impulsionadores de um mundo veloz. No entanto, logo no começo dessa jornada, nos deparamos com 2020. Pode não ser possível prever as consequências de longo prazo da Covid-19 sobre as mudanças radicais previstas por Diamandis, mas uma certeza nós temos: a transformação digital vai continuar moldando a maneira como nos comunicamos. Se o advento das mídias sociais e seus algoritmos trouxe para o nosso tempo dilemas ainda não resolvidos, não é preciso ser especialista em tecnologias exponenciais para supor o impacto brutal da inteligência artificial e da automação na vida de quem vai lidar com comunicação daqui para frente. Nós, profissionais da comunicação social e corporativa em geral, vamos ser desafiados a responder às necessida - des da nossa função dentro desse novo contexto. Precisaremos interagir “com” as novas máquinas da informação e para muito “além” delas. Se é inútil competir com essas tecnologias, precisaremos então somar a elas, estabelecendo elementos de valor humano para gerir as informações que elas vão trazer. Será inútil também nutrir, como fazemos hoje, conflitos geracionais: pessoas de faixas diferentes de idade precisarão equalizar suas visões e experiências, pois a obsolescência não vai afetar apenas os mais velhos. A comunicação efetiva será aquela que integre os mais diversos recursos de análise computacional com visões de mundo complementares, simples e genuínas; os objetivos de negócios explícitos das empresas com propósitos sociais verdadeiros; a criatividade das novas gerações geek com o pragmatismo dos gestores experientes. Mais do que especialistas em tecnologia, talvez a dinâmica da comunicação que desponta nessa nova era vá requerer a capacidade de somar competências, integrar pontos de vista e conectar extremos. Por tudo isso, é exponencial também o tamanho da responsabilidade e das oportunidades que os profissionais da comunicação têm à frente nos próximos anos.  Momento de somar e conectar Renato Souza, Diretor de Comunicação, Brand, Marketing e Estratégia da Deloitte Brasil

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