Jornal da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | Especial

DIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 46 “Proteger e incrementar a reputação de uma empresa”. Há muitos anos, esta tem sido a definição mais direta e sucinta sobre o papel comunicação corporativa. E essa descrição deve seguir assim num futuro visível. O que muda aceleradamente é a forma como as empresas devem atuar e, consequentemente, as habilidades que os profissionais de comunicação devem desenvolver para acom - panhar ou liderar essa transformação. As empresas já não são medidas apenas pelo retorno fi - nanceiro. Agora, tudo é levado em conta pela sociedade. A cultura organizacional promove o respeito ao próximo, a inclusão, a diversidade? Essa mesma cultura promove a ética, a lisura nos negócios? A empresa compartilha valor com as comunida - des ao seu redor, promove a inclusão desses vizinhos? Claro, todas as ações tomadas pelas empresas devem ser absolutamente genuínas sob o risco de serem desmascaradas em segundos pela sociedade. Transparência é a palavra-chave. As redes sociais radicalizaram esse conceito e empresas e profissionais não têm opção senão serem translúcidos nas suas ações e em sua comunicação. Quer promover a Amazônia? Anuncie ações efetivas de preservação da floresta ou de crescimento sustentável naque - le bioma, coloque em uma linha de tempo, revele os investimentos e comunique consistentemente a evolução do projeto à sociedade. Se não conseguir cumprir as metas no tempo planejado explique à sociedade (incluindo os seus empregados) a razão do atraso, comprometa-se com um novo prazo e trabalhe por isso. As pessoas entenderão. Para entregar com agilidade e qualidade as ações acima, o profissional deve desenvolver novas habilidades com tecnologia, explorar o impacto das novas mídias, como Tik Tok, entender o desafio demanter a cultura da empresa na realidade do trabalho remoto, aumentar a escuta de múltiplos stakeholders (incluindo relação com comunidades) e criar soluções customizadas de comunicação, que podem ir desde um anúncio de página inteira emumveículo de circulação nacional, até a TV fechada da farmácia ou do supermercado na comunidade impactada pela sua empresa. Tenha governança, processos, defina sua agenda positiva, comunique-a de forma proativa e permanente. Longe de ser um objetivo final, o incremento da reputação deve ser a consequência da execução de ações genuínas de uma empresa e da comunicação correta, em múltiplas plataformas, canais e linguagens”.  Transparência é a palavra-chave Julio Gama, Diretor-Global de Comunicação da Vale Participei recentemente de um debate (virtual, é claro) com três expertos das relações públicas sobre o impacto que as mudanças na comunicação terão na nossa indústria nos próximos três anos, Andy Polansky, chairman do IPG/ CMG e da Weber Shandwick, Nick Ashooh, diretor da APCO Worldwide e Rich Jernstedt, presidente da The Jernstedt Company. Foi consenso que muitas dessas mudanças foram aceleradas pela pandemia. Mas também que, em geral, grande parte desses temas já estavam em evolução e se tornaram mais críticos e mais visíveis durante este período disruptivo, especialmente nas áreas ligadas à marca e reputação. Os limites entre relações públicas, publicidade e até mesmo RSC – desde sustentabilidade e cidadania corporativa a meio-ambiente, diversidade e inclusão – já vêm sendo borrados há algum tempo. Nesse momento de tantas revisões nas relações interpessoais, emque se acirra a polarização emposições políticas e se discute com veemência o justo papel de grupos da sociedade, as empresas também estão debaixo de uma lupa maior. Este é o momento para que qualquer marca entenda e se prepare para ser questionada sobre seus valores e suas contribuições. O acesso às informações e a disposição de cada vez mais pessoas reportarem a realidade com o filtro que desejem, faz com que todas as áreas corporativas, externas e internas, estejam expostas. Mais do que nunca, é preciso que falem com uma só voz. Não há limite para o escrutínio crescente da sociedade: o mesmo se espera do posicionamento de uma empresa que entregue produtos de consumo, de uma organização que preste serviços, ou até mesmo de políticos e servidores públicos. A comunicação corporativa tem a oportunidade de exercer cada vez mais o papel de líder nas conversas sobre ética e transparência. Ao mesmo tempo, de contribuir para o posicionamento e diálogo que empresas, organizações e indivíduos têm a responsabilidade de manter, criando, depois de amanhã, um dia sempre melhor.  O dia depois de amanhã foi ontem Flavia Vigio, Vice-Presidente de Comunicações da HBO Latin America Uma alucinada viagem no tempo. Assim foi, e tem sido, a experiência das marcas ao longo desse 2020. Processos, planos e estratégias que vinham sendo gestados foram acelerados e antecipados em até uma década. Exagero? Não, realidade. E nesse processo de uma transposição quase quântica, a comunicação passou a ser o estandarte de valores consagrados por uma geração que surge e ganha relevância neste momento de pandemia, que não é pautada por faixas etárias, mas pelo reconhecimento de valores, que prioriza, mais do que um produto em si, o que sua marca representa.

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